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A necessidade de se bajular a ciência para legitimar uma gororoba igrejeira

(Autor: Kardec McGuiver)

O "Espiritismo" brasileiro nada tem da doutrina original. Mas como roubou o nome e também o autor original (Allan Kardec), precisava roubar seu prestígio. Obviamente seria muito ruim para líderes e seguidores aderir totalmente ao cientificismo de Kardec, considerado complicado por mentes acostumadas a só louvar e louvar, mas nunca pensar. A decisão dos "espíritas" brasileiros foi pegar o nome, o autor e o prestígio e construir uma igreja em cima.

Mas para legitimar essa igreja como "o verdadeiro Espiritismo" teriam que arrumar um meio de legitimá-lo. Claro que a preguiça intelectual e a falta de coragem para confrontar dogmas fizeram com que os "espíritas" nunca desistissem de suas tolas convicções igrejeiras. Mas, brasileiros, adeptos do famoso "jeitinho", conseguiram uma forma de legitimá-lo como "fé raciocinada" (um termo equivocado que evoca uma antítese), sugerindo que a ciência tentasse legitimar os dogmas mais absurdos da Igreja "Espírita" que vive se fantasiando de "ciência" e de "filosofia".

E o livro recentemente lançado sobre a lenda da Data Limite, um sonho banal transformado em "profecia" para promover Chico Xavier como profeta, embutindo mais uma falsa qualidade na tentativa de canonizá-lo como um ser sobre-humano superpoderoso. Um sonho que virou profecia, que virou filme, livro e tudo gasto com uma grande quantia de dinheiro que deveria ser destinada a caridade, mas em vez disso, foi utilizada para promover uma horda de charlatães.

Lendo o equivocado livro, que infelizmente está vendendo bem graças a uma grande quantidade de otários dispostos a gastar dinheiro em um festival de delírios narcotizantes, percebe-se de primeira que o seu conteúdo poderia muito bem ser resumido em umas cinco frases. Faz parte dos falsos profetas escrever muito para dizer quase nada, enquanto os verdadeiros sábios dizem tudo com apenas uma frase.

E há muita bajulação a ciência. Há frases que pedem, com a mais autêntica hipocrisia, para que deixemos a religiosidade por um tempo para dar ouvidos à Ciência. Coitados, mal sabem que se a ciência fosse usada de fato, essa tal de "Data Limite" seria facilmente derrubada, Chico Xavier facilmente desmascarado e as asneiras contidas na suposta "profecia" seria facilmente descartadas e esquecidas. 

E os defensores da "profecia" aproveitam para puxar o saco de Allan Kardec, se esquecendo que o livro A Gênese mata de forma violenta a tese de Data Limite. É uma prova evidente e incontestável de que os defensores de Chico Xavier não leem os livros de Allan Kardec. Um deles aproveita e cita o Livro dos Médiuns como seu favorito. Deve ser para enfeitar a estante, pois nele, há uma descrição sobre charlatanismo que casa muito bem com o perfil de Chico Xavier. Leia e confirmará.

O livro é um verdadeiro desfile de louvações tipicamente igrejeiras. As teses absurdas não são analisadas, mas simplesmente apresentadas. Apesar de se auto-afirmar como "científico", o conteúdo do livro Data Limite não tem pé nem cabeça e sutilmente se percebe, após fria análise, que o objetivo central é canonizar Chico Xavier, de uma forma diferente de como os católicos fazem. 

Isso mesmo. Canonizar Chico Xavier, o médium sempre católico que nunca entendeu o verdadeiro Espiritismo, mas foi consagrado infelizmente como seu "maior mestre", após um verdadeiro ato de vandalismo doutrinário praticado pelo médium mineiro. Atribuir falsas qualidades ao médium é uma forma eficaz de transformá-lo em uma divindade, aos moldes da mais surreal mitologia antiga.

É um livro que eu não recomendaria nem mesmo para meu pior inimigo. Há muita mentira, muitos erros, bajulações a personalidades nunca seguidas e muita louvação, denunciando claramente a essência igrejeira do "Espiritismo" brasileiro, uma igreja de dogmas irracionalmente absurdos que precisa de um carimbo da Ciência para poder obter prestígio e aceitação.

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