(Autor: Kardec McGuiver)
Pergunte a qualquer pessoa que admire Chico Xavier. Ela, seja lá quem foi, dirá que o médium foi o maior filantropo brasileiro e que por isso "atingiu a evolução máxima" que o dispensa de reencarnar. Descontando detalhes, para não fugir ao foco desta postagem, se existir justiça divina Chico Xavier não só já reencarnou como vai reencarnar inúmeras vezes. 10.000 no mínimo.
A mitologia construída em torno de Chico Xavier ignorou limites na hora de embutir qualidades ao médium que não era espírita. Bom leitor de livros e consequentemente bom escritor, Xavier foi a galinha dos ovos de ouro para os diretores da FEB que queriam aumentar o seu rebanho ("no futuro todo mundo será 'espírita'") e consequentemente seus lucros, como fazem as outras religiões.
Estereotipada por ser uma doutrina caridosa, o "Espiritismo" brasileiro nada fez de significante para a melhoria da sociedade. Agindo como as outras religiões cristãs, se limita a praticar caridade paliativa, mas com o cuidado de fazer uma recomendação picareta: "nunca mostrar a caridade feita", argumentando que é para evitar vaidades, num verdadeiro sinal de má interpretação doutrinaria.
O que a doutrina recomenda é que não se utilize da caridade como forma de promoção pessoal. A caridade deve ser mostrada, para provar que está sendo feita, para apresentar resultados e servir de exemplo. O que é mais estranho é que no "Espiritismo" brasileiro, a acridade é escondida, mas continua a ser utilizada para promover médiuns, palestrantes, centros e falsos filantropos.
E o maior promovido é com certeza Chico Xavier, quem mais lucrou com a imagem de filantropo, visto como semi-deus por quem o admira. Mas quem puder pesquisar e analisar verá que a caridade praticada pelo médium é a mesma que eu, você e qualquer mortal tem a capacidade e as condições de fazer. Uma caridade muito aquém para quem tinha a pretensão de ser o melhor filantropo do universo.
Kardec dizia que muito será cobrado de quem tem. Chico Xavier se ferrou nessa. Considerado por uma multidão de incautos como um colecionador de qualidades humanas, Xavier, o mito foi muito maior que Xavier, o homem, que nada fez para merecer a titularidade que até hoje possui.
A caridade de Chico Xavier serviu apenas para promovê-lo diante dos olhos de pessoas carentes e de intelectualidade ausente ou atrofiada, incapazes de diferenciar um verdadeiro líder humanitário de um mero cidadão que pretendia liderar uma igreja.
Se a mitologia construída ao redor de Chico Xavier fosse verdadeira, as transformações sociais do Brasil seria gritantes, altamente perceptíveis. Problemas teriam sido eliminados, pois Xavier, altamente influente, teria condições de no mínimo propor inúmeras ações de iniciativa popular para tornar as leis mais justas e eficientes, realizando transformações bruscas para melhor em nosso país.
Ao invés disso, Xavier preferiu agir como qualquer liderança religiosa (incluindo as hoje odiadas neo-pentecostais), se limitando a caridade paliativa (consolo) e a estimular o sofrimento como forma de "purificação espiritual" (um contrassenso). Mesmo assim, ingênuos insistem em canonizá-lo como "maior filantropo do universo", dispensando até de reencarnar de novo para aprender a ser solidário de fato. Se Xavier encerrou suas reencarnações, ele certamente conseguiu enganar a Deus ou quem (ou o quê) quer que administre o universo.
Cada vez mais me convenço que não precisamos de Chico Xavier como exemplo de bondade. Ele nuca foi exemplo para nada. E exemplos de atitudes bem mais filantrópicas não param de aparecer por aí, mostrando que o velho médium, falecido em 2002 ainda tinha muito o que aprender sobre filantropia. E definitivamente nada a ensinar.
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