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"Espiritismo" e literatura 'fake'

(Autor: Wendel Nogueira de Andrade)

Quanta frustração eu tive quando pude me informar na Internet que as ditas "psicografias" de Francisco Cândido Xavier nunca passaram de obras fake, como se vê nessas páginas sinistras na rede. De início não acreditei e até me recusei a admitir essa farsa, porque era tomado pela reputação de "belas obras" e achava que as tais "lições de vida" bastavam para legitimar tais livros.

Quando eu era ligado ao Espiritismo que se faz no Brasil, eu li uns dois livros do suposto espírito Humberto de Campos. Um é o Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, e outro, Reportagens de Além-Túmulo. Também li o Parnaso de Além-Túmulo que Humberto resenhou em vida. Achava tudo autêntico, e insisti nisso quando vieram as primeiras polêmicas. Achava que, pelas obras serem agradáveis e apresentarem, em tese, mensagens positivas, tudo seria verídico. Nunca imaginava que se podia ser falso com mensagens aparentemente edificantes.

Pois hoje, um pouco mais informado com as coisas, depois de tanto parar para pensar e verificar as coisas sem a paixão religiosa que atribuía até flores de cera como criações da natureza, eu me encorajei a procurar os livros que Humberto de Campos lançou quando era vivo. Fiz uma garimpagem imensa e consegui pegar alguns livros dele. Quando terminei a leitura de todos eles, fui então pegar um livro do suposto espírito, creio que Lázaro Redivivo.

Tive um grande choque. Fui rever os livros do suposto espírito e os reli, e fiquei bastante decepcionado. O estilo do suposto espírito de Humberto de Campos é completamente diferente do escritor que esteve entre nós. E não é uma questão de mera mudança de ideias, mas de linguagem, de abordagem, de tudo. Parece uma outra pessoa, completamente diferente, e fiquei transtornado e muito chocado.

Muita gente falava que Chico Xavier era um farsante e eu não ligava. Eu estava enfeitiçado com a figura igrejeira e hipnotizadora do suposto médium, não podia admitir de jeito nenhum que ele fazia mensagens fake, visando o puro sensacionalismo do contato com o além-túmulo sem passar pelos critérios rigorosos do estudo espírita.

Eu sempre achava que o dito médium fosse uma pessoa sincera, que as confusões que ele provocava eram culpa sempre de seus detratores e que eu, na minha cegueira emocional, achava "lindas" e "róseas" as palavras um tanto ranzinzas que Chico Xavier dizia ou escrevia para as pessoas. E ver que ele criou um Humberto de Campos diferente do original me deixa bastante indignado. Só no Brasil para uma coisa dessas ser praticada com a mais absoluta impunidade, sendo até socialmente estimulada e aceita por muitas pessoas. É realmente muito, muito chocante.

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