(Autor: Kardec Mc Guiver)
Líderes religiosos são estigmatizados como bondosos. Isso acontece porque há um estereótipo que associa a ideia de bondade com as religiões. Como se "trabalhar para Deus" fosse garantia de bondade absoluta. Mesmo que essa bondade não gere benefícios reais para os ajudados. Até porque o que interessa é "ajudar" esse herói fictício que todos chamam de "Deus".
E Chico Xavier, como suposta liderança religiosa representou bem esse estereótipo. Brasileiros adoram estereótipos e costumam rotular as coisas baseados naquilo que veem e não no que as coisas realmente são. Aceitam estigmas e imagens divulgadas que nem sempre são verdadeiras. Exige menos esforço acreditar em estereótipos.
Na verdade, o estereótipo de Chico Xavier foi construído para que ele fosse transformado em divindade viva. Brasileiros são carentes de heróis e há muitas décadas a procura por uma espécie de "salvador da pátria" tem sido a principal meta dos brasileiros. Seja Chico Xavier, Neymar e até mesmo Jair Bolsonaro, os brasileiros sonham em um super-herói de carne-e-osso, elegendo alguém que possa alimentar as suas incuráveis ilusões.
Uma mitologia foi construída em torno de Chico Xavier. Um mito muito maior do que a realidade. Considerado o maior filantropo do Brasil, nada fez para que a sociedade brasileira se evoluísse. O máximo de ajuda feita pelo médium é aquela que todos nos podemos fazer: dar sopinha, passar mão no ombro, oferecer palavras de auto-ajuda, consolar...
Mas como um cara que se limitou a isso e cuja ajuda não trouxe a transformação social necessária para eliminar os problemas, é ainda considerado o maior filantropo do país, ganhando prêmios e aumentando o seu prestígio? Assim, por nada?
Se a ajuda atribuída ao "ultra-caridoso" Chico Xavier, que segundo a lenda, "vivia mais para os outros do que para si" fosse real, as mudanças sociais seriam visíveis. Perceberíamos o fim dos problemas. Mas isso não aconteceu. A sopinha oferecida pelo médium "poderoso" não conseguiu eliminar os problemas cotidianos e serve de prova que ate mesmo o altruísmo praticado pelo médium foi uma farsa. Muitas pessoas que fizeram muito mais do que o médium caíram no esquecimento. Mesmo transformando de fato a sociedade.
Mas os pseudo-espíritas, malandros como são, inventaram a malandragem de dizer que "caridade não se mostra", numa confusa contradição que além de servir para "esconder" a caridade que nunca foi feita, promover os supostos filantropos (??!!) contradizendo a finalidade original de se "esconder" a caridade. Ou seja, não se faz caridade, já que não precisa mostrar essa caridade, mas pode usá-la para que supostas lideranças religiosas sejam consagradas como grandes filantropos. Deve ter pó de pirlimpimpim para esta sopinha ser assim tããão mágica...
Na verdade quem deveria ajudar as pessoas não são os religiosos. Trabalhando com ilusão, quanto menos os religiosos se envolver em caridade, melhor. Quem deveria fazer caridade são políticos e empresários, pois está nas mãos deles os recursos e as leis que podem trazer benefícios reais para a sociedade. Associar bondade a religião é uma malandragem feita para que as tolices que se apresentam como dogmas possam ser aceitos, iludindo as massas e impedindo que estas desenvolvam seu intelecto para que tudo de errado continue em nosso cotidiano.
E Chico Xavier, que nada fez para angariar o enorme prestígio que tem, merece ser responsabilizado pela caridade inerte que não conseguiu acabar com problemas. Somando isso com todos os seus erros, incluindo o de fazer apologia ao sofrimento e de apoiar a ditadura militar em sua fase mais sanguinária, sinto dizer que Chico Xavier não merece o título de filantropo que o consagrou e faz criar admiradores fanáticos em torno dele. Ainda estamos esperando alguém que possa representar a verdadeira filantropia.
Estamos cansados de mascates ludibriadores a nos vender ilusões.
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