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A falácia do "Coração do Mundo"

(Autor: Kardec McGuiver)

Países são divisões políticas estabelecidas entre os homens por meio de acordos. Os limites estabelecidos não são sagrados, são mutáveis e a divisão ou junção de nações pode beneficiar ou não as população dependendo do contexto e não da divisão em si. 

Na verdade não existe a ideia de pátria. É um conceito inventado pelos humanos que se assemelha ao amor que se tem a uma casa. Mas ninguém vive na mesma casa eternamente e uma casa pode sofrer alterações, se expandir ou se reduzir, para satisfazer quem vive nela.

O Espiritismo não aprova o sentimento de patriotismo. Para o verdadeiro espírita, pátrias não existem e cada país é como foi mencionado no primeiro parágrafo: divisões político-geográficas que correspondem a acordos firmados entre seres humanos.

Mas, copiando os Estados Unidos, cuja sociedade tem a tradição de divinizar a pátria, os brasileiros entenderam que é honra divinizar o Brasil, tratando a pátria como algo indivisível que merece ser adorado com o maior fanatismo possível. 

A pátria virou uma entidade abstrata que merece ser bem tratada mesmo que a vida de sua população seja a pior possível. Seus símbolos, sua cultura e seus estereótipos são considerados mui mais importantes que seu povo. Em suma, a Pátria é o segundo Deus em que as pessoas acreditam.

E Chico Xavier, beato crédulo, que por isso transformou a razão em supérfluo, acreditava na pátria como divindade. Ingênuo, pensava que o Brasil seria o maior país do mundo pelo simples fato de ser religioso, tratando como certeza uma mitologia religiosa que a razão demoliria sem hesitar.

Ele inventou esse ilusão chamada de "Coração do Mundo" (como se coração é que pensasse, e não o cérebro), uma tolice sem pé nem cabeça que é incompatível com a realidade observada no país desde o seu descobrimento, narrado no livro escrito pelo médium ingênuo como se fosse uma fantasia, um  conto-de-fadas.

Por isso mesmo muitos falsos-espíritas, crentes no que diz seu mestre-maior, o médium-intruso, embarcaram na canoa furada do patriotismo "espírita". Confiantes no médium que acreditam ser sábio (um sábio que não pensa, fale lembrar), trataram logo de, ai invés de eliminar, reforçar esse patriotismo tolo que é totalmente contraditório ao verdadeiro Espiritismo, já que patriotismo é sentimento MATERIALISTA. Pátrias são divisões materiais, estabelecidas por seres humanos ENCARNADOS. Não é compatível com a doutrina o sentimento de patriotismo.

O que o Espiritismo recomenda é o amor à pessoas e ao meio ambiente. O culto a divisões estabelecidas politicamente são materiais e transitórias. Países podem muito bem ser fragmentados como aconteceu com a União Soviética. Certamente o que aconteceu na URSS seria visto como grave heresia se fosse feita no Brasil, um país cujos problemas são agravados pela imensa unidade territorial. 

Os estados do Brasil seriam muito melhor desenvolvidos se não pertencessem a um mesmo país. Mas a grandiosidade do país favorece a grandiosidade dos problemas, injustiças e corrupção que existem há anos no Brasil. Mas fazer o quê? As lideranças não querem, o povo submisso também não quer. Fica tudo como está, sendo o Brasil uma forma de divindade em forma de terreno, protegida pelo "deus" Chico Xavier, o simpático enganador tão amado por todos.

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