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J. B. Roustaing, Amauri Xavier e João de Deus "voltarão" para cobrar dívidas dos "espíritas"


(Autor: Professor Caviar)

De ambos os lados, seja pela luta contra a deturpação e as fraudes, seja pelo empenho de radicalizar a deturpação, o "movimento espírita" jogou, pelo menos, três figuras importantes para debaixo do tapete, tentando reservar a eles o esquecimento.

Jean-Baptiste Roustaing, ou J. B. Roustaing, foi o deturpador pioneiro que forneceu as bases igrejeiras do "espiritismo" brasileiro. Sua obra Os Quatro Evangelhos, supostamente atribuído aos quatro evangelistas (João, Lucas, Mateus e Marcos), foi um laboratório para a catolicização brasileira, sendo a raiz dos desvios doutrinários que tiraram os "espíritas" brasileiros do caminho guiado por Allan Kardec.

No entanto, com o tempo Roustaing foi "engavetado" pelo "movimento espírita" depois que o "médium" mineiro Francisco Cândido Xavier, conhecido como Chico Xavier, adaptou as ideias roustanguistas para a realidade brasileira. Como houve uma adaptação brasileira, os dirigentes "espíritas" puderam descartar Roustaing e fingir que as bases doutrinárias estão rigorosamente respeitadas.

Amauri Xavier foi sobrinho de Chico Xavier e, induzido a seguir a tarefa do tio, resolveu denunciar a farsa da "mediunidade", mas o lobby que envolvia o "médium" de Pedro Leopoldo reagiu criando uma campanha caluniosa contra o jovem e ele morreu de maneira suspeita, prematuramente, em 1961. Segundo a revista Manchete, Amauri recebeu ameaças de morte do "meio espírita".

O rapaz foi reservado ao esquecimento. A Internet inicialmente foi povoada de estórias confusas, trocando sobrenomes, inserindo boatarias etc. Amauri Xavier Pena (a mãe era irmã de Chico Xavier, e seu sobrenome é o do meio) virou "Amauri Pena Xavier", ele foi creditado até como "falsificador de dinheiro" - ele rasurou uma nota, mas a boataria sugeriu que ele tinha uma pequena oficina de falsificação de moedas - e que ele morreu aos 27 anos apenas porque "bebeu muito". É pouco provável que pessoas que bebam muito desde a juventude faleçam nessa idade, pois a tendência é morrer pelo menos uns dez anos mais tarde. Há indícios de que ele teria sido envenenado, conforme Manchete reportou sobre o modo de como Amauri seria assassinado.

João Teixeira de Faria, o João de Deus, era "médium curandeiro" e é latifundiário. Era festejado pelo "movimento espírita" e tido como uma nova promessa, apesar de ser idoso. Mas as denúncias de crimes que variavam de assédio sexual e estupro a porte de arma e lavagem de dinheiro o fizeram ser descartado pelos "espíritas".

A Federação "Espírita" Brasileira foi imediatamente reverter a sua posição - chegou-se a publicar revistas tratando João de Deus como um ícone "espírita" - e passaram a renegar o "médium" goiano, tratando-o como um "estranho ao movimento".

O "movimento espírita" tentou se livrar destes três nomes visando obter vantagens. A "catolicização" já pegava mal e o nome de Roustaing passou a ser um "palavrão". Amauri criou um escândalo, mas como faleceu muito jovem, e se tornou apenas um personagem "menor" da historiografia "espírita" brasileira. E o "médium" goiano tornou-se persona non grata pelo acúmulo de crimes que causaram reboliço e escandalizaram o meio "mediúnico" brasileiro.

O "espiritismo" brasileiro, tomado de ideias católico-medievais, produtor de obras literárias fake tidas como "mediúnicas" e vivendo numa licenciosidade em que Kardec pode ser traído o tempo todo que depois é bajulado pelos próprios traidores, não sabe que Roustaing, Amauri e João "voltarão" para o "espiritismo".

Tudo isso se confirma porque, na vida, sonegar responsabilidades significa que as cobranças virão um dia. E as cobranças de dívidas serão grandes. É inútil que os "espíritas" se digam "endividados", como numa falsa postura autocrítica, mas dizendo isso como que quisessem se livrar das responsabilidades pelas consequências drásticas, porque o efeito bumerangue volta. Os fatos comprovarão que o "espiritismo" brasileiro que faz o que quer com Kardec, ignorando seus ensinamentos mais urgentes e só aproveita o que lhes agrada ou dá vantagem, terá que acertar contas com aqueles que tentou se livrar como marimbondos enxotados pelos braços de alguém.

Não dá para fingir que "errou muito mas aprendeu", forjar falsa autocrítica que só serve para proteger vaidades e dissimular o orgulho, sem enfrentar as consequências. O que se evitou de ser enfrentado antes será enfrentado com mais intensidade e gravidade depois. Não se afasta um furacão ou tsunami com uma placa de "desvio" colocada na frente. Por isso é que os problemas da deturpação espírita que foram escondidos debaixo do tapete voltarão à tona com maior intensidade que antes. A "data-limite" se voltará ao próprio "movimento espírita".

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