(Autor: Professor Caviar)
Francisco Cândido Xavier é considerado oficialmente o "maior médium do país". Não obstante, as pessoas exageram e o definem como "maior médium do mundo" e uma França decadente ainda se ajoelha a Chico Xavier, mesmo sendo ele um dos piores deturpadores da doutrina de Allan Kardec, levando às últimas consequências o propósito de Jean-Baptiste Roustaing, o primeiro que desvirtuou a Doutrina Espírita.
Sabe-se que Chico Xavier nem de longe foi o "super-médium" que muitos acreditam até hoje que ele seja. Ele tinha dons paranormais, mas eram muito mais limitados do que se supõe, restritos a uma capacidade de ver espíritos e de falar com dois deles, o da mãe, Maria João de Deus, e do mentor, o jesuíta Padre Manuel da Nóbrega, renomeado Emmanuel.
É até duvidoso que ele realmente tivesse um dom da mediunidade escrita. E, se ele, através da escrita, se atreveu a cometer fraudes, certamente o dom mediúnico, se havia, desapareceu por completo. A desonestidade sufocou o dom que, nesta hipótese, teria sido precário e incipiente.
Para piorar, quiseram fazer de Chico Xavier um "super-médium", expandindo suas "habilidades" da escrita para a psicofonia e para a materialização. Chama a atenção a atitude do viúvo de Irma de Castro Rocha, o ex-atleta Arnaldo Rocha, que se aliou a Chico Xavier nas pretensas psicografias da falecida esposa, conhecida como Meimei, e a práticas de suposta psicofonia, ocorridas entre 1954 e 1956.
A prática "psicofônica", estranhamente, não é muito divulgada pelos seguidores de Chico Xavier, a não ser Arnaldo Rocha e seus pares. Isso mostra a insegurança que eles têm a respeito desse trabalho, que teria tido um resultado duvidoso, além de tais tarefas terem coincidido com a fase "materializadora" de Chico Xavier que foi desmascarada com o episódio da farsante Otília Diogo.
Um dado bastante curioso é que, se a psicofonia foi um "trabalho" menos destacado de Chico Xavier, ele se torna a "atividade" mais constante nas supostas psicografias atribuídas a ele. Em contrapartida, a escrita, carro-chefe da "mediunidade" de Chico, é uma atividade pouco "prestigiada", enquanto suposta psicofonia atribuída ao espírito do anti-médium recebe mais destaque entre os "espíritas".
HERANÇA DO CATOLICISMO MEDIEVAL PORTUGUÊS
Apesar do grande prestígio de Chico Xavier, que atravessa fronteiras e faz com que muitos de seus livros sejam traduzidos para vários idiomas, sua trajetória é marcada de sérias irregularidades. A própria formação religiosa de Chico Xavier o faz revestir de preconceitos e omissões que prejudicaram, com gravidade, a atividade mediúnica correspondente aos critérios analisados e recomendados por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns.
Sabe-se que o próprio "movimento espírita" se afastou do pensamento kardeciano, até de maneira arrogante e convicta, além de proposital. Isso significa que o "espiritismo" brasileiro preferiu a obra de Jean-Baptiste Roustaing, Os Quatro Evangelhos, e a partir daí criou preconceitos religiosos de inspiração católica, baseadas na raiz da religiosidade brasileira, herdada do Catolicismo medieval português.
Com isso, até a atividade mediúnica foi prejudicada. Na verdade, foi feito um arranjo duplo em que, para compensar o desprezo pelas ideias cientificistas de Allan Kardec - "duras" para serem "digeridas" pelos "espíritas" - , forjou-se um conteúdo ideológico "espírita" no qual se combinavam duas tendências medievais.
Para compor o repertório de valores, crenças e dogmas, o "espiritismo" recorreu ao Catolicismo medieval, que influenciava ainda o Catolicismo português introduzido no Brasil colonial. Mesmo no tempo do Segundo Império, quando foi fundada a Federação "Espírita" Brasileira, o Catolicismo português ainda se mantinha em práticas e valores medievais.
Para compor a prática de "mediunidade", o "espiritismo" brasileiro recorreu a práticas hereges, o que faz compreender a postura pretensamente contrária à Idade Média da parte dos "espíritas". Neste caso, foram absorvidas práticas de curandeirismo e ocultismo, incluindo vidência e Horóscopo, com apreciação superficial e distorcida de procedimentos de terapias ocidentais.
A falta de concentração para realizar uma psicografia é notória, assim como na psicofonia e psicopictografia. A maioria esmagadora das mensagens produzidas sob o aparato "mediúnico" é fraudulenta, e é aí que entra a "escola" do "espiritismo" brasileiro.
PARA ACOBERTAR FRAUDE, MENSAGENS "POSITIVAS" E APELO RELIGIOSO
Diante da incapacidade dos "espíritas" brasileiros em trabalhar a mediunidade, já que esse dom praticamente se resume ao faz-de-conta que é feito em nosso país, uma estratégia é feita para acobertar as fraudes que constantemente são feitas.
Embora as fraudes "mediúnicas" sejam observadas já nos primórdios da FEB, com a divulgação, em 1889, de uma mensagem atribuída a Allan Kardec - apresentando sérias contradições e linguagem que não condizem com a personalidade do pedagogo francês - , foi a partir de Chico Xavier, na década de 1930, que elas se tornaram "regra oficial" das atividades "espíritas".
Geralmente são as psicofonias e psicografias que mais utilizam mensagens de apelo religioso. A psicopictografia (pintura mediúnica), no entanto, quase sempre usa temáticas laicas, como paisagens, flores, frutas e pessoas, e a motivação religiosa costuma se resumir à aparente filantropia de tais obras.
Na psicografia, que é o caso de Chico Xavier, o que se vê é o artifício das mensagens "positivas" com uma narrativa que primeiro descreve um suposto sofrimento com a morte e o apoio de espíritos socorristas. Parece uma forma individual de narrar o drama do personagem André Luiz - que o "espiritismo" brasileiro considera "verídico" - em Nosso Lar, só que de uma forma diferente.
No primeiro momento, o "morto" descreve o sofrimento no retorno ao mundo espiritual, diz como foi o socorro na colônia espiritual, e depois faz um apelo dizendo para seus amigos e familiares, assim como as pessoas na Terra, a se "unirem no amor e na fraternidade, conforme ensinou o Cristo".
Quase sempre é uma mensagem escrita pela mente do próprio "médium", mas para dissimular a fraude, seu discurso é feito sempre "na melhor das intenções", em que o apelo religioso serve de recurso para que a irregularidade da "psicografia", que geralmente mostra falhas em relação às caraterísticas pessoais do falecido, seja aceita sob o pretexto das "palavras de amor".
Com isso, cria-se uma escola desastrosa de "mediunidade" a partir de Chico Xavier, e as "mensagens de amor" se tornam um artifício para que se deixem passar fraudes e irregularidades diversas, apenas porque as palavras transmitidas "são boas" e "não fazem mal algum". Se a mensagem não ofende, as pessoas até aceitam que elas entrem em contradição com aspectos pessoais do falecido. Se elas pedem para "nos unir na fraternidade em Cristo", vale qualquer coisa.
Na psicografia, que é o caso de Chico Xavier, o que se vê é o artifício das mensagens "positivas" com uma narrativa que primeiro descreve um suposto sofrimento com a morte e o apoio de espíritos socorristas. Parece uma forma individual de narrar o drama do personagem André Luiz - que o "espiritismo" brasileiro considera "verídico" - em Nosso Lar, só que de uma forma diferente.
No primeiro momento, o "morto" descreve o sofrimento no retorno ao mundo espiritual, diz como foi o socorro na colônia espiritual, e depois faz um apelo dizendo para seus amigos e familiares, assim como as pessoas na Terra, a se "unirem no amor e na fraternidade, conforme ensinou o Cristo".
Quase sempre é uma mensagem escrita pela mente do próprio "médium", mas para dissimular a fraude, seu discurso é feito sempre "na melhor das intenções", em que o apelo religioso serve de recurso para que a irregularidade da "psicografia", que geralmente mostra falhas em relação às caraterísticas pessoais do falecido, seja aceita sob o pretexto das "palavras de amor".
Com isso, cria-se uma escola desastrosa de "mediunidade" a partir de Chico Xavier, e as "mensagens de amor" se tornam um artifício para que se deixem passar fraudes e irregularidades diversas, apenas porque as palavras transmitidas "são boas" e "não fazem mal algum". Se a mensagem não ofende, as pessoas até aceitam que elas entrem em contradição com aspectos pessoais do falecido. Se elas pedem para "nos unir na fraternidade em Cristo", vale qualquer coisa.
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