(Autor: José Marques de Lourenço, via e-mail)
Prezados amigos, quero comunicar que essa fascinação obsessiva em torno do senhor Francisco Cândido Xavier, popularmente conhecido como Chico Xavier, é coisa muito preocupante, porque o cara nunca valeu nada de verdade e mesmo sua imagem de caridoso traz muitas e muitas dúvidas para que se faça relativizar seus defeitos aqui e ali.
As pessoas tentam salvar a reputação desse sujeito que arruinou o Espiritismo brasileiro, que se transformou numa "religião do faz-quem-quer" - recentemente um presidente de entidade espírita foi denunciado acusado de abuso sexual se fingindo de incorporar espíritos para seduzir outrem - e que já tem no mau exemplo o que esse "adorável senhor", falecido há 16 anos, fez no passado.
Muitos falam que Chico Xavier era uma pessoa iluminada, que só cometeu "pequenos erros" (pequenos? Depreciar e desfigurar o Espiritismo francês, em sua vergonhosa literatura, manchando de vergonha o legado e a memória de Allan Kardec?!) etc. Mas é só mergulhar no passado para ver o quanto Chico fez para levar vantagem, criando aquelas obras farsantes sem o verdadeiro estudo da psicografia que requer uma responsabilidade enorme.
Pois essa imagem tão adocicada, que transforma Chico Xavier em fada-madrinha de gente grande, foi construída por um engenhoso discurso midiático, com sua coleção infinita de falácias que, de tão bem construída, pareceu verdade.
E aí vemos quatro senhores direta ou indiretamente ligados para a construção dessa imagem dócil de Chico Xavier, num Brasil que hoje está preocupado em construir um "herói" na imagem do aspirante a ditador Jair Bolsonaro.
Chico era protegido de Antônio Wantuil de Freitas, da FEB, que o moldou como um exótico sujeito de suposta paranormalidade. Wantuil mexeu as peças para promover seu pupilo como ídolo religioso, articulando acordos aqui e ali, e, provavelmente, recorrendo até a queima de arquivo, mandando envenenar o sobrinho do "médium" para que ele não denunciasse os podres da pseudopsicografia do tio.
Wantuil se aliou a Assis Chateaubriand, que foi promover Chico Xavier como um suposto filantropo e mensageiro. Para uma empresa que não media escrúpulos para produzir notícias fake, como se vê nos artigos inventados de David Nasser, em O Cruzeiro, era fácil santificar um produtor de livros fake. Por ironia, Jean Manzon, escudeiro de Nasser, fotografou Chico copiando alguns jornais e livros para, talvez, futuras "psicografias".
Depois Wantuil e Chatô morreram e a Rede Globo tornou-se o veículo de "canonização oficial" de Chico Xavier. Mas aí tinha que haver uma fórmula, e recorreu-se a Malcolm Muggeridge, católico inglês dos mais conservadores, que "desenhou" o roteiro que fez a megera Madre Teresa de Calcutá (sósia de uma vilã do seriado Popeye) uma "santa", promovendo um modelo de "caridade" que prevalece, infelizmente, no Brasil: uma "caridade" voltada mais a promover o "humilde benfeitor" à mais gosmenta adoração pública do que para trazer verdadeiramente conforto para os aflitos.
Roberto Marinho, então, usou o roteiro de Muggeridge para promover Chico Xavier, escolhido pela Globo para fazer frente aos pastores evangélicos em ascensão, como Edir Macedo e R. R. Soares, nos anos 70. A Globo tinha que criar um ídolo religioso, mas não sob as vestes católicas - a religião oficial da emissora - , mas através do "Catolicismo 2.0" a que se reduziu a Doutrina Espírita no Brasil, que dispensa batinas, igrejas com paredes e teto de ouro e outras formalidades pomposas.
Aí vemos Chico Xavier como ator da filantropia espetacularizada de Malcolm Muggeridge, em adaptações de roteiro, com apelo dramatúrgico invejável, em programas como Fantástico e Globo Repórter. As pessoas parece que só entendem o mundo a partir da Globo e acham que "descobriram" uma pessoa que acreditam ser, ingenuamente (e erroneamente), portadora da mais elevada evolução espiritual.
Tudo isso é discurso. A mídia cria seus pretensos santos, seus pretensos heróis. Hoje vemos um Jair Bolsonaro ensinando criança a dar tiro e, mesmo assim, é favorito nas pesquisas eleitorais. Tudo isso é construído com muito sensacionalismo, muito arrivismo, muito triunfalismo e coitadismo, embora vemos diferenças de roteiro para Chico Xavier e Jair Bolsonaro. Chico é a fada-madrinha da dramaturgia melodramática. Jair, o caubói urbano de farda do Exército a bancar o justiceiro político no comando da República, como uma extensão bélica da figura do Sérgio Moro, o "sósia" do Super-Homem.
São imagens construídas pelo discurso dessa mídia hipócrita, o que nos faz pensar que as pessoas deveriam desligar a TV e buscar outras formas de lazer, para que não caiam na tentação de adorar ídolos fictícios desenvolvidos a partir de personalidades sem nenhum valor social, mas que se tornam pretensas e perigosas unanimidades. Se deixarmos, a TV vai acabar com a gente!!
Pois essa imagem tão adocicada, que transforma Chico Xavier em fada-madrinha de gente grande, foi construída por um engenhoso discurso midiático, com sua coleção infinita de falácias que, de tão bem construída, pareceu verdade.
E aí vemos quatro senhores direta ou indiretamente ligados para a construção dessa imagem dócil de Chico Xavier, num Brasil que hoje está preocupado em construir um "herói" na imagem do aspirante a ditador Jair Bolsonaro.
Chico era protegido de Antônio Wantuil de Freitas, da FEB, que o moldou como um exótico sujeito de suposta paranormalidade. Wantuil mexeu as peças para promover seu pupilo como ídolo religioso, articulando acordos aqui e ali, e, provavelmente, recorrendo até a queima de arquivo, mandando envenenar o sobrinho do "médium" para que ele não denunciasse os podres da pseudopsicografia do tio.
Wantuil se aliou a Assis Chateaubriand, que foi promover Chico Xavier como um suposto filantropo e mensageiro. Para uma empresa que não media escrúpulos para produzir notícias fake, como se vê nos artigos inventados de David Nasser, em O Cruzeiro, era fácil santificar um produtor de livros fake. Por ironia, Jean Manzon, escudeiro de Nasser, fotografou Chico copiando alguns jornais e livros para, talvez, futuras "psicografias".
Depois Wantuil e Chatô morreram e a Rede Globo tornou-se o veículo de "canonização oficial" de Chico Xavier. Mas aí tinha que haver uma fórmula, e recorreu-se a Malcolm Muggeridge, católico inglês dos mais conservadores, que "desenhou" o roteiro que fez a megera Madre Teresa de Calcutá (sósia de uma vilã do seriado Popeye) uma "santa", promovendo um modelo de "caridade" que prevalece, infelizmente, no Brasil: uma "caridade" voltada mais a promover o "humilde benfeitor" à mais gosmenta adoração pública do que para trazer verdadeiramente conforto para os aflitos.
Roberto Marinho, então, usou o roteiro de Muggeridge para promover Chico Xavier, escolhido pela Globo para fazer frente aos pastores evangélicos em ascensão, como Edir Macedo e R. R. Soares, nos anos 70. A Globo tinha que criar um ídolo religioso, mas não sob as vestes católicas - a religião oficial da emissora - , mas através do "Catolicismo 2.0" a que se reduziu a Doutrina Espírita no Brasil, que dispensa batinas, igrejas com paredes e teto de ouro e outras formalidades pomposas.
Aí vemos Chico Xavier como ator da filantropia espetacularizada de Malcolm Muggeridge, em adaptações de roteiro, com apelo dramatúrgico invejável, em programas como Fantástico e Globo Repórter. As pessoas parece que só entendem o mundo a partir da Globo e acham que "descobriram" uma pessoa que acreditam ser, ingenuamente (e erroneamente), portadora da mais elevada evolução espiritual.
Tudo isso é discurso. A mídia cria seus pretensos santos, seus pretensos heróis. Hoje vemos um Jair Bolsonaro ensinando criança a dar tiro e, mesmo assim, é favorito nas pesquisas eleitorais. Tudo isso é construído com muito sensacionalismo, muito arrivismo, muito triunfalismo e coitadismo, embora vemos diferenças de roteiro para Chico Xavier e Jair Bolsonaro. Chico é a fada-madrinha da dramaturgia melodramática. Jair, o caubói urbano de farda do Exército a bancar o justiceiro político no comando da República, como uma extensão bélica da figura do Sérgio Moro, o "sósia" do Super-Homem.
São imagens construídas pelo discurso dessa mídia hipócrita, o que nos faz pensar que as pessoas deveriam desligar a TV e buscar outras formas de lazer, para que não caiam na tentação de adorar ídolos fictícios desenvolvidos a partir de personalidades sem nenhum valor social, mas que se tornam pretensas e perigosas unanimidades. Se deixarmos, a TV vai acabar com a gente!!
Comentários
Postar um comentário