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A tese absurda

(Autor: Senhor dos Anéis)

Uma das teses absurdas que acreditam os defensores de Chico Xavier é que toda a confusão que veio de suas atividades seria "culpa" da revolta dos incrédulos e perseguidores da "boa figura" do "humilde médium".

Como um falso cristo armado pelo "movimento espírita", o Chico Xavier que é responsável por uma das piores e mais deploráveis deturpações da doutrina de Allan Kardec - em quatro centenas de livros o nome do mineiro é associado às piores e aberrantes contrariedades ao pensamento do professor francês - , é tido como "vítima" da "fúria" dos que duvidam de suas atividades.

É uma tese absurda, ridícula. Se Chico Xavier causou confusão, é pelas irregularidades que suas atividades representam, sob diversos aspectos. Fraudes, astúcia, conservadorismo ideológico, oportunismo. Isso não é ser ofensivo, difamador, desrespeitoso ou caluniador.

Paciência. Observamos as coisas à luz da lógica. Isso não é uma questão de materialismo, mas questão de nós, seres racionais, não nos rendermos a visões absurdas. Se tivéssemos que dar autenticidade a Chico Xavier, levando em conta sua figura "boazinha" que foi, teríamos que aceitar coisas surreais e aberrantes, em muitos casos sobrenaturais.

Não tem outra escolha. Ou contestamos Chico Xavier em nome da coerência dos fatos e da realidade, por mais dolorosa que esta seja, ou aceitamos tudo e fiquemos felizes e deslumbrados com tantos absurdos e fantasias dignas da ficção surrealista.

Só que não pensamos assim. Se questionamos Chico Xavier, apresentamos provas e argumentos. O mais doloroso é que essas provas e argumentos vão CONTRA a imagem deslumbrada de Chico Xavier, um velhinho de contos-de-fadas que havia sido encarnado, mas mesmo assim repousa até hoje nas mentes infantilizadas e teimosas de seus seguidores deslumbrados.

Temos que admitir que, analisando as obras de Chico Xavier, vemos contradições muito graves. São coisas preocupantes, desde fraudes nas supostas psicografias até mesmo transmissão de ideias que contrariam severamente o pensamento de Allan Kardec. E ainda dizem que o "médium" mineiro havia sido reencarnação do professor francês, e muitos acreditam nessa tolice!

É tanta confusão e muita incoerência, e elas não partem dos opositores de Chico Xavier. Não, não se trata de campanha contra uma "figura do bem". Trata-se de uma série de questionamentos e contestações, feitas calmamente em análises cuidadosas, e elas apontam sempre para hipóteses que prejudicam a reputação do até hoje festejado anti-médium brasileiro.

Não há como ver em Chico Xavier qualquer exemplo de coerência e bom senso. Até a tão alegada honestidade falha em muitos casos, como a usurpação tendenciosa de Humberto de Campos que soa como uma vingança de Chico com a resenha nada generosa que o autor maranhense fez em vida.

Como se fosse um feiticeiro de contos-de-fadas, Chico Xavier parecia ter dito: "Vou 'transformar' Humberto de Campos em padre. Vou escrever tudo como se fosse vindo de pároco de igreja e botar tudo no nome dele".

Era como uma revanche contra Humberto, que criticou a concorrência que teriam os autores vivos com obras atribuídas a autores mortos. Ironicamente, o Humberto das obras produzidas em vida foi passado para trás pelas obras supostamente atribuídas à sua "autoria espiritual".

E Chico Xavier, num único caso em que a usurpação indevida do nome de outrem não só é autorizado pela Justiça como também é estimulado e legitimado pelos seus seguidores, representa o quanto a impunidade pode ser apoiada até com entusiasmo, dependendo da pessoa.

Pois Chico Xavier foi o pioneiro nos fakes fazendo o mesmo que muitos internautas irresponsáveis fizeram, escrevendo textos próprios mas botando autoria de escritores falecidos ou, às vezes, até vivos, mas é poupado de qualquer crítica e as pessoas não desconfiam sequer do conteúdo das mensagens, aceitando a autoria "espiritual" mesmo quando ela destoa dos estilos originais dos autores alegados.

E isso deu origem a uma série de confusões e contradições, criando conflitos até entre os próprios seguidores de Chico Xavier, uns definindo ele como "profeta" e "cientista", outros o creditando apenas como "filantropo", quando muito "ativista" e "filósofo".

A partir de Chico Xavier, o próprio "espiritismo" brasileiro virou um rol de confusões, escândalos, conflitos, divergências e tudo isso levando em conta apenas as correntes igrejistas. Se diante desse quadro de muita confusão, em que num certo momento até Chico Xavier e Divaldo Franco se desentendem em vários pontos, onde encontrar coerência nisso?

Não há como. Onde existe confusão, não há como encontrar morada segura e confortável na coerência. O bom-mocismo "espírita" faz de tudo para arrumar aposento para a coerência dentro de seu cortiço doutrinário de confusões, escândalos e controvérsias.

Mas é impossível. A coerência é irmã da lógica e do bom senso, e se observarmos bem, toda a trajetória do "movimento espírita" é marcada por atitudes e procedimentos que contrariam o legado de Allan Kardec. Ele, a verdadeira personificação da coerência e do bom senso.

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