Pular para o conteúdo principal

"Espiritismo" brasileiro faz pessoas mais velhas ficarem ansiosas e egoístas


(Autor: Professor Caviar)

O "espiritismo" brasileiro é uma medonha aberração religiosa que fugiu dos ensinamentos de Allan Kardec e investiu num igrejismo viciado que demonstra um moralismo bastante retrógrado e um consentimento com o sofrimento da pessoa, sob a desculpa de que, no mundo espiritual - que existe, mas ainda é um enigma sobre a maneira como ele realmente seria - , "tudo será melhor".

Só que essa visão um tanto distorcida da "vida futura" só cria problemas. Faz com que as pessoas que seguem esse "espiritismo" tão igrejeiro se tornem ansiosas e egoístas. O moralismo de Francisco Cândido Xavier torna-se traiçoeiro e até atrai mau agouro, pela promessa de um "mundo maior" feito sob os devaneios grotescos da perspectiva terrena.

Diante disso, o "espiritismo" se torna insensível diante do gravíssimo problema de pessoas com personalidade diferenciada morrerem cedo. Elas têm o curso de vida interrompido para sempre, porque, na próxima encarnação, haverá dificuldades em executar os mesmos planos de vida da encarnação encerrada.

O "espiritismo" brasileiro é nocivo quando fala em "vida futura", fazendo com que pessoas mais velhas cobrem demais dos mais jovens, pela ansiedade de uma transformação qualquer na vida. E como o moralismo "espírita" fala em servidão e sacrifícios na juventude, isso cria uma série de distorções que faz com que as pessoas se tornem ainda mais egoístas a partir da vida adulta.

Os sacrifícios extremos oprimem a pessoa na juventude, fazendo com que, com o tempo, a vida adulta de bonanças se tornasse um tempo de cobranças e ansiedades. O corpo físico perde a energia, e, por isso, a pessoa que conseguiu sua bonança após décadas de sacrifício, até pela insatisfação por conta das limitações físicas, e aí a pessoa mais velha sai por aí com ansiedade de realizar as coisas que a juventude de trabalhos pesados não permitiu, e ainda mais quando o prazo natural do corpo físico começa a se esgotar.

Os mais velhos se tornam insensíveis, conservadores e, no caso das mulheres, há o apego à beatitude religiosa que faz do "espiritismo" de Chico Xavier uma forma revigorada do Catolicismo medieval. E aí se tem um sentimento egoísta muito perigoso, combinado com a ansiedade: supor qual dos filhos ou netos vai morrer primeiro, retornando ao "mundo maior".

"MALDIÇÃO DOS JOVENS MORTOS"

As "cartas mediúnicas" de Chico Xavier despertaram, por acidente, esse sentimento macabro. A figura do "médium" que via fetiche em mortos prematuros - boa parte dos "psicografados", como Humberto de Campos, Irma "Meimei" de Castro Rocha e Jair Presente, foram mortos precoces - se torna fonte de azar para muitos de seus devotos na meia-idade, que por uma eventualidade, perdem seus melhores filhos na flor da idade.

Com a ilusão da "vida futura" tal como é apresentada no moralismo "espírita", isso faz com que muitas famílias acabem tendo, sem querer, um sentimento mórbido, uma perspectiva e um perigoso presságio de qual dos jovens filhos irá morrer primeiro.

Isso é tão macabro quanto, em tribos primitivas, os pais tenham que oferecer seus filhos para morrerem na boca de um vulcão para que os genitores purifiquem suas almas. A "maldição dos jovens mortos" relacionada a Chico Xavier se deve ao fato de alguns de seus devotos terem perdido filhos prematuramente: as atrizes Nair Bello e Ana Rosa, o diretor de TV Augusto César Vannucci e o desenhista Maurício de Souza são alguns deles.

O pior é que os pais passam a ficarem felizes com as mortes prematuras, porque as supostas "cartas mediúnicas" (não vamos comentar aqui as fraudes relacionadas, porque já o fizemos em outros textos), supondo que os falecidos "estão bem, no mundo espiritual", criam esse sentimento, que parece ser de uma generosidade e uma serenidade muito grandes, mas em verdade isso expressa um egoísmo bastante perverso. Que serenidade maléfica as famílias acabam sentindo por tais tragédias!

O "espiritismo" brasileiro, calcado na Teologia do Sofrimento, não sabe o quanto tragédias prematuras são verdadeiros desperdícios de vidas. As pessoas interrompem seu curso de vida, e podem reencarnar, mas dificilmente repetirão ou recomeçarão o caminho interrompido. Será preciso muita sorte para, ao menos parcialmente, o projeto de vida perdido ser recuperado, como um esforço mental em reescrever um texto que se perdeu.

É uma grande falta de respeito, uma grande ofensa ao morto prematuro, ficar feliz porque ele está na "vida maior" e "recomeçará tudo" na vida futura. Aliás, essa pessoa não recomeçará, e mesmo quando tenta repetir aquilo que a vida prematuramente interrompida cancelou, não será da mesma maneira, tendo que conviver com pessoas diferentes, usar métodos e técnicas diferentes, atuar em lugares diferentes e sob condições bastante diversas.

É verdade que a humanidade terá que fazer reboots de experiências perdidas, de forma que um considerável número de pessoas terá que reencarnar quase nas mesmas condições que tiveram na encarnação perdida. Uma série de retrocessos, desastres, trapalhadas, ganâncias e crimes impossibilitou as pessoas de irem adiante e, como repetentes de ano letivo, ninguém vai querer repetir uma série com um programa letivo da série posterior. Em outras palavras, um aluno da 6ª série que repetiu de ano não irá cursar novamente a 6ª série com o programa da 7ª ou da 8ª.

A reencarnação existe, mas cada encarnação é única. Já existe um prazo limitado de vida, estimado em 80 anos. Querer abreviar isso é uma perversidade e o "espiritismo" brasileiro, ao espetacularizar e glamourizar a morte, sobretudo de pessoas jovens ou relativamente jovens, só está estimulando sentimentos egoístas que ignoram que, quando alguém morre cedo, se aborrece de ter o caminho interrompido justamente quando começava a deslanchar.

É mais ou menos como ocorre na vida cotidiana. Suponhamos que uma pessoa executa uma tarefa, com planejamento e realização não muito fáceis e um esforço notável. De repente, alguém atrapalha essa tarefa e estraga tudo, destruindo o trabalho já feito. A pessoa que executava a tarefa fica naturalmente aborrecida e, mesmo podendo recomeçá-la, não será do mesmo jeito. É isso que os "espíritas" não entendem, quando ficam glorificando as tragédias prematuras e falam para pessoas mais velhas para ficarem felizes quando seus filhos, sobrinhos e netos morrem cedo...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Provas de que Chico Xavier NÃO foi enganado por Otília Diogo

 (Autor: Professor Caviar) Diante do caso do prefeito de São Paulo, João Dória Jr., que divulgou uma farsa alimentícia durante o evento Você e a Paz, encontro comandado por Divaldo Franco, o "médium" baiano, beneficiado pela omissão da imprensa, tenta se redimir da responsabilidade de ter homenageado o político e deixado ele divulgar o produto vestindo a camiseta do referido evento. Isso lembra um caso em que um "médium" tentava se livrar da responsabilidade de seus piores atos, como se ser "médium espírita" permitisse o calote moral. Oficialmente, diz-se que o "médium" Francisco Cândido Xavier "havia sido enganado" pela farsante Otília Diogo. Isso é uma mentira descarada, sem pé nem cabeça. Essa constatação, para desespero dos "espíritas", não se baseia em mais um "manifesto de ódio" contra um "homem de bem", mas em fotos tiradas pelo próprio fotógrafo oficial, Nedyr Mendes da Rocha, solidário a

Publio Lentulus nunca existiu: é invenção de "Emmanuel" da Nóbrega! - Parte 3

OBS de Profeta Gandalf: Este estudo mostra que o personagem Publio Lentulus, utilizado pelo obsessor de Chico Xavier, Emmanuel, para tentar dizer que "esteve com Jesus", é um personagem fictício, de uma obra fictícia, mas com intenções reais de tentar estragar a doutrina espírita, difundindo muita mentira e travando a evolução espiritual. Testemunhos Lentulianos Por José Carlos Ferreira Fernandes - Blog Obras Psicografadas Considerações de Pesquisadores Espíritas acerca da Historicidade de Públio Lêntulo (1944) :   Em agosto de 1944, o periódico carioca “Jornal da Noite” publicou reportagens investigativas acerca da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.   Nas suas edições de 09 e de 11 de agosto de 1944, encontram-se contra-argumentações espíritas defendendo tal mediunidade, inclusive em resposta a uma reportagem anterior (negando-a, e baseando seus argumentos, principalmente, na inexistência de “Públio Lêntulo”, uma das encarnações pretéritas do

Um grave equívoco numa frase de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar) Pretenso sábio, o "médium" Francisco Cândido Xavier é uma das figuras mais blindadas do "espiritismo" brasileiro a ponto de até seus críticos terem medo de questioná-lo de maneira mais enérgica e aprofundada. Ele foi dado a dizer frases de efeito a partir dos anos 1970, quando seu mito de pretenso filantropo ganhou uma abordagem menos confusa que a de seu antigo tutor institucional, o ex-presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas. Nessa nova abordagem, feita sob o respaldo da Rede Globo, Chico Xavier era trabalhado como ídolo religioso nos moldes que o jornalista católico inglês Malcolm Muggeridge havia feito no documentário Algo Bonito para Deus (Something Beautiful for God) , em relação a Madre Teresa de Calcutá. Para um público simplório que é o brasileiro, que anda com mania de pretensa "sabedoria de bolso", colecionando frases de diversas personalidades, umas admiráveis e outras nem tanto, sem que tivesse um