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Vale a pena sustentar uma mentira de 70 anos?

(Autor: Senhor dos Anéis)

É válido usar a bondade e seus sentimentos e atos derivados para sustentar uma mentira? A bondade serve de muletas para que as pernas curtas da mentira possam se tornar longas? A mentira pode ser aceitável se ela se apoiar em "palavras" e "gestos de amor"?

Há um grande pavor nos meios "espíritas" diante de tamanhos questionamentos. Seus partidários estão espalhando, nos "centros" e em outros espaços associados, que o "veneno" da "intriga", da "malecidência" e do "escândalo" estão manchando a doutrina de "amor e luz", abalada pela "inveja" dos que não suportam a propagação da "boa nova" e da "fraternidade".

Evidentemente, os malabarismos discursivos dos doutos líderes do "espiritismo", capazes de usar Allan Kardec para corroborar ideias que o próprio Allan Kardec reprovaria com a mais firme segurança, tentam mais uma vez reagir a uma série de críticas e questionamentos dos mais diversos.

Tomados de discursos dóceis, somados a uma postura de pretensa autoridade, com uma fala serena e uma retórica pedante, que dão a falsa impressão de sabedoria, bom senso e serenidade, eles tentam convencer que seu já falido sistema de valores continua valendo e resiste a todas as adversidades.

Os líderes tentam afirmar coerência, consistência, clamam por consenso, desde que seja o sistema de valores deles que prevaleça. Fazem de tudo para manter toda a sua ideologia, pregando a "união" pelo domínio, para que todos convirjam não pelo ponto de vista mais coerente, mas pelo mais confortável aos interesses dos privilegiados.

Se as irregularidades de Chico Xavier estão sendo largamente criticadas, é porque ele fez por onde. Sua trajetória é confusa, cheia de contradições, pontos sombrios, mistificações, fraudes e tudo o mais. Por que se tem que mantê-lo na Doutrina Espírita se essa trajetória confusa tantos dissabores fez, bem mais do que aqueles que eram acusados de "perseguir" o "bondoso" anti-médium mineiro.

Só o que Chico Xavier fez de pastiches literários, principalmente em torno de sua obsessão maior, o escritor maranhense Humberto de Campos, que nunca teria escrito os livros que se lhe atribuem a autoria espiritual, e de exploração sensacionalista das tragédias familiares, ostentando-as para o "bem" da propaganda dos "centros espíritas", já o faz uma pessoa nefasta para a Doutrina Espírita.

Não dá para buscar coerência espírita de verdade se mantém Chico Xavier, o Homem Chamado Obsessão. Ele obsediava os mortos, em maioria prematuros, e torna-se ele mesmo alvo de obsessão de muitos brasileiros, principalmente devido às frases que circulam no Facebook, tão perigosas quanto o vírus "Amazonaws" que circula neste portal de mídia social.

Só mesmo o apego aos estereótipos que Chico Xavier acumulou à sua imagem para justificar todos esses chiliques dos "espíritas" e mesmo de chiquistas assumidamente católicos ou declarados "laicos". O apego a estereótipos de velhice, humildade, bondade, que mostra uma imperfeição cujo maior defeito é a pretensão em parecer "perfeita".

NINGUÉM PRECISA DE CHICO XAVIER

O grande problema é esse. Pessoas que não conseguem ser boas por vontade própria, incapazes de produzir eles mesmos seus próprios exemplos, ficam perdendo o tempo glorificando e exaltando os "bons exemplos" associados a Chico Xavier que, em boa parte, são mistificações ou, quando muito, relatos exagerados de pequenas bondades, dessas que se perdem no vácuo das ações medíocres.

Chico Xavier nunca transformou coisa alguma nem pessoa alguma no Brasil. Ninguém precisa de Chico Xavier. Ele nunca trouxe algo seguramente confiável, edificante e renovador para o país, até porque ele sempre foi um figurão conservador, e uma personalidade tão retrógrada que parece nunca ter saído dos tempos da República Velha.

Ele, que fazia apologia do sofrimento humano, hipnotizando pelas palavras dóceis as pessoas, fazendo com o assédio das palavras que deixou para a posteridade pegue cidadãos desprevenidos, desinformados, mas cegamente crentes, entorpecidos pela zona do conforto da idolatria a uma personalidade confusa e sem a menor coerência.

Chico Xavier foi a antítese do bom senso. E, podemos dizer, continua sendo, pois, apesar de falecido há 13 anos, ele continua simbolicamente apegado às paixões terrenas de seus seguidores, reféns de todo um nó de intrigantes mistificações.

Não dá para sustentar uma mentira dessas por mais tempo. Vamos ter que manter o círculo vicioso das alegações chorosas dos chiquistas? Ou das relativizações viciadas dos que querem a fidelidade a Allan Kardec mas se apegam justamente àquele que desviou demais dos seus ensinamentos?

Será que a desculpa da bondade e da humildade continuarão ressoando para sustentar a mentira, como muletas longas a apoiar pernas curtas? O apego a Chico Xavier torna o Brasil doentio, mórbido, preguiçoso, conformista e crédulo. Convém romper com Chico Xavier de vez, para o bem da coerência e do bom senso.

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