(Autor: Kardec McGuiver)
Fale para um desses "espíritas" brasileiros que seguem essa igreja que construíram em torno da doutrina e cite o nome de Jean Baptiste Roustaing. Com a mais absoluta certeza, essa pessoa vai dizer que não conhece. Mas fale em Allan Kardec. Ah, essa pessoa vai responder que sim.
Mas se tirarmos os autores e colocarmos as ideias na mesa, a coisa certamente irá se inverter. Os "espíritas" brasileiros não sabem , mas são roustainguistas de carteirinha, praticando com exatidão as ideias do advogado que desfiou Allan Kardec.
Claro que alguns pontos mais polêmicos de Roustaing não são totalmente seguidos, como a dos Criptógamos Carnudos que, segundo dizem, parece ser um cruzamento de verme, lesma e planta. Se tivessem dito que os espíritos podem reencarnar em gatinhos fofinhos, esta ideia seria melhor aceita. Já a teoria do Jesus fluídico (ou Jesus fantasma) é aceita por alguns "espíritas", recusada por outros.
Mas quem leu as obras de Roustaing e comparou com a de Kardec, conseguiu perceber que as de Roustaing são bem mais digeríveis, embora sejam tçao nutritivas quanto um gorduroso fast-food. Kardec pode até ter prestígio e parecer mais simpático, mas pegue as obras da codificação, que exigem senso crítico, discernimento, iniciativa de pesquisa e coragem para contestar e analisar, confrontando dados.
Complicado para quem antes era católico como os "espíritas" brasileiros, acostumados a facilidade que a fé tem de dispensar qualquer tipo de esforço intelectual. Compreender a realidade exige esforço e a religiosidade surge para dispensar os fiéis desse esforço que parece desagradável.
Por isso que é mais conveniente para os "espíritas" brasileiros bajular Kardec e seguir as ideias de Roustaing. Kardec tem a imagem e a reputação, mas Roustaing tem o embasamento pseudo-filosófico mais adequado à irracionalidade cristã dos brasileiros. O prestígio de um com as ideias confortáveis do outro tem feito do Espiritismo brasileiro uma bagunça. Mas é uma bagunça que agrada a muitas pessoas. Uma bagunça que organiza o poder e os lucros financeiros das lideranças "espíritas".
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