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Carlos Vereza define Chico Xavier como "super-médium"

Carlos Vereza é um dos nomes que defendem o "movimento espírita" brasileiro. Ele interpretou, no cinema, um dos astros da doutrina, o médico Adolfo Bezerra de Menezes, um dos fundadores e primeiros presidentes da Federação "Espírita" Brasileira.

A adesão de atores a esta doutrina tem o peso que, nos EUA, tem a Cientologia. Se, lá, a influência de Tom Cruise e John Travolta levaram uma parcela de astros para a seita de David Miscavige, aqui são atores veteranos como Carlos Vereza, Ana Rosa, e, do passado, Nair Bello e Augusto César Vannucci que influenciam a adesão dos brasileiros à seita de Francisco Cândido Xavier.

Em entrevista ao portal Ego, o ator, também conhecido como ex-comunista e figurão da direita artística - popularmente conhecida pelas atuações do roqueiro Lobão e da apresentadora Rachel Sheherazade - e um dos membros do Instituto Millenium, disse que "já viu" espíritos materializados e legitima o "trabalho" do Lar Frei Luiz, localizado na Taquara, região de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Ele afirma que, durante a gravação do seriado Delegacia de Mulheres, obteve um problema no ouvido causado pelos barulhos de tiros de festim, Alegou ter recuperado a audição depois de uma cirurgia espiritual no Lar Frei Luiz, embora tenha mantido sem cura os zumbidos no ouvido.

Nota-se que, na entrevista, Carlos Vereza acredita que Chico Xavier era um "super-médium", por ter "todas as mediunidades" e era "capaz" de estar em dois lugares ao mesmo tempo, como se pudesse atuar em um lugar, permanecendo em outro. Algo que questionamos, já que existem muitas irregularidades na trajetória "mediúnica" do mineiro, comprovadas à luz da lógica e da investigação.

Vereza também afirma acreditar na visão mística dos extra-terrestres, semelhante à crença de Chico Xavier, e o ator manifestou também seu apreço por Ramatis, um estranho espírito mistificador que certas correntes do "movimento espírita" adotam, e outras não. Divaldo Franco, por exemplo, seria ramatisista, mas não há indícios de que Chico Xavier teria sido assim.

Alguns trechos da entrevista são aqui reproduzidos para dar noção de como é a postura "espírita" de Carlos Vereza, que pode não ter a projeção de um Tom Cruise, mas é uma celebridade das mais influentes para a adesão dos brasileiros a essa doutrina igrejista e mistificadora. Vereza está no ar atualmente com a novela "espiritualista" Além do Tempo, da Rede Globo de Televisão:

A novela tem uma temática espiritualista, doutrina que o senhor segue. O plano espiritual ajudou de alguma forma na audiência?

Sim e digo isso sem dúvida, no alto dos meus 76 anos. Acredito na intuição. Uma pessoa talentosa como a Elizabeth está sendo assessorada pelo plano espiritual de luz, tenho certeza disso.

Quando passou a seguir a doutrina espírita?

Há 27 anos, fiz um programa chamado 'Delegacia de Mulheres'. A cena final tinha tiros e colocaram muita pólvora no meu ombro esquerdo. Nisso, explodiu meu ouvido interno esquerdo. Visitei clínicas por três anos e nada adiantava. Foi aí que uma tia me recomendou a ir ao Lar (espírita) Frei Luiz. Eu não conhecia e ela me disse que um primo havia sido curado lá de uma leucemia.

E aí?

Fui todo quebrado, de cadeira de rodas, e, em sete meses, pude perceber através das operações espirituais que estava melhorando. A audição voltou, mas ficou um zumbido que não tem cura. Me ensinaram a controlá-lo espiritualmente.

Como são essas operações espirituais?

O espírito do doutor Frederick (von Stein, um médico alemão) se materializa com o ectoplasma do médium que fica deitado na cabine. Essa é uma substância que só os encarnados têm. O espírito aparece com a máscara de médico e fica ali por duas horas. Quem está no local vê isso e outros fenômenos, como espíritos de franciscanos e a mão do Frei Luiz levitando com um lírio.

Como reagiu ao presenciar isso pela primeira vez?

Não sabia que não podia tocar no espírito materializado e estava tão emocionado que peguei a mão dele. E não era uma mão que vazava como nos filmes de fantasma. Era uma mão como a de qualquer pessoa. Ele me deixou beijá-la, mas ele não falou nada. Na semana seguinte, perguntei se ele havia ficado zangado comigo por ter tomado bênção.

E o que ele respondeu?

Ele disse que não, que havia deixado para eu me certificar da existência do espírito. Depois me explicou que, em geral, não é aconselhável fazer isso porque dá um choque no médium que está na cabine. Esse médium realmente possuía várias pequenas queimaduras provocadas por esses choques. Se eu for falar do que os espíritos são capazes, dá para fazer um longa-metragem...

Conte alguns exemplos.

Chico Xavier era um médium que podia ficar em dois lugares ao mesmo tempo. Ele tinha todas as mediunidades, inclusive, a bicorporeidade. Santo Antônio também tinha. Ele estava vivo na Itália e o irmão ia ser executado em outro país. Ele ficou onde estava, se desdobrou e foi com o espírito materializado provar a inocência do irmão.

Como fica o corpo quando o espírito sai para se materializar em outro lugar?

Fica sonolento. Além do corpo físico, temos o corpo astral que tem a capacidade de se materializar em qualquer lugar. A física quântica prova isso. Você pega duas partículas subatômicas separadas. Mexe em uma, a outra reage. Mas esse dom da materialização é raro, depende do médium.

O senhor tem algum dom?

Só intuição e ela se aplica de uma forma muito didática e prática. Quando não sigo, quebro a cara.

Já viu espíritos?

Só escuto. No meu quarto, de vez em quando, eles batem na minha porta. Aí eu digo vá com Deus e volto a dormir. Tenho que gravar cedo no dia seguinte. Vou abrir a porta e ficar batendo papo? Pode demorar muito (risos).

Não fica com medo? Não existem só espíritos bons.

Há 27 anos, eu sairia correndo. Hoje em dia não mais. E quem bate em porta é espírito brincalhão. Não é mau e nem bom, mas gosta de se divertir, dando susto.

O senhor também acredita em vidas extraterrestres. Tem alguma ligação com a crença no espiritismo?

Tem sim. Jesus disse que a casa de seu pai tem muitas moradas e existe um espírito chamado Ramatis que há 40 anos já dizia que havia vida em Marte. Como espírito, ele foi lá. É muita pretensão achar que só há vida na Terra. Eu, por exemplo, já vi discos voadores e filmei (assista ao vídeo ao lado). Eram dois discos em cima da Pedra da Gávea (no Rio).

Foi a primeira vez que o senhor viu?

Não. A primeira vez foi em 1997 e eram muitos. Estava na varanda de um prédio na Barra da Tijuca e passaram vários discos em direção ao mar. Depois disso fiquei muito tempo sem ver até esse dia da Pedra da Gávea. A diretora do Observatório Nacional não desmentiu, só disse não saber o que eram aqueles objetos.

Eles já tentaram se comunicar contigo?

Uma vez de manhã o computador ligou sozinho. De repente, ele começou a falar em português. Depois em espanhol, inglês e alemão. Mudava de língua numa velocidade muito rápida. Cada país que eles passavam era de uma língua e iam mudando.

Por que eles não aparecem oficialmente?

Algumas pessoas tiveram contato. Mas, com alguns, eles chegam perto e dão tiros. Como eles vão reagir? Se eles possuem um disco que os possibilita vir até aqui, imagine a arma que eles possuem. Tenho relatos de ufólogos que dizem que extraterrestres estão desativando plataformas de foguetes atômicos na Terra, senão o planeta já tinha dançado. Mas vai chegar o momento que vamos ter o contato com eles.

Não há apenas ETs bons, né? Os filmes de Hollywood mostram os malvados, escravizando a Terra. Não teme isso?

Assim como os irmãos do bem podem chegar aqui, esses também podem. São esses que decepam bois e abduzem pessoas. Os do bem não fazem isso. Mas não acredito em escravização da raça humana.

O sumiço dos ETs por aqui teria alguma ligação com a crise que o país enfrenta?

Acho que sim, mas eles respeitam o livre arbítrio. Essa é uma lei sagrada em todo o universo. Eles não podem interferir no nosso livre arbítrio, prender os ladrões.

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