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Texto agressivo de Jorge Hessen ofende Allan Kardec com ideia errada de uma frase


(Autor: Professor Caviar)

É surpreendente e até chocante que os seguidores de Francisco Cândido Xavier sejam irritáveis. Os chiquistas, sectários ou "independentes", não gostam de serem contrariados e, iludidos com o prestígio religioso, procuram, se não a posse definitiva da verdade, ficarem com a palavra final e, em certas ocasiões, quando não dá para disfarçar seus erros, eles dizem assumi-los, com falsa autocrítica, para não sofrer as consequências de seus atos equivocados.

O que eles não sabem é que Jesus de Nazaré havia criticado pessoas com o comportamento semelhante dos seguidores e simpatizantes de Chico Xavier. Naquela época, eles eram os escribas, os fariseus ou os saduceus, que arrogavam pretensa sabedoria e se julgavam "humildes servos do Alto", fingindo humildade mas se vangloriando de sua Fé, como se fossem os "escolhidos de Deus".

A coisa hoje é mais dissimulada, os chiquistas não se julgam, no discurso, os "escolhidos de Deus", mas agem como se tivessem essa postura que dizem negar. Os "espíritas" brasileiros são manipuladores da palavra, e tentam ficar com a palavra final numa luta desesperada contra os argumentos alheios, porque os "espíritas" se acham com mais razão do que a Razão.

O texto do jornalista e palestrante do "movimento espírita", Jorge Hessen, que reafirma o igrejismo "espírita", com argumentos bastante falaciosos e agressivos, é de um tom furioso que oficialmente não se atribui àqueles que de alguma forma adoram Chico Xavier, porque se supõe serem eles, com toda a imperfeição que dizem assumir, as pessoas mais mansas do planeta. Mas sabemos que aqueles que são tomados de fascinação obsessiva flutuam nas nuvens, mas, quando a realidade lhes chega, tomam uma violenta queda que, ao se bater no chão, faz os iludidos de antes uns furiosos de ocasião, a xingarem até uma folha de uma árvore.

O título do texto de Hessen é uma interpretação equivocada do que Allan Kardec disse no discurso de abertura da reunião da Sociedade Espírita de Paris, em 01 de novembro de 1868. O título do texto é "O Espiritismo é uma religião e nós nos ufanamos disso". À maneira dos que acham que, só porque um doce tem sabor agradável, é permitido comer demais, a ideia errada da frase kardeciana faz os "espíritas" brasileiros acharem que a Fé pode tudo, até estuprar a Razão e confundir Contrassenso com mistérios que desafiam a razão humana, como se a burrice fosse uma espécie de sabedoria sobrenatural.

Vejamos o que realmente disse Allan Kardec:


"O elo estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objeto, é, portanto, um elo essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não é apenas o fato de compromissos materiais que eles quebram à vontade, ou a realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que à mente. O efeito deste vínculo moral é estabelecer entre aqueles a quem une, como conseqüência da comunidade de visões e sentimentos, fraternidade e solidariedade, indulgência mútua e benevolência. É nesse sentido que também dizemos: a religião da amizade, a religião da família.

Se assim for, será dito que o Espiritismo é uma religião? Bem, sim! sem dúvida, cavalheiros; No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos orgulhamos dele, porque é a doutrina que funda os laços de fraternidade e comunhão de pensamento, não em uma simples convenção, mas na base de mais sólido: as próprias leis da natureza".

Falar é fácil e, do contrário que pensa Jorge Hessen, no texto que será reproduzido abaixo, Kardec nunca defendeu uma religiosidade acima de tudo, sob as desculpas de que a Fé nunca é amaldiçoada. A Razão é que, mesmo passível de corrupção ou erros, tem mais condição de corrigi-los, porque se o resultado de um processo racional saiu errado ou é feito sob más intenções, o remédio está numa outra forma de raciocínio lógico, que desqualifica o processo anterior à luz da Razão, e não pela Fé, que mexe com devaneios e fantasias.

Kardec aprovava a prática da Fé, mas em vários de seus livros e nos artigos da Revista Espírita ele nunca disse para a Fé estar acima da Razão. Tudo, para Kardec, tem que ser examinado à luz da Razão e do rigor da Lógica, e isso decepciona os "espíritas" brasileiros, que fingem concordar com essa premissa, quando, no desenvolvimento de seus argumentos, são os primeiros a discordar da mesma.

O texto de Hessen é tendencioso e manifesta ofensa a Allan Kardec, porque usa uma ideia dele de maneira equivocada, porque o pedagogo lionês nunca disse que a Fé pode tudo nem se coloca acima da Razão. O argumento acima, que o professor francês, já muito doente, havia escrito e lido em seu discurso - ele morreu, pouco depois, em 31 de março de 1869 - , pode até falar em emotividade, família, fraternidade, mas nunca na licenciosidade que se observa entre os "espíritas" brasileiros, que se lambuzam da Fé diabética que estimula uma "mediunidade" cheia de falhas - a partir do "renomado" Chico Xavier, cujas fraudes quase o levaram à cadeia - e um igrejismo arrogante, tomado de vaidade por conta de uns religiosos que, à maneira dos antigos escribas, se acham privilegiados de "estarem próximos a Deus".

Interpretar mal um autor é ofender sua memória, ainda que se fale em "coisas lindas" como "fraternidade cristã". Os "espíritas" querem a confraternização entre o Bom Senso e o Contrassenso, e usam a Razão apenas como escrava dos devaneios da Fé, nas quais inclui até mesmo uma concepção, sem o menor fundamento lógico, de uma cidade espiritual feita ao sabor das paixões terrenas, a imaginária Nosso Lar, que serve até de pretexto para os "espíritas" saírem por aí fazendo apologia do sofrimento humano.

Reproduzimos então o texto de Hessen, que segue a tendência dos "místicos" e ainda apela para a hipocrisia de dizer "conforme as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever, pois é melhor que um homem caia do que muitos sejam enganados e se tornem suas vítimas", porque a pior hipocrisia está naqueles que se cercam em volta de Chico Xavier, o Contrassenso personificado, e apelam para a vaticanização do Espiritismo usando mil desculpas, cuja forma agressiva de expressão, como no texto abaixo, revelam o desespero de perder a Razão.

“O ESPIRITISMO É UMA RELIGIÃO E NÓS NOS UFANAMOS DISSO” 

Por Jorge Hessen

Circula pela Internet, e também através de alguns periódicos espíritas, absurdas críticas à literatura de Emmanuel. Trata-se, sem dúvida, de improfícua tentativa de desmerecer a extraordinária obra do excelso médium Chico Xavier e de entronizar-se a hegemonia ideológica desses agentes da perturbação.

Não é preciso fazer um grande esforço para identificar nesses irmãos a carência de sensatez, pelo fato de encontrarem-se inteiramente distanciados da Doutrina dos Espíritos, engolfados nas malhas do fascínio obsessivo.

Melancólicos críticos de Chico Xavier, Emmanuel e André Luiz, tais confrades permanecem no torpor hipnótico, delirando no interior de uma composição descarrilada que culminou na tolice apontada como "emmanuelismo", patrocinada por “espíritas” que não têm mais o que fazer de útil.

Essa ojeriza a Emmanuel há muito existe no movimento Espírita, da mesma forma a aversão a André Luiz, desde a publicação de Nosso Lar. Recentemente, deliberei assistir a uma apresentação em vídeo sobre o que apelidam de “Emmanuelismo”. Vi; contudo, não suportei a mutilada pseudopesquisa e parei de assistir para não obliterar meu mundo cerebral. Entre as “preciosidades” do conteúdo, afirma-se que até para os próprios “espíritas” Emmanuel é um “pseudo-sábio”. Não sei em qual fonte bebericaram para afirmação tão incoerente.

A fundamental descrição de Emmanuel que faço é: ele nem enaltece, nem recrimina. Demonstra, conscientiza. É veemente, faz notar que os que se recuperam são incólumes aos horrores do amanhã. Por isso exorta-nos à reforma íntima. Nós que o interpretamos e consentimos venerá-lo, deixamos escapar um grito de conforto: "Sim, nós somos capazes! Isso é meio poético, mas é assim que sinto o Benfeitor Emmanuel.

É evidente que para um Espírita consciente o assunto cheira a discussão estéril, sem lógica. Retrucá-lo pode ser perda de tempo, mas como estou aposentado vou utilizar um tempinho para escrever sobre essa doideira. Lembrando que terei o cuidado para não esbarrar na mesma faixa de sintonia.

É risível o esforço dos confrades (reencarnações tupiniquins dos ex-científicos de século XIX) que consideram Emmanuel um pseudo-sábio. Quem consideram sábio? Afonso Angeli Torteroli? Ou eles mesmos? irrisão!! Escrevo para alertar os leitores, pois “conforme as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever, pois é melhor que um homem caia do que muitos sejam enganados e se tornem suas vítimas".

Esses irmãos, sob o guante de fértil imaginação e desnorteados no raciocínio, reverberam que o jovem “católico”, Chico Xavier, quando teve a visão mediúnica daquele que teria sido o Padre Manoel da Nóbrega, em pretérita encarnação, e que passou a ser identificado como Emmanuel, certificou-se de que este seria o seu Mentor Espiritual. Com isso, todo o processo mediúnico do extraordinário médium mineiro foi plasmado por um “misticismo católico”. (!?...)

Destarte, os atuais idólatras de Torteroli (aquele “científico” que abusava da resignação do “místico” Bezerra de Menezes, no século XIX, andam dizendo que por ter sido jesuíta Emmanuel impôs um viés catoliquizante no Movimento Espírita. Ora, se esses companheiros estudassem com inteligência os princípios espíritas identificariam que o Espiritismo não precisou se catoliquizar com as sublimes mensagens do grande arquiteto do catolicismo, o Doctor Gratia, Aurélio Agostinho, ex-bispo de Hipona, que ditou dezenas mensagens insertas no Pentateuco Kardeciano.

O importante é a essência de suas orientações, que em nada ferem a Terceira Revelação; ao contrário, contribuem para clareá-la ao fulgor do Evangelho. "O Espiritismo é uma doutrina moral que fortalece os sentimentos religiosos em geral, e se aplica a todas as religiões; é de todas, e não pertence a nenhuma em particular. Por isso não aconselha ninguém que mude de religião.”(2)

A rigor, o que está escamoteado na retórica desses aventureiros da ilusão, sob o tema “Emmanuelismo”, é, nada mais nada menos, o aspecto religioso da Doutrina Espírita sustentado dignamente no Brasil pela FEB e abrilhantado por Chico Xavier na prática mediúnica. Esses kardequeólogos “PhD’s de coisa nenhuma”, longe do uso do bom senso, insistem em divulgar a “progressista” tese de que se é preciso fugir do “Cristo Católico”, do religiosismo, do igrejismo no Espiritismo e transformá-lo numa academia de expoentes do “saber”, sob a batuta deles, obviamente! Isso só pode ser chacota!

Sob o império dessa compulsiva tendência filosófica, vão para a internet, redigem livros, artigos, promovem palestras inócuas, aguilhoados às diretivas telepáticas das “inteligências” sombrias do Umbral. Mas, gostem ou não, queiram ou não, o Cristo é o modelo de virtudes para todos os homens.

Tais confrades têm-se colocado como vítimas da pecha de afugentadores do Mestre Jesus das hostes doutrinárias. Trôpegos, cavalgam sem norte, suspirando a falácia de que peregrinam o calvário do xenofobismo contra eles. Talvez porque, numa entrevista cedida a confrades de Uberaba, Chico advertiu: "Se tirarem Jesus do Espiritismo, vira comédia. Se tirarem Religião do Espiritismo, vira um negócio. A Doutrina Espírita é ciência, filosofia e religião. Se tirarem a religião, o que é que fica? Jesus está na nossa vivência diária, porquanto em nossas dificuldades e provações, o primeiro nome de que nos lembramos, capaz de nos proporcionar alívio e reconforto, é JESUS."

Atacam, até, a figura do pioneiríssimo Olympio Teles de Menezes, alcunhando-o de espiritólico. As hordas das regiões densas são poderosas e se "organizam", uma vez que têm, como meta, a proscrição de Jesus dos estudos espíritas. Confrades esses, aprisionados por astutos cavaleiros das brumas umbralinas, atestam que Kardec escreveu o Evangelho para apaziguar os teólogos, tentando uma aproximação com a Igreja (pasme, acredite se quiser!).

Ficam rubros de fúria quando leem Kardec, que afirmou: "O Espiritismo é uma religião e nós nos ufanamos disso." Além disso, o Espírito São Luís adverte que "os espíritos não vêm subverter a religião, como alguns o pretendem. Vêm, ao contrário, confirmá-la, sancioná-la por provas irrecusáveis. Daqui a algum tempo, muito maior será do que é hoje o número de pessoas sinceramente religiosas e crentes.". O mestre lionês assevera com todas as letras de "espiritismo repousa sobre as bases fundamentais da religião e respeita todas as crenças; um de seus efeitos é incutir sentimentos religiosos nos que os não possuem, fortalecê-los nos que os tenham vacilantes.".

Para os arautos da anti-religião doutrinária, que afirmam ser "Jesus somente o emergir de um arquétipo plasmado no inconsciente coletivo" afirmamos que o Mestre da Galiléia foi a manifestação do amor de Deus, a personificação de sua bondade. Para o célebre pedagogo e gênio de Lyon, o Cristo foi "Espírito superior da ordem mais elevada, Messias, Espírito Puro, Enviado de Deus, é Diretor angélico do orbe e Síntese do amor divino".

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