As paixões religiosas deixam os brasileiros em suas zonas de conforto da fé mistificadora.
Ficam reféns de suas próprias fantasias e da idolatria dos ídolos religiosos.
Não conseguem perceber quantos espertalhões se usam do aparato de "amor", "caridade", "fraternidade" ou mesmo "paz" para dominar e influenciar as pessoas.
O caso de Francisco Cândido Xavier é uma grande aberração que praticamente sequestrou o Brasil.
O maior deturpador do Espiritismo virou "dono" da doutrina kardeciana assim de graça.
Mas sua trajetória, muito diferente da vida do pedagogo Hippolyte Leon Denizard Rivail, foi marcada por muita confusão e incidentes nada positivos.
O pedagogo francês, que a posteridade o eternizou sob o pseudônimo de Allan Kardec, tinha uma vida discreta e marcada por uma trajetória íntegra, difícil porém sem graves incidentes nem confusões.
A de Chico Xavier, porém, sempre foi marcada por confusões e posturas estranhas, cuja responsabilidade comprovadamente se atribui ao próprio "médium".
Ele realizou fakes literários, com obras supostamente tidas como de literatos do além, que revelavam falhas grotescas em relação aos respectivos estilos literários dos autores mortos alegados.
Causou inúmera confusão e incidentes pesados que lhe renderam um processo judicial, que apenas pela sorte da complacência jurídica, não o puniu.
Como um Aécio Neves do passado, Chico Xavier era muito blindado.
Além disso, o "médium" adotou posturas reacionárias, fez juízos de valor perversos que atribuiu a autores do além, forçou personalidades mortas a estarem vinculadas a ideias pessoais dele.
E ainda defendeu a ditadura militar, o que faz ficarmos pasmos ao constatar que vários incautos acham que Chico Xavier é "progressista".
Chico foi o mais bem sucedido caso de arrivismo existente em toda a história do Brasil.
De um pastichador de livros - que, lembremos, contava com uma multidão de colaboradores, não do além-túmulo, mas das equipes editoriais da FEB - , o "médium" chegou a ser visto como um semi-deus.
A divinização chegou à cegueira emocional de divinizá-lo, que provoca o nunca assumido fanatismo de seus seguidores, que atinge proporções bastante perigosas.
Chico era um marqueteiro habilidoso, juntamente com o tino publicitário de seu padrinho, o então presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas.
Amante de espetáculos circenses, Chico era um adepto de práticas de ilusionismo e hipnose.
No começo de sua carreira, mostrava claramente um olhar maligno e sombrio, que destoa da imagem "iluminada" que predomina entre os brasileiros.
Chico era também um reacionário, que chegou ao ponto de acusar levianamente pessoas humildes, que frequentaram um circo em Niterói, no final de 1961, de terem sido romanos sanguinários.
Sim, o próprio Chico, oficialmente tido como "símbolo máximo de humildade".
Na verdade, um espertalhão que depois virou velho ranzinza a ridicularizar até mesmo os amigos do falecido engenheiro Jair Presente.
Chico não podia admitir que os amigos, que mais conviveram com Jair, desconfiassem das supostas psicografias, e classificou a desconfiança de "bobagem da grossa".
Assim, num comentário grosso, ríspido, irritado.
Se juntarmos os aspectos sombrios de Chico Xavier, coisas desagradáveis mas comprovadas com fatos e que escapam da "imagem dócil" das paixões religiosas, teremos uma conclusão muito amarga para os chiquistas.
A de que Chico Xavier envergonhou o país, com sua trajetória confusa e desastrada que avacalhou, com muita gravidade, o Espiritismo no Brasil.
Desmoralizou, com suas obras, o exaustivo trabalho de Allan Kardec.
Usurpou a memória dos mortos e forçou-os a "concordar" virtualmente com o pensamento individual do "médium", extremamente conservador, mistificador e medieval.
Seduziu as pessoas apostando em clichês do Ad Passiones, a falácia que se define por todo apelo emotivo feito para manipular corações e mentes de outrem.
Como ídolo religioso, muitos ignoraram o apoio que o "médium" recebia de setores mais reacionários e dominadores da sociedade, incluindo a Rede Globo de Televisão, que hoje blinda o beato católico de Pedro Leopoldo e Uberaba.
A vergonha maior é que as pessoas idolatram tanto o "médium" que acabam preferindo que suas vidas caissem em desgraça do que a reputação de seu ídolo sofresse o menor arranhão.
Chico Xavier fez seus seguidores inverterem os avisos do espírito Erasto, divulgado por Kardec.
Preferem que um país inteiro caia, do que um único "médium" deturpador e mistificador.
Chico Xavier envergonhou gravemente o país, mas há ainda uma vergonha ainda maior.
É o fanatismo daqueles que têm medo de fazer qualquer questionamento ao "médium", por serem dominados pela obsessão e subjugação das paixões religiosas.
Comentários
Postar um comentário