Pular para o conteúdo principal

Com o (mau) exemplo de Chico Xavier, Brasil virou paraíso de arrivistas e algozes

(Autor: Professor Caviar)

O Brasil virou um país das caneladas, do arrivismo, da mediocridade triunfante, do crime impune, da violência estimulada, do bullying, do colega de trabalho que puxa o tapete do outro. Um "mundo cão" que nunca sai do seu "complexo de vira-lata" e no qual a banalidade dos erros faz com que errar demais na vida tornou-se não só socialmente tolerado, mas até mesmo socialmente estimulado.

Isso é favorecido porque o sujeito que é considerado "o mais iluminado do país" foi um arrivista que o jogo das conveniências pôde fazer crescer e se tornar um ídolo religioso, agora admirado de forma ainda mais confusa, um "médium imperfeito" que, no entanto, é ainda tratado como semi-deus por fanáticos que não se assumem como tal e ainda dizem que seu ídolo não deve ser visto como semi-deus. Que maluquice, não é?

Sim, falamos de Francisco Cândido Xavier, que as pessoas conhecem pelo apelido de Chico Xavier. Muito se fala de sua "pessoa pura e sem máculas", do "sujeito que se dedicou aos necessitados", do "médium das pessoas de pés descalços" e tantas falácias nesse sentido, mas o passado dele confirma que ele cometeu irregularidades e delitos diversos, inclusive podendo ser enquadrado no crime de falsidade ideológica, usando nomes de pessoas mortas para "legitimar" opiniões pessoais do "médium", um sujeito ultraconservador que ele foi por toda sua vida.

Se o Primeiro Mundo não conseguiu entender como se dá a mediunidade, como se dá o contato dos vivos e dos mortos e ainda tinha que enfrentar charlatões dessa prática, por que o Brasil, ainda muito menos informado, iria trazer as respostas sobre fenômenos da paranormalidade?

A verdade é que as práticas são fraudulentas e há provas, sim. No que se diz às "psicografias" de Chico Xavier, há muitas provas consistentes de que elas são uma farsa, com denúncias de que dirigentes da FEB estavam envolvidos na elaboração das mesmas, incluindo o próprio presidente Antônio Wantuil de Freitas, o ex-presidente Manuel Quintão e o editor Luís da Costa Porto Carreiro Neto. Fora outros "pistolões" que estavam por trás da "máquina de fazer dinheiro" dos livros de Chico Xavier.

Mas isso não é só. Nas "cartas mediúnicas", há fortes indícios e, ainda por cima, provas de que Chico Xavier tomou por base pesquisas bibliográficas - da imprensa ao material escrito deixado em vida por algum morto não-famoso - e "leitura fria" (interpretação de dados ocultos através de detalhes íntimos e reações comportamentais dos parentes e amigos dos mortos) para produzi-las. Houve mesmo informações de jornais que eram mandados pelo correio para Uberaba, para que Chico Xavier se informasse melhor sobre algum morto.

São coisas vergonhosas. Fala-se que Chico Xavier foi traído ou enganado por Otília Diogo, mas fotos confirmam que ele era cúmplice do triste espetáculo, e vinda de gente solidária, o fotógrafo Nedyr Mendes da Rocha. Chico Xavier estava alegre e comunicativo demais e aparecia desenvolto ao lado de Otília fantasiada de "Irmã Josefa", uma atitude muito entusiasmada para que o "médium" seja tido como enganado ou iludido pela farsante.

BRASIL VIROU O PAÍS DO "VALE-TUDO"

Muitos vêm com essa conversa: "Sim, Chico Xavier errou muito, errou demais, mas depois aprendeu". Não, não aprendeu. Ele apenas deixou de errar como todo arrivista, apenas por "falta de interesse". Conseguiu-se o que queria, se "aposenta" do erro, sem um real remorso a atos dessa natureza. A porta já foi arrombada, o arrivista entrou e agora é deitar na cama depois da fama.

Chico Xavier nunca recuperou as bases doutrinárias do Espiritismo original, sua filantropia foi fajuta e, confirmadamente, nada contribuiu para a melhoria de nosso país e seu reacionarismo se tornou irrecuperável até o fim de sua vida.

Infelizmente, muitos apelam para o pensamento desejoso, e há muito idiota na Internet bancando o "intelectual", caprichando nas desculpas esfarrapadas através de falácias que simulam objetividade, mas só servem para proteger suas convicções pessoais cheias de fantasias e desinformações.

E isso permitiu que o Brasil fosse um país de arrivistas. Chico Xavier, tendo sido um fraudador de livros e deturpador doutrinário, pôde se ascender na vida, virando uma pretensa unanimidade a ponto de, mesmo sendo reacionário aos níveis de um bolsonarista (é só ver as ideias de Chico Xavier que chegará a essa conclusão), recebia o apoio ingênuo e complacente de esquerdistas, assim como, mesmo sendo um deísta radical, era também ingenuamente apoiado por ateus. E se ele foi capaz disso, qualquer arrivista ou mesmo algoz pode ser capaz de subir na vida, mais do que muita gente com melhor competência e maior responsabilidade para isso.

É por isso que temos uma mentalidade moralista muito confusa, que faz com que feminicidas que deixassem a cadeia tivessem maior facilidade de conquistar novas namoradas - com personalidade e beleza surpreendentemente atraentes - do que muitos homens mais dignos, sensíveis e respeitosos, aos quais se reserva a solidão e as dificuldades surreais de conquistas amorosas.

É por isso que temos alguns fenômenos muito conhecidos no imaginário brasileiro, e que servem para tornar o nosso país um paraíso de arrivistas e algozes, em que o erro grave deixou de ser visto como um defeito para se tornar uma "receita para o sucesso":

1) COMPLEXO DE VIRA-LATA - Trata-se de um estranho orgulho em ser inferior, sob vários aspectos, que vão da burrice (creditada como uma "inteligência mais pé-no-chão") à sordidez, que permite a desigualdade social em que pessoas abusivamente obtém privilégios e vantagens enquanto pessoas dignas sofrem infortúnios pesados e são aconselhadas até a conviver eternamente com as desgraças. Essa ideologia do "complexo de vira-lata" faz com que o Brasil permaneça na zona de conforto de se conformar com seus próprios problemas e desastres, ficando indisposto a agir para ter alguma melhoria.

2) FALÁCIA DO "GENTE COMO A GENTE" - Essa retórica tem muito a ver com o preconceito elitista, que atribui à simplicidade humana o triste hábito de agir errado sempre. Se embriagar, passar a perna para derrubar o outro, atirar primeiro e perguntar depois, agir com grosseria, escrever besteira nas redes sociais, tudo isso se torna um cruel preconceito social, quando é atribuído a uma suposta simplicidade e humildade humana, que aposta na banalização do erro para manter o país na mediocridade social em que vive.

3) MEMÓRIA CURTA - Recurso que faz com que algozes, corruptos, aproveitadores e criminosos tenham seu passado esquecido. Agindo com arrivismo, eles cometem práticas ilícitas ou, em alguns casos, apenas inconvenientes, mas, na medida em que conquistam o objetivo desejado, bancam os "certinhos" e "sepultam" esse passado, criando uma narrativa plantada quando eles já estão com a vantagem obtida. É mais ou menos como narrar a corrida de um trapaceiro a partir do troféu que ele conquista com a vitória obtida, reservando ao "esquecimento" os meios ilícitos de alcançá-la.

4) JEITINHO BRASILEIRO - É uma série de medidas dos mais diversos tipos que fazem com que o arrivista ou o algoz privilegiados busquem vantagens ou não percam as vantagens obtidas. Não raro os arrivistas encontram encrencas eventuais, que os fazem perto de perderem o que conquistaram, mas o jogo das conveniências permite contornar a situação e os trapaceiros e facínoras conseguem se manter em vantagens pessoais, mesmo quando é necessário fazer uma concessão aqui e ali (no caso de Chico Xavier, a adoção do pseudônimo "Irmão X" para ele continuar usurpando Humberto de Campos sem sofrer novos processos judiciais).

5) PENSAMENTO DESEJOSO - Essa mania de usar a fantasia para justificar a realidade faz com que pessoas tentem interpretar os fatos não da maneira como são, mas do jeito que desejariam que fosse. E isso permite com que tudo fique como está, sobretudo quanto o idiota "intelectualizado" da Internet faz seu malabarismo de palavras para tentar justificar qualquer ideia conforme suas convicções, perdendo o tempo com réplicas falsamente objetivas e pretensamente imparciais. Ele fica justificando o equívoco tal, a imperfeição acolá, através de seus desejos, concessões e opiniões, mas de forma que pareça "realista", mas tudo isso não passa de uma manifestação do pensamento desejoso, ao qual se busca, desesperadamente, algum verniz "lógico" para ideias sem lógica.

Essas são as principais ideias que permitem que os arrivistas e algozes mantenham suas vantagens e privilégios. E os brasileiros estão apegados à sua própria mediocridade, à qual se tornam reféns, na medida em que, com base no pensamento desejoso, se acredita piamente que o progresso humano será obtido com uma coleção de erros graves e até mesmo crimes, como se a estupidez fosse um pré-vestibular para a sabedoria. 

Ainda que sejamos ignorantes buscando o saber, tais alegações soam absurdas, e o que vemos é a vitória da sordidez humana, da malandragem, da esperteza, enquanto pessoas dignas são entregues à tragédia e ao infortúnio. Daí um sujeito que sintetizou a esperteza (como a de Aécio Neves), o reacionarismo (como a de Jair Bolsonaro) e o oportunismo paternalista (como a de Luciano Huck) o "médium" Chico Xavier, é considerado um semi-deus dentro daquela perspectiva medíocre do "médium imperfeito", como se a mediocridade humana pudesse comprar um ingresso para o Céu.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Publio Lentulus nunca existiu: é invenção de "Emmanuel" da Nóbrega! - Parte 3

OBS de Profeta Gandalf: Este estudo mostra que o personagem Publio Lentulus, utilizado pelo obsessor de Chico Xavier, Emmanuel, para tentar dizer que "esteve com Jesus", é um personagem fictício, de uma obra fictícia, mas com intenções reais de tentar estragar a doutrina espírita, difundindo muita mentira e travando a evolução espiritual. Testemunhos Lentulianos Por José Carlos Ferreira Fernandes - Blog Obras Psicografadas Considerações de Pesquisadores Espíritas acerca da Historicidade de Públio Lêntulo (1944) :   Em agosto de 1944, o periódico carioca “Jornal da Noite” publicou reportagens investigativas acerca da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.   Nas suas edições de 09 e de 11 de agosto de 1944, encontram-se contra-argumentações espíritas defendendo tal mediunidade, inclusive em resposta a uma reportagem anterior (negando-a, e baseando seus argumentos, principalmente, na inexistência de “Públio Lêntulo”, uma das encarnações pretéritas do

Provas de que Chico Xavier NÃO foi enganado por Otília Diogo

 (Autor: Professor Caviar) Diante do caso do prefeito de São Paulo, João Dória Jr., que divulgou uma farsa alimentícia durante o evento Você e a Paz, encontro comandado por Divaldo Franco, o "médium" baiano, beneficiado pela omissão da imprensa, tenta se redimir da responsabilidade de ter homenageado o político e deixado ele divulgar o produto vestindo a camiseta do referido evento. Isso lembra um caso em que um "médium" tentava se livrar da responsabilidade de seus piores atos, como se ser "médium espírita" permitisse o calote moral. Oficialmente, diz-se que o "médium" Francisco Cândido Xavier "havia sido enganado" pela farsante Otília Diogo. Isso é uma mentira descarada, sem pé nem cabeça. Essa constatação, para desespero dos "espíritas", não se baseia em mais um "manifesto de ódio" contra um "homem de bem", mas em fotos tiradas pelo próprio fotógrafo oficial, Nedyr Mendes da Rocha, solidário a

Um grave equívoco numa frase de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar) Pretenso sábio, o "médium" Francisco Cândido Xavier é uma das figuras mais blindadas do "espiritismo" brasileiro a ponto de até seus críticos terem medo de questioná-lo de maneira mais enérgica e aprofundada. Ele foi dado a dizer frases de efeito a partir dos anos 1970, quando seu mito de pretenso filantropo ganhou uma abordagem menos confusa que a de seu antigo tutor institucional, o ex-presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas. Nessa nova abordagem, feita sob o respaldo da Rede Globo, Chico Xavier era trabalhado como ídolo religioso nos moldes que o jornalista católico inglês Malcolm Muggeridge havia feito no documentário Algo Bonito para Deus (Something Beautiful for God) , em relação a Madre Teresa de Calcutá. Para um público simplório que é o brasileiro, que anda com mania de pretensa "sabedoria de bolso", colecionando frases de diversas personalidades, umas admiráveis e outras nem tanto, sem que tivesse um