(Autor: Marcelo Pereira)
Estou cansado de ver as pessoas atribuírem os nomes de Espiritismo e de Kardecismo a esse festival de bobagens que está aí, ditadas por espíritos de índole duvidosa e médiuns ingênuos, mas extremamente populares.
Estou cansado de ver as pessoas atribuírem os nomes de Espiritismo e de Kardecismo a esse festival de bobagens que está aí, ditadas por espíritos de índole duvidosa e médiuns ingênuos, mas extremamente populares.
A responsabilidade dessa pataquada toda se deve ao fato de que no Brasil, ninguém está disposto a levar a sério as lições de Allan Kardec, preferindo usar as suas obras como atestado de validade para todas essas ilusões e erros consagradas por obras psicografadas de conteúdo duvidosos, sobretudo as de Chico Xavier, considerado líder máximo para os fiéis incautos desse Espiritismo pirata.
E se vocês acham que eu devo continuar me assumindo seguidor da Doutrina Espírita após saber, através da leitura responsável dos livros de Allan Kardec, que tudo isso que está aí sob o nome da doutrina, não passa de uma farsa ilusória, criada pelos espíritos mal intencionados (como os farsantes Emmanuel da Nóbrega e "André Luíz") para impedir a evolução intelectual de seus seguidores? Claro que não!
Se para a maioria das pessoas, Espiritismo é isso aí, então eu não sou espírita. Ou sou espírita com Allan Kardec ou não sou. Tomar como doutrina as deturpações escritas e/ou psicografadas por um médium que era católico praticante e fervoroso, significa muita falta de conhecimento e uma traição à filosofia original proposta pela espiritualidade que participou das pesquisas feitas por Kardec.
Como eu vou me assumir espírita para quem acha que Espiritismo é essa farsa toda? Como vou defender a doutrina em que eu acredito se a maioria das pessoas a entende como algo totalmente diferente? Corre o risco de eu me assumir espírita e ganhar um livro com as bobagens de Chico Xavier de presente. Se isso acontecer, mando direto para a lata de lixo, após rasgar em picadinhos.
Então, eu prefiro me assumir como sem religião. Kardec mesmo havia dito que o Espiritismo não era uma religião (no sentido de seita, de conjunto de crenças), mas tinha elementos de religião, no sentido de ligação com Deus e suas criações. Mas Xavier, católico que era, entendeu que era legal o seu Catolicismo heterodoxo e enrustido ganhar o nome de "Espiritismo". Não como o Chacrinha, Xavier veio para confundir e não para explicar.
Resolvi pular fora dessa canoa furada. Enquanto alguém não aparecer publicamente, usando a mídia, inclusive, para explicar que isso aí nada tem a ver com a Doutrina Espírita, não me assumirei mais como Espírita. Eu não tenho religião, nem crença alguma. Não quero acreditar, quero conhecer. Estou crescidinho demais para aceitar contos de fada como manual de conduta ética para a minha vida.
Enquanto ninguém conhecer o verdadeiro Espiritismo, ainda um grande desconhecido para os brasileiros, não me considero mais espírita. Até as pessoas entenderem que Xavier nada tem a ver com Kardec, sendo radicalmente divergentes, passo bem longe de toda essa deturpação. É uma vergonha assumir publicamente algo que quase todos entendem como o oposto.
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