(Autor: Professor Caviar)
Os "espíritas" brasileiros reclamam da intolerância dada contra eles, como se eles tivessem razão em cometer as suas contradições, omissões e outras irregularidades, várias delas gravíssimas.
Quem critica a deturpação da Doutrina Espírita, sem poupar os deturpadores - não nos esqueçamos que eles são os praticantes e divulgadores da deturpação - , não o faz por intolerância religiosa, mas por intolerância à desonestidade, à mentira e à dissimulação.
Da "mediunidade" que não condiz à natureza pessoal do autor morto alegado ao igrejismo clonado da Igreja Católica, passando por devaneios materialistas do mundo espiritual usados para defender o sofrimento extremo na Terra, tudo isso faz do "espiritismo" uma religião cujo conteúdo se distanciou seriamente do legado original de Allan Kardec.
Toleramos movimentos religiosos como a Igreja Católica, as religiões muçulmanas e as protestantes porque, com todas as fantasias que apresentam, elas demonstram honestidade doutrinária e até mostram expressões culturais bastante interessantes.
Já o "espiritismo", que nem sequer identidade cultural possui, se serve do engodo doutrinário que clona ritos e dogmas da Igreja Católica, e se fundamenta na dissimulação de suas atividades e posturas inconvenientes. Há palestrantes "espíritas" que se dizem contra a "vaticanização", mas que são os primeiros a louvar o legado do imperador Constantino para Roma.
Hoje vemos o "espiritismo" caminhar para reduzir-se à mera repaginação do Catolicismo medieval jesuíta, que vigorou no Brasil-colônia, e isso se mostra evidente em muitos momentos. A exaltação de jesuítas nas "casas espíritas" de todo o Brasil sinaliza tudo isso.
É vergonhoso que seus palestrantes digam que rejeitam a "vaticanização" do Espiritismo, citem os alertas de Erasto e se julguem "rigorosamente fiéis a Kardec", mas cometem traições diversas, louvando o igrejismo e recomendando até romances "espíritas" do mais mofado moralismo medieval.
Ou então todos se escondendo pelo pretexto da "filantropia", aquela "caridade" que tanto impressiona a muitos não pelos resultados feitos - muito medíocres e limitados - , mas pela associação com o ídolo religioso e sua mística fabulosa do apelo à emoção (Ad Passiones), uma "bondade" que beneficia mais a reputação do "benfeitor" do que traz benefícios aos mais necessitados.
E isso piora as coisas, porque é o uso leviano da ideia de "caridade" para legitimar a deturpação e garantir o estrelato dos deturpadores, sobretudo os "médiuns" que vivem do culto à personalidade e fazem turnês em aviões de primeira classe para palestras em bons hotéis no Brasil e no mundo, enquanto os pobres só recebem poucos e frágeis benefícios. E temos que tolerar essa leviandade que ludibria as pessoas...
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