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Bolsomínions estão gostando da comparação entre Chico Xavier e Jair Bolsonaro


(Autor: Professor Caviar)

Do contrário que muitos podem imaginar, o "médium" Francisco Cândido Xavier inspira energias maléficas. Muitos idosos e adultos que cultuam Chico Xavier, estranhamente, veem seus filhos morrerem em tragédias surgidas do nada. Além disso, evocar Chico Xavier traz um grande azar, como setores das esquerdas que, ignorando o perfil ultraconservador que o "médium" mineiro foi em toda sua vida, relembram de suas frases supostamente em prol da paz, assim que a mídia é bombardeada por notícias sobre convulsões sociais diversas.

Foi Ribamar Fonseca citar Chico Xavier, em março de 2016, e o golpe político se deu em seguida. Recentemente, Ricardo Kotscho falou sobre sua "saudade de Chico Xavier", copiou, na boa-fé, um texto sobre o "silêncio" - sem saber que o texto era uma espécie de "AI-5 do bem", uma falácia "dócil" para evitar que as pessoas questionassem as adversidades da vida - , e agora Jair Bolsonaro ameaça ser eleito, diante de um lobby poderoso e cheio de dinheiro em torno dele.

As energias de Chico Xavier só são prósperas quando o candidato é retrógrado. Isso diz muito quanto à afinidade de sintonias e indica o perfil ultraconservador de Chico Xavier, realidade infelizmente renegada por muitos que são movidos pela fascinação obsessiva e pelo pensamento desejoso (o veneno que torna a realidade escrava das paixões instintivas das convicções pessoais e da fantasia de cada um).

O perfil ultraconservador de Chico Xavier se confirma em várias provas. Ele apoiou o golpe militar de 1964 e apoiou a ditadura militar até o fim, alegando que sua "crueldade" era motivada pelo combate ao comunismo no Brasil. Chega a ser constrangedor que, nos últimos tempos, setores das esquerdas ingenuamente definam o "médium" mineiro como "comunista" ou "progressista", desprezando, na sua cegueira dos pensamentos desejosos, o conservadorismo convicto de seu ídolo.

Além disso, toda a literatura trazida por Chico Xavier - que, no fundo, usava identidades de autores mortos para evitar que suas ideias retrógradas fossem vistas como "opiniões meramente pessoais" - revela ideias antiquadas, como a apologia da desgraça humana, própria da Teologia do Sofrimento, corrente do Catolicismo medieval. A ideia de "sofrer em silêncio e sem queixumes", mesmo sob a pior adversidade, sob o pretexto de que "algo melhor virá na vida futura", é notória.

Não há um motivo lógico que possa definir Chico Xavier como progressista. Nenhum. A roupagem "filantrópica" e "humilde" forjada por recentes narrativas, desde que, há quatro décadas, a Rede Globo passou a blindar o "médium" para evitar a ascensão dos "pastores eletrônicos" evangélicos das emissoras concorrentes, criou essa ilusão de pretenso progressismo, baseado em paradigmas vagos, com mais apelo emocional que racional, ligados à "caridade", ao "amor" e à "dedicação ao próximo".

PRESIDENTES DA REPÚBLICA

Chico Xavier exerceu energias seletivas conforme o presidente da República. Quanto mais retrógrado, mais positivas eram as energias. Quanto mais progressista, mais negativas elas eram. Isso foi decisivo para que o apoio dado pelo presidente Juscelino Kubitschek deu ao "médium" e à FEB -  que, sob seu governo, promoveu a federação como "instituição de utilidade pública" em 1960 - , o que fez do político mineiro vítima de uma série de infortúnios, na seguinte ordem:

1) O sucessor natural apoiado por Juscelino, o marechal Henrique Teixeira Lott (o mesmo que garantiu a posse do presidente, ameaçada por um golpe no final de 1955), não conseguiu ser eleito, sendo derrotado pelo populismo rasteiro de Jânio Quadros;

2) Mesmo apoiando a derrubada do governo João Goulart (Juscelino não estava gostando da aproximação de Jango com radicais de esquerda), Juscelino foi um dos que tiveram o mandato cassado como senador de Goiás (JK havia mudado seu domicílio eleitoral, originalmente de Minas Gerais);

3) Juscelino não conseguiu sequer que o golpe militar se tornasse provisório, para abrir caminho às tão sonhadas eleições presidenciais de 1965. Nesse ano, os generais afirmaram que a ditadura militar veio para ficar e, então, ela durou vinte anos;

4) Juscelino tentou organizar um movimento de redemocratização do país, a Frente Ampla, chegando ao ponto de se conciliar (naquilo que os espíritas, autênticos ou não, se referem ao ato de "perdoar o inimigo") com seu antigo e enérgico rival Carlos Lacerda. A Frente Ampla foi cassada, pouco depois, quando começava a se tornar popular;

5) Juscelino não conseguiu ser eleito para a Academia Brasileira de Letras (que, recentemente, elegeu uma nulidade como Merval Pereira).

6) Juscelino morreu num estranho acidente de carro, na verdade um atentado ocorrido na Via Dutra, em agosto de 1976, num episódio aparentemente repentino. O pior é que, oficialmente, se insistiu em definir o fato como um "acidente de carro" e não como um assassinato planejado pela ditadura militar, à maneira do que se fez com a estilista Zuzu Angel, mãe da jornalista Hildegard Angel.

A tragédia de JK se espalhou também com seus relacionados. Henrique Lott teve sua filha, Edna, assassinada numa discussão após uma festa. A filha biológica de Juscelino, Márcia Kubitschek, morreu prematuramente, aos 56 anos, de câncer. O vice de Juscelino, João Goulart, morreu envenenado em dezembro de 1976. A "urucubaca" pode ter sobrado até para José Wilker, que interpretou Juscelino numa minissérie em 2006, transmitida pela Rede Globo e que morreu tempos depois.

Juscelino, político íntegro e dedicado ao progresso do Brasil, sofreu muito azar quando deu seu apoio a Chico Xavier. Mas a história foi outra quando Fernando Collor, um político retrógrado, teve no "médium" um de seus apoiadores. Collor teve a sorte grande, e até hoje sofre apenas pequenas adversidades.

Collor teve morto seu tesoureiro de campanha, PC Farias, vítima de um misterioso assassinato cujos vestígios se perderam (uma funcionária fez limpeza no quarto e eliminou os vestígios do crime, inclusive marcas digitais) e o crime permaneceu para sempre insolúvel. Ele perdeu seu irmão, Pedro Collor, que como PC tinha informações sobre o esquema de corrupção que dificilmente será revelado.

Além disso, depois de ter sofrido um impeachment, Fernando Collor, após oito anos sem exercer direitos políticos, que haviam sido suspensos entre 1993 e 2000, passou a ser blindado pelo establishment político e, sob o apoio de uma parcela da grande mídia e das redes sociais, foi eleito senador em 2006. Tendo sido, momentaneamente, um falso esquerdista, Collor deixou a máscara cair ao apoiar a queda de Dilma Rousseff, em 2016.

"MITOS"

Agora Chico Xavier parece trazer "bons ventos" para Jair Bolsonaro. É provável que o próprio "médium" demonstrasse apoio ao candidato do PSL, sob a justificativa de que "é necessário o Brasil encarar certos sacrifícios" e "apesar de seus notáveis defeitos, ele é o único que expressou abertamente seu vínculo ao Cristo". A hipótese pode parecer absurda para muitos, mas vendo o apoio que vários famosos dão ao "mito" (até Zezé di Camargo afirmou que vai votar nele), ela faz sentido.

Os bolsonaristas estão gostando muito das comparações de Chico Xavier com Jair Bolsonaro. Até na Astrologia eles têm algo em comum, personificando o perfil negativo do nativo de Áries, quando ele se torna um arrivista a atropelar a ética e a buscar a ascensão social de maneira indigna. É duro, para muita gente, admitir, mas Chico Xavier foi um arrivista que se ascendeu de maneira indigna, através de livros fake que usavam os nomes de escritores mortos para provocar sensacionalismo e lhe dar visibilidade e projeção.

Há muitos aspectos em comum. A nunca devidamente reconhecida blindagem da Rede Globo (chiquistas e bolsonaristas se acham "alheios" ou até "hostis" ao poder da Globo) é um deles. A própria construção dos mitos de Chico Xavier e Jair Bolsonaro guarda semelhanças grandes, apesar dos "enunciados" serem muito "diferentes": Chico "personificava" o amor, Jair o ódio, representações puramente superficiais.

Afinal, Chico e Jair são apoiados por tipos semelhantes de pessoas na sociedade. São pessoas que veem a vida conforme suas convicções pessoais e idolatram indivíduos por meio da catarse emotiva. A elas, Chico e Jair são trabalhados de uma forma semelhante, através de um discurso simplista e de apelos imediatistas, atendendo apenas a perspectivas simplórias de seus seguidores. Aos dois se desenvolvem narrativas que vão contra a realidade, não admitem sutilezas e são ao mesmo tempo superficiais e desencorajadoras do senso crítico e de qualquer análise humana. São mitos de preparação tão simples e rápida como fast food. São verdadeiras mercadorias da idolatria humana.

Ultimamente, Chico Xavier anda sendo endeusado nos redutos onde mais se pratica o reacionarismo social: as redes sociais, onde pessoas que, ao mesmo tempo, defendem o rearmamento da população (bandeira de Jair Bolsonaro), publicam memes com as frases do "médium", supostamente amorosas. Supostamente, porque neste blog nós confirmamos que as frases de Chico Xavier não possuem beleza alguma, sendo mais trocadilhos baratos de ideias contrastantes ("silêncio" e "voz", "fraqueza" e "força", "sofrimento humano" e "harmonia da Natureza" etc) ou recados moralistas e igrejeiros banais.

Nenhum dos dois é uma personalidade de carisma natural, mas a habilidade persuasiva da mídia faz com que Chico e Jair virem, igualmente, pretensas unanimidades. Um discurso que mistura sensacionalismo, incidentes negativos, vitimismo, pretenso messianismo, falsas perspectivas de progresso social e exploração da catarse emotiva da sociedade é trabalhado, driblando impasses e questionamentos alheios, transformando-os em produtos bem-sucedidos de uma acidentada campanha publicitária.

Daí o grande perigo de promover pretensos ídolos. Um deturpador do Espiritismo e realizador de livros e cartas fake, mas que se tornou um ídolo religioso e, de forma surreal, um "discípulo" e "herdeiro autêntico" da mesma Doutrina Espírita contra a qual o suposto médium cometeu traições doutrinárias graves. E um ex-capitão, que chegou a ser condenado por um plano de ato terrorista (que não se realizou), defende a ditadura militar, não é um político com propostas nem segurança para governar o país e que, no entanto, virou um pretenso favorito para vencer as eleições presidenciais.

As pessoas têm que tomar cuidado. Talvez o maior problema que temos é o poder midiático que manipula nossas emoções e percepções, criando armadilhas diversas que tomam muita gente desprevenida, inclusive tanta gente que se diz com algum esclarecimento mas, em dada ocasião, falham ao apreciar os pretensos ídolos e as falsas unanimidades trazidas pela persuasão midiática. Temos que tomar cuidado com nossas fraquezas emocionais.

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