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Mesmo nos meios combatentes, o igrejismo ainda comanda

(Autor: Profeta Gandalf)

Tentei divulgar em uma comunidade no Facebook sobre Espiritismo uma das postagens passadas deste blogue e dois membros não gostaram do que foi escrita nela. Se incomodaram com a linguagem livremente informal e crítica da postagem enviada e exigiram uma profundidade maior quanto ao assunto, além de uma linguagem mais formal. 

Tentei contra-argumentar detalhadamente e com lógica as reclamações deles, mas um deles achou que eu não "aceitava conselhos", tendo que acatar o tal incômodo. Apaguei a minha postagem integralmente e desisti de estimular a análise lançada pelo texto do link sugerido. Espero não ser expulso da comunidade por causa desse mal entendido.

Mas se esqueceram eles que este aqui é um apenas um mero blogue, não um site formal, e posto aqui o que me vem na cabeça, amadoramente escrito da maneira que sei escrever, como se fizesse parte de um diário e não de um tratado oficial. Não tenho pretensões de transformar este blogue em fonte para estudos mais aprofundados, por mais sensatas que as postagens daqui sejam.

Tenho notado que anos e anos de deturpação foram mais nocivos do que se imagina. Ainda há entre os membros de uma comunidade que discute Espiritismo no Facebook, resquícios dessa igreja que a FEB acabou transformando o Espiritismo. Membros que exigem que adotemos uma espécie de "respeito sacro", como se ainda quisessem que a doutrina se transformasse em uma religião. Esperava que pudesse ter um pouco mais de liberdade nas postagens, já que não sou ofensivo, pois só critico os erros que realmente existem.

Aprendi que temos que ser duros com os falsos, perdoando sim, mas sem isentá-los da responsabilidade. E em muitos casos temos que adotar um linguajar mais firme com aqueles que se recusam a melhorar. Mas muitos acham que se ser duro é o mesmo do que ser desbocado, ou algo parecido. Não é.

Mas como a deturpação foi um erro que durou quase um século, fica quase impossível eliminarmos alguns cacoetes desta forma deturpada da doutrina. Como se tivéssemos medo de sair da influência da FEB e dos ídolos que ela criou, sobretudo Chico Xavier, tratado como se fosse um semideus. Como se a FEB e seus nomes consagrados ainda merecessem respeito, mesmo com toda a irresponsável deturpação que ainda insistem em fazer em nome do Espiritismo.

Creio que ser ofensivo seria fazer críticas falsas, inventando defeitos. Mas ser mansinho com quem vive nos prejudicando também não é uma boa ideia. Sou contra a violência, mas também sou contra a doçura ingênua. Escrevi um texto no meu blogue que foi entendido como "ofensivo" só porque a sua linguagem foi dura. Talvez eu devesse revisar o texto e falar numa linguagem mais igrejista, sei lá. Meu blogue é bem pessoal e não tem pretensões de ser uma fonte para estudos. Aqui escrevo meus desabafos contra tudo que está errado.

Noto um medo muito grande em criticar a deturpação, até por vários membros daqui. É compreensível, pois não se corrige um erro de muitas décadas em poucos minutos. Mesmo tendo emperrado de vez a evolução espiritual de seus seguidores (um grave erro na minha opinião), Chico Xavier ainda significa muito para essas pessoas, que o tem quase como um pai, um "salvador".

Ah, os reclamantes alegaram que o termo "chiquista" soou pejorativo. Pejorativo? Chamar de chiquistas os "espíritas" brasileiros nada tem de pejorativo. De acordo com a gramática, o sufixo "ista" passa a ideia de seguidor e ao citar a palavra "chiquista", acabo me referindo aos seguidores do médium Chico Xavier. Na verdade ofensivo é o fato destes "espíritas" se auto-rotularem como "kardecistas" sem seguir Kardec, apenas bajulando-o e usando seu nome para dar credibilidade aos erros que insistem em se manter. Curioso os reclamantes não terem reparado neste fato.

Escrevo esse desabafo por ainda entender que está muito difícil fazer do Espiritismo uma ciência e não essa igreja que está aí. Uma igreja que vários acham que deve ser tratada como tal, evitando linguajar profano e bem humorado, mantendo a sisudez e a formalidade bem ao gosto do medievalismo dos padres jesuítas que tomaram as rédeas do "Espiritismo" brasileiro.

Mesmo que tais reclamantes estejam interessados em se livrar dessa versão deturpada, agem sem espírito de ruptura, preferindo um modo manso, excessivamente respeitoso quando não deveria ser, quase acomodado, talvez na tentativa de manter a integridade física e espiritual dos responsáveis da deturpação, como se não tivessem culpa dos erros que ainda insistem em cometer.

Dedico esta postagem ao saudoso José Manoel Barboza, que teve a coragem única de criticar tudo isso aí sem escolher palavras, sem doçura e apontando diretamente os erros que deveriam ser corrigidos, sem rodeios e sem o pseudo-respeito conformista que favorece a manutenção de tudo isso aí como está. Onde quer que esteja, nossas bênçãos ao querido "Zé Manel".

Temos que ser duros com quem é mole, senão os moles derretem e ninguém avança.

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