OBS de Kardec McGuiver: Como pode  um espírito que se identifica como "superior" fazer erros tão grotescos  sobre fatos históricos? Imagino que, segundo a lógica e o bom senso,  espíritos superiores consigam enxergar os fatos mais do que qualquer  encarnado e se algum superior ditasse algum livro sobre história iria  ser uma revolução, com revelações de fatos que obrigariam qualquer  reescrita dos livros históricos.
Mas,  não. A Terra, sobretudo o Brasil, ainda se encontra em pleno atraso,  ainda bem próximo do primitivismo. Espíritos superiores não se comunicam  facilmente por aqui. Os "grandes mestres" espirituais do Movimento  Espírita não passam de espíritos medíocres, vários zombeteiros, que  divulgam sua crenças pessoais, se aproveitando da credulidade alheia e  vendendo gato por lebre, divulgando ilusões e mentiras como se fosse  orientação doutrinária, através de médiuns ingênuos, mas de grande  prestígio. 
Amaro,  historiador, sabe o que está dizendo. Quem usa o discernimento anda no  caminho seguro destinado a realidade. Quem usa a fé cega com certeza,  cairá em alguma grande decepção, cedo ou tarde.
Extraído do blogue Obras Psicografadas
O historiador da UFRJ Lair Amaro analisou diversos livros psicografados, entre eles “Há Dois Mil Anos”, “Paulo e Estevão”, “Jesus no Lar”, “A Caminho da Luz”, “O Consolador”, todos de autoria de Chico Xavier, revelando erros absurdos em tais obras. Muitas outras obras de outros médiuns são analisadas também. Entre os espíritos criticados encontram-se Amélia Rodrigues, Neio Lúcio, Humberto de Campos, Ramatis e, claro, Emmanuel.
Lair Amaro revela que alguns episódios dos evangelhos foram claramente inventados (ver a Parte 4, 10min48s até a Parte 6, 2min), episódios estes que em diversos livros psicografados foram tratados como reais.
Ele cita:
a) o caso da mulher adúltera (João 8, 1-11): esse conto em alguns manuscritos aparece em Lucas. As cópias dos evangelhos dos séculos II, III e IV não trazem essa passagem. Essa narrativa só surgiu no século V, e como dito, ora em João, ora em Lucas, na mesma época em que alguns bispos tentavam defender a si mesmos das acusações de adultério, pois se nem Jesus condenou a adúltera, eles também não poderiam ser condenados. Portanto, essa passagem para a ampla maioria dos historiadores é uma interpolação, uma invenção do século V. Porém, nos livros de Amélia Rodrigues essa passagem é um fato histórico (Parte 7, 13min16s a 13min21s)
b) a cura do cego de nascença (João 9, 1-41): As sinagogas tinham na entrada, num dos seus pilares, 12 benções que todo judeu lia ao entrar. Por uma inscrição arqueológica muito bem datada no ano 85 (século I), sabe-se que uma dessas 12 benções foi mudada dizendo que será considerado anátema todo aquele que considerar Jesus o Messias. No século I expulsar alguém da sinagoga é o mesmo que tirar a sua identidade judaica, perdendo acordos comerciais, possibilidades de casamento inter-familiar etc. Assim essa passagem na verdade é a história cifrada da comunidade de João que foi expulsa da sinagoga por ter admitido que Jesus era o Messias e que assim procura o seu próprio caminho. Eles se consideravam cegos do ponto de vista espiritual que ao conhecer Jesus tinham os olhos abertos. Como o evangelho de João é o mais anti-semita dos evangelhos, eles queriam dizer com essa passagem que todo judeu já nasce cego. Essa passagem nada tem a ver com Jesus e nos livros de Amélia Rodrigues ela trata como se fosse um fato histórico quando não é (Parte 7, 13min22s a 13min26s)
Abaixo segue uma lista de erros em obras psicografadas (não exaustiva!) que podem ser encontrados na palestra.
O historiador da UFRJ Lair Amaro analisou diversos livros psicografados, entre eles “Há Dois Mil Anos”, “Paulo e Estevão”, “Jesus no Lar”, “A Caminho da Luz”, “O Consolador”, todos de autoria de Chico Xavier, revelando erros absurdos em tais obras. Muitas outras obras de outros médiuns são analisadas também. Entre os espíritos criticados encontram-se Amélia Rodrigues, Neio Lúcio, Humberto de Campos, Ramatis e, claro, Emmanuel.
Lair Amaro revela que alguns episódios dos evangelhos foram claramente inventados (ver a Parte 4, 10min48s até a Parte 6, 2min), episódios estes que em diversos livros psicografados foram tratados como reais.
Ele cita:
a) o caso da mulher adúltera (João 8, 1-11): esse conto em alguns manuscritos aparece em Lucas. As cópias dos evangelhos dos séculos II, III e IV não trazem essa passagem. Essa narrativa só surgiu no século V, e como dito, ora em João, ora em Lucas, na mesma época em que alguns bispos tentavam defender a si mesmos das acusações de adultério, pois se nem Jesus condenou a adúltera, eles também não poderiam ser condenados. Portanto, essa passagem para a ampla maioria dos historiadores é uma interpolação, uma invenção do século V. Porém, nos livros de Amélia Rodrigues essa passagem é um fato histórico (Parte 7, 13min16s a 13min21s)
b) a cura do cego de nascença (João 9, 1-41): As sinagogas tinham na entrada, num dos seus pilares, 12 benções que todo judeu lia ao entrar. Por uma inscrição arqueológica muito bem datada no ano 85 (século I), sabe-se que uma dessas 12 benções foi mudada dizendo que será considerado anátema todo aquele que considerar Jesus o Messias. No século I expulsar alguém da sinagoga é o mesmo que tirar a sua identidade judaica, perdendo acordos comerciais, possibilidades de casamento inter-familiar etc. Assim essa passagem na verdade é a história cifrada da comunidade de João que foi expulsa da sinagoga por ter admitido que Jesus era o Messias e que assim procura o seu próprio caminho. Eles se consideravam cegos do ponto de vista espiritual que ao conhecer Jesus tinham os olhos abertos. Como o evangelho de João é o mais anti-semita dos evangelhos, eles queriam dizer com essa passagem que todo judeu já nasce cego. Essa passagem nada tem a ver com Jesus e nos livros de Amélia Rodrigues ela trata como se fosse um fato histórico quando não é (Parte 7, 13min22s a 13min26s)
Abaixo segue uma lista de erros em obras psicografadas (não exaustiva!) que podem ser encontrados na palestra.
Trecho de livro  | Erro  | 
“A   grafia original dos Evangelhos já representa, em si mesma, a própria   tradução do ensino de Jesus, considerando-se que essa tarefa foi   delegada aos seus apóstolos.”  (livro O Consolador, psicografia de Chico Xavier, ditado pelo espírito Emmanuel, págs. 183-184)  | Nós   não temos os textos originais dos evangelhos, eles se perderam. A  cópia  mais antiga que temos de um evangelho canônico é do ano 125, e só   resistiu ao tempo um pedaço do tamanho de um cartão de crédito. E não  há  evangelho escrito em aramaico, todos foram escritos em grego. O   aramaico é que era a língua de Jesus. Então que grafia original é essa   que ele está falando, já que não foi em aramaico? (Parte 6, 6min57s a   9min22s)  | 
“João   e Mateus falam com mais particularidade do Mestre, porque sempre o   acompanharam em suas excursões e pregações além da Galiléia.”  (livro O sublime peregrino, psicografia de Hercílio Maes, ditado pelo espírito Ramatis, pág. 254)  | Os   evangelhos canônicos circulavam sem autoria até pelo menos o ano 150.   Os nomes dos autores só foram atribuídos no século II. Ramatis   desconhece essa informação, fazendo ecoar uma tradição eclesiástica.   (Parte 6, 9min23s a 12min02s)  | 
“[...]o   Senhor, instalado provisoriamente em casa de Pedro, tomou os Sagrados   Escritos [...] desenrolou os escritos da sabedoria[...]”  “Quando o Mestre leu algumas palavras dos Sagrados Escritos”  “Finda a leitura de alguns trechos da história de Job”  (livro Jesus no Lar, psicografia de Chico Xavier, espírito Neio Lúcio)  | No   século I, na Palestina, cópias da Torá existiam guardadas no Templo, e   algumas poucas cópias eram enviadas para as sinagogas da diáspora,  onde  os judeus de fala grega viviam. Seria virtualmente impossível para  Jesus  ou seus apóstolos baterem no Templo e pedir uma cópia da Torá  para ler  em suas casas (Parte 6, 12min03s a Parte 7, 5min43s)  | 
“A fé modorrenta continuava no comércio ilegal de aves e animais para serem abatidos em ofertórios absurdos para a liberação de pecados, enquanto outras exigências descabidas amarfanhavam a convicção dos indivíduos, que se lhes submetiam por temor, sem significativa vinculação com o Senhor.” (livro Até o fim dos tempos, psicografia de Divaldo Pereira Franco, espírito Amélia Rodrigues, pág. 16)  | Ofertório   absurdo para quem? Para o judeu que vive no século I é legítimo, é   autêntico, é necessário. Comércio ilegal para quem? Quando Herodes faz   uma obra de ampliação do Templo, ele amplia o pátio dos gentios porque o   Templo de Jerusalém virou um ponto turístico do Mundo Antigo, então   muitos iam ao Templo para ver a magnífica obra de Herodes. Então   esperando esse aumento de turistas, ele amplia o pátio dos gentios, onde   o comércio de aves e animais se realizava. Ilegal? De modo algum. Os   próprios sumo-sacerdotes incentivavam esse comércio. E em Marcos 1, 44   encontramos o ofertório “absurdo” como recomendação do próprio Jesus   para o leproso curado. Ou seja, o mesmo Jesus que entra no Templo e   revira as mesas é o mesmo que recomenda a um leproso curado por ele   mesmo a matar uma ovelha e tomar um banho de sangue! (Parte 7, 7min35s a   10min40s)  | 
O   Divino Mestre chama aos Espaços o Espírito João, que ainda se   encontrava preso nos liames da Terra, e o Apóstolo, atônito e aflito, lê   a linguagem simbólica do invisível. Recomenda-lhe   o Senhor que entregue os seus conhecimentos ao planeta como  advertência  a todas as nações e a todos os povos da Terra, e o velho  Apóstolo de  Patmos transmite aos seus discípulos as advertências  extraordinárias do  Apocalipse. (livro A Caminho da Luz, psicografia de Chico Xavier, espírito Emmanuel)  | Já   no século III os Padres da Igreja estavam convencidos que o autor de O   Evangelho de João não escrevera o Apocalipse. Há um discípulo de João   que escreve por volta do ano 156 que ele leu o Apocalipse e diz não   reconhecer ali o seu mestre João. Há problemas textuais. O grego da obra   é o mais pobre do Novo Testamento, a ponto de conter erros gramaticais   grosseiros, o que contrasta com o refinado grego do Quarto Evangelho.   Mas o Emmanuel reforça uma tradição que não é histórica. (Parte 7,   13min30s a Parte 8, 2min35s)  | 
— Tens o Evangelho? (Paulo pergunta a Gamaliel, agora convertido ao cristianismo)  — Tenho uma cópia integral das anotações de Levi, cobrador de impostos  em   Cafarnaum, que se fez Apóstolo do Messias [...] presentemente não   necessito mais desses pergaminhos, que considero sagrados. [...] Já   possuo três exemplares completos do Evangelho, sem a cooperação de   escriba algum. (livro Paulo e Estevão, psicografia de Chico Xavier, espírito Emmanuel, págs. 299-300)  | Gamaliel   nasceu judeu, viveu como judeu e morreu como judeu. Nunca se converteu   ao cristianismo. E a narrativa diz que Paulo recebeu uma cópia   manuscrita do Evangelho de Gamaliel. Então é de se supor que é com esse   Evangelho que ele sai pelo mundo para a sua campanha missionária. Mas o   próprio Paulo fala na carta aos Gálatas: “Com efeito, eu vos faço  saber,  irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem,  pois eu não recebi nem aprendi de algum homem,   mas por revelação de Jesus Cristo” (Gl 1, 11-12). Então o próprio  Paulo  nega que ele porte algum evangelho escrito por algum homem.  (Parte 14,  6min01s a Parte 15, 4min22s)  | 
Naquele   tempo, já o ardoroso Apóstolo dos gentios desejava inteirar-se de  todos  os fatos referentes à vida de Jesus [...] Sem revelar-se,  procurou  Levi, que o recebeu de boa-vontade. [...] foi a Dalmanuta,  onde conheceu  Madalena (livro Paulo e Estevão, psicografia de Chico Xavier, espírito Emmanuel, págs. 331-332)  | Então Paulo deseja saber mais dados sobre Jesus e conhece Madalena. Vejamos agora a carta que ele escreveu por volta do ano 51:  “Quando,   porém, aquele que me separou desde o ventre materno e me chamou por  sua  graça se dignou revelar-me o seu Filho, para que eu o pregasse  entre os  pagãos, não consultei carne nem sangue nem subi, logo, a  Jerusalém para  estar com os que eram apóstolos antes de mim. Pelo  contrário, parti  para a Arábia e, depois, voltei ainda a Damasco. Três  anos mais tarde,  fui a Jerusalém para conhecer Cefas e fiquei com ele  quinze dias. E não  estive com nenhum outro apóstolo, a não ser Tiago, o  irmão do Senhor.  Escrevendo estas coisas, afirmo diante de Deus que  não estou mentindo.”  (Gl 1, 15-20)  Cadê   Tomé? Mateus? Natanael? Bartolomeu? Tiago o Menor? Judas? João? Isso   mostra que não tinha ninguém mais lá, o grupo já havia dispersado, cada   um já tinha voltado para a sua vidinha de judeu. Ele diz que ele foi à   Arábia, para Damasco, ficou 3 anos, e depois vai a Jerusalém. Nada diz   sobre ter ido a Cafarnaum, nada diz sobre ter ido a Dalmanuta, nada diz   sobre ter conhecido Maria Madalena. Que tradições espirituais são  essas  que contradizem o texto escrito do próprio punho do Paulo? (Parte 15, 4min23s a 7min16s)  | 
Erros de Emmanuel no livro “Há Dois Mil Anos”, psicografia de Chico Xavier:  
Trecho do livro  | Erros ou Problemas  | 
Poderias descansar um pouco na Palestina, levando a família para essa estação de repouso. (pág. 30)   | É   um problema sério demais dizer para um romano no séc. I que a  Palestina  era uma “estação de repouso”. O lugar com o maior nº de  rebeliões foi  na Palestina. Havia bandidos, insurgentes, movimentos  revolucionários,  movimentos de resistência… Flávio Josefo narra que  duas cidades na  Palestina se recusaram a pagar impostos a Roma e os  romanos simplesmente  não foram nem cobrar os impostos. Chegaram lá e  crucificaram 500  pessoas na beira das estradas em um dia só, entre  homens, mulheres e  crianças. Será que o repouso do romano guerreiro é  ficar matando judeus?  Não faz o menor sentido isso. (Parte 10, 0min53s a  Parte 11, 2min04s)  | 
O atual Procurador da Judéia é nosso amigo. (pág. 30)   | No   ano de 1961 uma escavação arqueológica feita na antiga Cesaréia   marítima, litoral da Palestina, foi encontrada uma pedra escrita em   latim que comprova que Pilatos era Prefeito da Judéia, não Procurador. (Parte 11, entre 2min05s e 5min)  | 
Públio   Lentulus [...] não conhecia Jerusalém, onde o esperavam como legado do   Imperador, para a solução de vários problemas administrativos de que   fôra incumbido junto ao governo da Palestina. (pág. 39)   | A   Palestina, no caso a Judeia, era uma província, uma colônia, inferior à   Síria, que tinha o legado. Problemas administrativos na Judéia eram   resolvidos na Síria. Quaisquer problemas administrativos enfrentados por   Pilatos, ele tinha que primeiro procurar o legado da Síria. Tanto é  que  no ano 36 quando Pilatos foi exilado, deportado e exonerado de seu   cargo de Prefeito, os judeus que articularam para que ele fosse   exonerado não foram a Roma, foram à Síria, comunicaram ao legado que   Pilatos estava administrando mal a Judéia, o legado então convocou   Pilatos imediatamente à Síria, ele teve que se deslocar para lá e lá ele   recebeu a triste notícia de que estava exonerado. Se na Palestina, na   Judéia, tem problemas administrativos, um senador romano poderia mandar   um embaixador dele, mas se ele vem para tratar disso, ele não tem nada   que tratar com Pilatos. O senador romano tem que resolver o problema   administrativo na Judéia com o legado, não com o prefeito. Então a   justificativa de Publio Lentulus ir para a Palestina aproveitar para   resolver um problema administrativo carece de fundamentação histórica.   (Parte 11, 5min05s a 8min25s)  | 
No dia imediato Públio Lentulus e comitiva desembarcavam em pequeno porto da Palestina. (pág. 40)   | O   porto da Cesaréia Marítima é o maior porto do Mundo Antigo. Não havia   outro porto maior do que esse, construído por Herodes. Um senador  romano  que desembarcasse em um porto pequeno quando havia o porto de  Cesaréia  para demonstrar toda a sua imponência seria se rebaixar muito.  (Parte  11, entre 8min26s e 14min58s)  | 
[Pôncio   Pilatos] Sempre que posso repousar dos labores intensos que aqui me   prendem, busco imediatamente a nossa vila dos arredores de Nazaré.  [Públio   Lentulus] – Nobre amigo [...] se o vosso amigo Sulpício providenciar  em  Nazaré a aquisição de uma casa confortável e simples, [...] onde   possamos residir [...] por alguns meses. (pág. 56-57)   | Pilatos   não morava em Jerusalém. Ele morava em Cesaréia Marítima, um lugar que   tinha o maior porto do mediterrâneo, um estádio com corrida de  cavalos,  um teatro para 5 mil pessoas… Pilatos só ia para Jerusalém  para conter  rebeliões durante a Páscoa que sempre acontecia. Cesaréia  Marítima fica a  mais de 5 mil km de Nazaré [atualização em 30/06/2011: a distância correta é 60km, Lamaro se confundiu aqui],   então ele não pode estar falando de Cesaréia Marítima. Vila nos   arredores de Nazaré? Imagine Pôncio Pilatos, prefeito de toda a Judéia,   vivendo numa vila! Ele podendo ser descoberto, seqüestrado, assassinado   pelos rebeldes judeus que odiavam Pôncio Pilatos. E a resposta de  Públio  Lentulus é absurda. Uma aldeia como Nazaré que comportava no  máximo 500  pessoas não comportaria um senador romano e sua comitiva. E  imagine se  um senador romano iria viver numa casa simples em Nazaré! Se  fosse o  caso, ele iria para Séforis, em que havia um hipódromo e  teatro para 5  mil pessoas e que ficava a apenas 6 km de Nazaré. Lá sim  seguia a  arquitetura romana. Mas Emmanuel nem menciona Séforis. Esse  teatro para 5  mil pessoas foi uma das maiores descobertas do século XX,  descoberta  essa que ainda não havia sido feita quando o livro foi  lançado. (Parte  12, 0min46s a 5min48s e 7min a 10min)  | 
Ao tempo do Cristo, a Galileia era um vasto celeiro que abastecia quase toda a Palestina. (pág. 98)   | De   modo algum. O que se tem ali são pessoas passando fome, pessoas   endividadas porque depois que Roma chega elas cedem o latifúndo, há   expropriação de terra… não é bem assim (Parte 12, 5min50s a 6min49s)  | 
Em   Cafarnaum, além dessas riquezas, prosperava a indústria da pesca, dada  a  abundância do peixe no então chamado “Mar da Galileia”, o que  resumia  uma vida simples e tranqüila. (pág. 98)   | Aqui   há outra descoberta arqueológica posterior ao livro: uma embarcação do   século I (entre 40 e 100) que foi toda remendada, com diversos tipos  de  madeira nela sobrepostos, um verdadeiro símbolo do que era ser  pescador  no século I, porque o antigo dono dela teve que se virar já  que não  tinha dinheiro para comprar uma nova. Então dizer que a  indústria da  pesca prosperava é também uma impropriedade histórica.  (Parte 12, 10  min05s a 11min56s)  | 
Conservava-se   Lívia ao lado do velho Simeão, [...]; e quantos lhe notavam o delicado   perfil romano, enfiada na simplicidade do traje galileu, presumiam na   sua figura alguma jovem de Samaria. (pág. 124)   | Isso   é um horror. Uma romana, esposa de senador, de uma família nobre, se   misturar com a plebe! Ela corre um sério risco de virar refém de um   grupo rebelde. A tensão entre os judeus e os romanos era tanta que em 66   estourou uma revolta. O ódio ao romano era permanente. Então uma   patrícia, uma nobre romana se infiltra entre os judeus e passa incólume?   Outro problema: pensavam que ela era uma jovem de Samaria? O judeu da   Galiléia odiava o judeu da Samaria. É samaritana? Pega ela e vamos   linchar essa mulher! E quem é Simeão? Também é samaritano, e está no   grupo de Jesus! E se Lívia existisse historicamente, um judeu nunca a   confundiria com uma samaritana! Porque a samaritana também é judia, de   pele morena, e Lívia devia ter a pele branca, sem rugas do trabalho   braçal, sem cicatrizes. E isso que é alienação: então notavam-lhe o   “delicado perfil romano”, e pensavam que ela era uma judia samaritana?! (Parte 13, 0min0s a 5min42s)  | 
Penosamente surpreendido, exclamou o senador, dirigindo-se a Pilatos, com intimidade:  - Não tendes, porventura, algum prisioneiro com processo consumado, que possa substituir o profeta em tão horrorosas penas? [...] Nossos códigos judiciários, cuja evolução não comporta mais uma condenação tão sumária como esta, [...]   | Na   narrativa de Há Dois Mil Anos, Públio Lêntulus busca absolver Jesus,   não Pôncio Pilatos. Sendo um senador diante de um prefeito, ele não   precisava perguntar, ele diria: faça assim. E ainda diz que os códigos   judiciários romanos evoluíram de tal forma que esse tipo de condenação   sumária não fazia mais sentido. Muito pelo contrário. E as narrativas   evangélicas sobre o julgamento de Jesus por Pôncio Pilatos não são   história, mas teologia. Jamais em tempo algum um procurador, um prefeito   romano, em qualquer colônia do império romano julgou um condenado. A   execução era sumária. Essa cena de Pilatos no centro, Barrabás de um   lado, Jesus do outro, não é história. Jamais aconteceu. Não poderia ter   acontecido. Não há registro histórico que comprove que um representante   do poder imperial romano deixa que um povo a quem ele subjuga, a quem   ele controla pela violência, decida por ele o que ele tem que fazer.   Essa cena é uma criação teológica cristã, para tirar de Pilatos a culpa   pela morte de Jesus e colocar nos judeus, de forma que eu cristão possa   dizer para o mundo romano: “Olha, Jesus teve a morte de um criminoso,  de  um revolucionário político (crucificação), de um rebelde contra  Roma,  mas nós não somos iguais a ele não, tanto é que o próprio Pilatos  não  reconheceu ele como criminoso, e quem matou ele foram os judeus.” É  um  discurso teológico de absolvição de Roma e condenação dos judeus,  para  que o cristianismo pudesse entrar no mundo romano. E Filo de  Alexandria,  filósofo judeu, escreve sobre Pilatos, uma década após sua  deposição,  que ele era “um homem de disposição muito inflexível, sem  misericórdia e  obstinado”, e recrimina “sua corrupção e seus atos  insolentes, seus  roubos, os hábitos de insultar o povo, a crueldade e  os constantes  assassinatos do povo sem julgamento e sem sentenças de condenação,   bem como sua terrível desumanidade incessante e gratuita”. Então só   Jesus seria julgado? Se Pilatos criasse esse precedente, dali para   frente todo e qualquer criminoso que fosse preso o povo poderia escolher   quem que ele ia soltar ou não. Se chega a Roma a notícia de que o   Pôncio Pilatos abriu brecha para que o povo determinasse quem ele tem   que matar, isso é uma improbridade administrativa. É o caos. (Parte 13,   11min01s a Parte 14, 6min)  | 

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