(Autor: Kardec McGuiver)
No fim dos anos 80, com a proximidade da última década do século XX, futurólogos, místicos, hippies, pseudo-cientistas, seitas e grupos afins a todos eles, com base em suposições feitas por místicos em geral, criaram um engodo chamado "Nova Era".
A "Nova Era" consistia em se preparar para a chegada do século XXI que, segundo várias previsões - feitas na base do "achismo", mas consagradas com o tempo - seri uma época de gigantescas transformações, principalmente nos seres humanos, que supostamente seriam mais inteligentes e mais altruístas, lançando mão da tecnologia como um impulsionador.
A ideia foi divulgada com muita exaustão. As prometidas transformações foram tratadas como certeza, criando um clima de otimismo na população - e claro, enriquecendo aqueles que trabalhavam com produtos relativos ao misticismo da "Nova Era".
Crentes que o chamado "Terceiro Milênio" ou "Era de Aquário" seria de grandes transformações, seitas que se consideravam "avançadas", como o "Espiritismo" brasileiro, embarcaram na onda, lançando mão dela para se promover e angariar adeptos e consequentemente, lucros.
Curiosamente é justamente no meio da onda da "Nova Era" que se encontra o auge de popularidade do "Espiritismo" brasileiro. Suas principais lideranças eram frequentemente convidadas a dar entrevistas e palestras para falar sobre a "Nova Era", usando de todo o pseudo-cientificismo capaz de enganar o mais racional dos crédulos.
Centros lotaram, livros venderam, fizeram filmes, novelas, suas lideranças viraram celebridades. Enfim, o modismo da "Nova Era" ajudou muito a popularizar o "Espiritismo" brasileiro, que lucrou muito com as promessas de intensa transformação que viriam com o século XXI.
Mas, chegada a segunda década do século XXI, a carruagem virou abóbora. A ideologia chamada de"Nova Era" foi direto para o ralo e descobrimos que o papo de transformação era uma farsa e que a mudança lenta e gradua referida por Kardec seria muito mais longa do que pensávamos.
O ser humano não mudou nada. Somos os mesmos medievais de séculos atrás. A "Regeneração" na verdade é o começo da entrada da fase de "Provas e Expiações", com muitos resquícios da grotesca fase primitiva. Ainda não sabemos domar nossos instintos e estamos cada vez mais ignorantes e insensíveis. O modismo da "Nova Era" não passou de uma festa passageira a nos divertir e a criar um falso otimismo.
Desacreditado e sem a prometida transformação regeneradora do "Terceiro Milênio", o "Espiritismo" brasileiro se encolhe, se isola e tanta sobreviver como uma igreja de fé cega. "Espíritas" descobriram que não são como mágicos, a ponto de fazer transformações bruscas em um curto espaço de tempo.
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