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Chico Xavier, um mero personagem de dramaturgia?


(Autor: Professor Caviar)

Falecido no último domingo, o ator e comediante Lúcio Mauro, a exemplo de Nelson Xavier no cinema, já interpretou o "médium" Francisco Cândido Xavier. Infelizmente, Lúcio e Nelson foram talentos formidáveis que, no entanto, se deixaram fazer, com gosto, esse serviço de interpretarem um deturpador do Espiritismo em enredos que mais parecem ficção de novela. E, no fundo, são.

A interpretação de Lúcio Mauro foi no Caso Especial da Rede Globo - da mesma empresa da Globo Filmes, que bancou Chico Xavier - O Filme - , intitulado Um Infinito Amor, produzida e transmitida em 1983. Vendo esse título (que lembra mais título de novela das nove), ficamos babando diante da sorte dos estadunidenses, que, pelo menos, têm na expressão "Infinito Amor" consagrada por uma canção romântica de Lionel Richie, "Endless Love", que ele mesmo cantou com Diana Ross.

Evidentemente o enredo sempre passa pela imagem do "médium caridoso" que se consagrou nos últimos 40 anos e que enganou milhares e milhares de pessoas. Afinal, essa "caridade" tão festejada e que, no fundo, só servia para blindar Chico Xavier, nunca teve resultados sociais concretos e nem o "médium" era responsável por ela.

Nós nos esquecemos que a "caridade" de Chico Xavier era, na verdade, uma ação de outras pessoas. Ele se limitava a pedir aos outros para dar donativos, fazer sopas e atender doentes. Chico, em si, nada fazia, mas levava os louros e os aplausos pelo trabalho alheio, como cigarra que se promove com o trabalho feito pelas formigas. E, como se não bastasse, essa "caridade" ainda se expressa na forma fajuta do Assistencialismo, que só trazem benefícios superficiais e de baixa eficiência.

Isso é extremamente ridículo e estúpido e mostra o quanto as pessoas são hipnotizadas por uma simples fascinação obsessiva. Chico Xavier é blindado pelo que não fez, mas que se tornou a sua marca. Tratam seus erros gravíssimos e até criminosos - como produzir falsa psicografia que, confirmadamente, destoa dos aspectos pessoais dos supostos autores espirituais - como se fossem "pequenas molecagens do passado" e ainda usam a "caridade" como desculpa para livrar a culpa do "médium" por seus erros, inúmeros e preocupantes.

Essa imagem de "filantropia" foi construída com uma retórica dramatúrgica, que poucos conseguem perceber o seu grau fantasioso. Um grave e vergonhoso deturpador do Espiritismo, que arruinou a compreensão da Doutrina Espírita inserindo nela igrejismo medieval e moralismo retrógrado (aquele papo de "sofrer sem mostrar sofrimento"), é visto como um pretenso símbolo de "paz" e "fraternidade", através de clichês do fanatismo católico-medieval.

As pessoas são tomadas de cegueira emocional - afinal, o "olhar do coração" cega porque coração não substitui os olhos e, além disso, "o que os olhos não veem o coração não sente" - que fazem cair no conto do "médium filantropo" que nunca passou de uma retórica de novela da TV aplicada à idolatria religiosa.

Não é à toa que Chico Xavier sempre foi um queridinho das estrelas de TV, desde que a TV Tupi já se estabilizava como veículo influente da grande mídia. E, agora, como um protegido da Rede Globo, o "médium" goza de uma imagem de "caridoso" que mais parece enredo de novela, motivado por apelos meramente emocionais, mas sem qualquer fundamento racional que lhe sustente. Até porque seria bom demais um deturpador do Espiritismo se transformar num caridoso de verdade. Devemos abrir mão desse "olhar do coração" que tanto cega nosso cérebro.

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