(Autor: Professor Caviar)
O "espiritismo" brasileiro é famoso pela suposta caridade que diz praticar. Sua ação aparentemente filantrópica garante o prestígio e a fama dos seus integrantes e sustenta a adoração extrema dada aos "médiuns" que buscam a santificação fácil através dessa suposta atribuição.
No entanto, essa "caridade" produz resultados muito baixos para tanta adoração. São resultados paliativos, medíocres, que em nenhum momento combatem realmente as desigualdades sociais, antes apenas reduzindo os efeitos mais drásticos, o que não é mérito algum, porque costuma-se comemorar demais por quase nada que é feito. Além disso, muitas ações são de mero paternalismo, sendo não a tão alardeada Assistência Social (caridade que traz resultados profundos e definitivos), mas o puro Assistencialismo (caridade de baixos resultados, pontuais e superficiais).
Essa "caridade" só serve para adoração submissa e deslumbrada aos "médiuns". Mas Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, dois dos alvos de tão confortável adoração, nada fizeram, de sua parte, para promover essas ações. Eles apenas apelavam para outrem fazer, enquanto eles, como cigarras, ficaram se exibindo e se promovendo às custas do trabalho das formigas, no caso cidadãos comuns como eu e você, leitor.
Sim, é isso mesmo. Os "médiuns", tão associados à caridade, nunca a fizeram. Você vê eles pedindo aos outros para fazer caridade e você é seduzido a adorá-los por isso. A "caridade" é um escudo que faz Chico Xavier ser blindado até pelos mais rigorosos críticos, que ingenuamente investem em bordões do tipo "ele ao menos fez caridade", "ele era um sujeito generoso e bom", "ele ajudou muita gente" ou o impagável "pelo menos Chico viveu pela total dedicação ao próximo", entre outras tolices.
Se observar bem, Chico Xavier foi a cigarra a se promover com o trabalho das formigas. Mas quem acha isso natural, porque se trata do "espírito de mutirão", isso no entanto é um sentido deturpado, desvirtuado e corrompido do que é "mutirão" e esconde um processo leviano de promoção pessoal dos "médiuns", a partir do próprio Chico, garante o estrelato fácil desses deturpadores vergonhosos da Doutrina Espírita.
É como nos espetáculos da "filantropia televisiva", na qual o apresentador não dá uma contribuição sequer, atuando apenas como narrador da caridade alheia. Os patrocinadores investem em dinheiro, a produção atua na aparente filantropia (na verdade, Assistencialismo, enfatizando seu caráter paternalista), benefícios relativos são realizados com relativa facilidade e o espetáculo garante o prestígio do apresentador, que leva a fama de "filantropo" quando ele não mexeu um dedo para ajudar o próximo, se promovendo com o trabalho dos outros.
Hoje a Rede Globo de Televisão, que blinda Chico Xavier, está fazendo essa manobra com Luciano Huck, apresentador e empresário ligado a um grupo conservador de articulação política, o Renova BR. Mas essa "caridade", mais espetacularizada que eficiente e que rende mais adoração ao suposto benfeitor do que resultados sociais (que não passam de medíocres), já estava sendo feita na televisão brasileira desde os tempos da TV Tupi, que também blindou Chico Xavier em seu tempo.
Essa "caridade" que serve mais para promover adoração ao suposto benfeitor do que trazer progressos sociais, na verdade, é como conversa para boi dormir. As pessoas dormem tranquilas, achando que "vidas foram transformadas", mas tudo fica na mesma. Falando sério, pela grandeza da qual se autoproclamam os "médiuns espíritas", esperava-se que os resultados fossem mais aprofundados, colocando o Brasil em padrões escandinavos de desenvolvimento humano.
Não podemos ser tolos e achar que os "médiuns espíritas" num dia afirmam poder tudo e conseguir realizar uma grande façanha, na qual, no dia seguinte, revelam seu fracasso dizendo que "não foi possível alcançar essa finalidade". Isso seria para causar frustração e até indignação, porque os "médiuns" se autoproclamam "líderes", são capazes de realizar aquilo que pretendem, e é estranho que a única realização que se vê na aparente filantropia tão associada a eles é tão somente o seu prestígio e a adoração através da comoção pública pelo quase nada que se fez.
Por outro lado, a corrupção do conceito de "mutirão" só faz agravar as coisas, porque os "médiuns", em si, nunca praticaram a "caridade" que é tão associada à sua imagem e que sempre é usada como argumento para relativizar as duras críticas a eles. A "dedicação ao próximo" era na verdade ação de terceiros, nas quais o "médium" nem sequer dava orientação, ficando, como um rei em seu trono, esperando a atividade ser feita para obter a adoração pública, os aplausos da Terra que o "santificam" aos olhos de muitos. As paixões terrenas também inventam seus "espíritos de luz".
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