(Autor: Kardec McGuiver)
Os neopentecostais são muito criticados fora de suas igrejas. Seus erros estão de acordo com os estereótipos dos maus líderes religiosos e cada vez mais se tornam difíceis de se esconder. Praticamente somente os próprios seguidores situados dentro dessas igrejas que continuam confiando em suas lideranças.
Mas o que os brasileiros conhecem como "Espiritismo" acontece o contrário. Tido como acima de qualquer suspeita, acima do bem e do mal, ainda é bem visto por quem é de fora, como exemplo de seriedade e altruísmo extremo. Somente evangélicos, alguns ateus e espíritas "científicos" (como nós) sabem que os "espíritas" brasileiros sã mais parecidos com os neopentecostais do que se pode imaginar.
Apesar de construídos sobre base católica (o "Espiritismo" brasileiro é uma dissidência católica, fundada por católicos que acreditam em vida pós morte), o "Espiritismo" Cristão, nome que os próprios seguidores referem chamar a sua igreja reencarnacionista, tem muito de neopentecostal.
- Ambas constroem todo o seu repertório dogmático com base na fé cega, lançando mão de absurdos e contradições para reforçar a cegueira intelectual;
- Apesar de retrógradas e baseadas no cristianismo medieval, ambas são tidas como "modernas" pelo simples fato de sua existência relativamente recente, comparadas a outras religiões milenares;
- Tanto uma como outra possui um sedutor discurso que atrai seguidores;
- Os ambientes dos centros espíritas são muito idênticos aos salões das igrejas neopentecostais e o perfil majoritário de seus seguidores também é bastante similar;
- Realizam palestras (denominadas de "cultos" pelos neopentecostais) focadas no moralismo retrógrado;
- Há fanáticas exaltações a Jesus, visto não como ativista humanista, mas como divindade solucionadora de problemas;
- Veem na música uma forma de purificação espiritual quando na verdade ela é utilizada como isca para atrair adeptos;
- Tratamentos que prometem melhorar as vidas de fiéis, mas que na verdade servem para aumentar rebanho e criar dependência deles com as igrejas;
- Prática de caridade paliativa que só serve para prender os auxiliados nas igrejas;
- Atribuição de missão divinal às lideranças das igrejas, como se elas falassem diretamente com deuses e espíritos. Lideranças consideradas sábios absolutos, donos da verdade e com poder de sedução infalível que gera confiança cega e inquestionável;
- Ambas ganham muito dinheiro às custas do comércio de obras, alegando sustentar obras sociais, mas suas lideranças ostentam um status acima das profissões alegadas por estas lideranças;
- Ambas sonham em transformar o Brasil em uma teocracia, governada pelas divindades nas quais seus seguidores acreditam.
Praticamente a única divergência entre os neopentecostais e o "Espiritismo" de Chico Xavier (que contraria totalmente o de Allan Kardec, vale a pena insistir) é a aceitação da ideia de vida pós morte e da reencarnação, embora os neopentecostais trabalhem com exorcismo, que se parece muito com os trabalhos conhecidos como "desobsessão" praticados nos centros.
No fim, neopentecostais e "espíritas" cristãos são tudo farinha do mesmo saco. E o retrocesso em que se encontra o Brasil em pleno Século XXI deve muito às lideranças das duas seitas.
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