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"Profecia da data-limite" não é para ser debatida. É para ser REJEITADA!


(Autor: Professor Caviar)

Profetismo barato. Isso é o que resume a "profecia da data-limite" de Francisco Cândido Xavier que anda fazendo a festa nas redes sociais, verdadeiros antros de fake news, profecias baratas e sensacionalismo rasteiro. E que ninguém imagine que a reprovação a esse profetismo de Chico Xavier parte de "pessoas inimigas do trabalho do bem" ou de "evangélicos ressentidos", porque quem mais reprovava esse tipo de prática foi ninguém menos que Allan Kardec.

Isso mesmo. Tanto em O Livro dos Médiuns quanto em O Livro dos Espíritos, Kardec recomendava que não nos preocupemos com previsões futuras. Elas são forte indício de mistificação, são ações provenientes de espíritos zombeteiros que se divertem espalhando ansiedade e pânico na população, através de suposições quanto a acontecimentos futuros atribuídos a um determinado período.

Infelizmente, pela carteirada religiosa que o deturpador e farsante Chico Xavier exerce sobre os brasileiros, a partir de uma propaganda lançada na ditadura militar que o fez se tornar um pretenso filantropo, as pessoas ficam perdendo o tempo discutindo a "data-limite" no que ela daria certo ou falharia nas supostas previsões. Tudo isso é perda de tempo porque a suposta profecia, no conjunto da obra, é uma grande e perigosa perda de tempo. E mostra o "Olavo de Carvalho" que esteve dentro de Chico Xavier, que aliás foi o falso guru dos anos de chumbo, assim como o "astrólogo da Virgínia" é para o governo Jair Bolsonaro (que por sua vez foi um arrivista como Chico Xavier).

Dizemos isso porque, lamentavelmente, o YouTube está todo cheio desses vídeos sobre "datas-limites" e, não bastasse isso, recentemente o programa Mulheres, da TV Gazeta, teve a infeliz ideia de promover debates sobre a suposta profecia.

Antes que as pessoas reclamem e os "filósofos de Facebook" que, em parte, são os "isentões espíritas" venham com mais uma mensagem do tipo "não é bem assim", sempre puxando para trás quando os debates contestam dogmas e totens "espíritas", vamos reproduzir o item 289 de O Livro dos Médiuns, Capítulo 26, Perguntas Que Se Podem Fazer, no qual o pedagogo francês deixa bem claro sobre o caráter de futilidade que supostas previsões que prometem "prever" acontecimentos em datas fixas (como, neste caso, o ano de 2019):


289 – PERGUNTAS SOBRE O FUTURO 

7. Os Espíritos podem nos desvendar o futuro?

— Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente. É esse um problema sobre o qual sempre insistis para obter resposta precisa. Trata-se de um grave erro, porque a manifestação dos Espíritos não é meio de adivinhação. Se insistirdes numa resposta ela vos será dada por um Espírito leviano. Temos dito isso a todo instante.

8. À vezes, entretanto, alguns acontecimentos futuros não são anunciados espontaneamente pelos Espíritos de maneira verídica?

— Pode acontecer que o Espírito preveja coisas que considera conveniente dar a conhecer, ou que tenha por missão revelar-vos. Mas é nesses casos que mais devemos temer os Espíritos mistificadores, que se divertem fazendo predições. É somente pelo conjunto das circunstâncias que podemos julgar o grau de confiança que elas merecem.

9. De que espécie de predições devemos mais desconfiar?

— De todas as que não forem de utilidade geral. As predições pessoais podem, quase sempre, ser consideradas falsas.

10. Com que fim os Espíritos anunciam espontaneamente acontecimentos que não se realizam?

— Na maioria das vezes para se divertirem com a credulidade, com o terror ou a alegria que causam, pois riem do desapontamento. Entretanto, essas predições mentirosas têm às vezes um fim mais sério: o de experimentar as pessoas a que são dirigidas, verificando a maneira por que as recebe, a natureza dos sentimentos bons ou maus que despertam.

Seguimos então com O Livro dos Espíritos, Capítulo 10, Lei de Liberdade, título VII, "Conhecimento do Futuro", nas questões 868 e 869:

868. O futuro pode ser revelado ao homem?

 — Em princípio o futuro lhe é oculto e só em casos raros e excepcionais  Deus lhe permite a sua revelação.

869. Com que fim o futuro é oculto ao homem?

 — Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente e não agiria com a mesma liberdade de agora, pois seria dominado pelo pensamento de que, se alguma coisa deve acontecer, não adianta ocupar-se dela, ou então procuraria impedi-la. Deus não quis que assim fosse, afim de que cada um pudesse concorrer para a realização das coisas, mesmo daquelas a que desejaria opor-se. Assim é que tu mesmo, sem o saber, quase sempre preparas os acontecimentos que sobrevirão no curso da tua vida.

CONCLUSÃO

Lembremos que, da forma como foi narrada por Chico Xavier, seja em alguns livros seus, seja no depoimento ao programa Pinga Fogo da TV Tupi, seja em relatos trazidos por Geraldo Lemos Neto, a "profecia da data-limite" se definiu pelo catastrofismo narrado por supostas previsões, na hipótese da humanidade não se submeter aos "desígnios cristãos" (eufemismo para o igrejismo "espírita" brasileiro).

Só que esse catastrofismo, narrado em detalhes e em cuja abordagem se anuncia a pretensa "Pátria do Evangelho", um perigoso processo de supremacia político-religiosa do projeto "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho" - que faria renascer, em solo brasileiro, tanto o Império Romano quanto o Catolicismo medieval, sob o rótulo de "espiritismo" - , prenunciado, ironicamente, por Jair Bolsonaro no lema "Brasil, Acima de Tudo, Deus Acima de Todos", revela que, no final, tudo foi meramente uma brincadeira.

Isso mesmo. Emmanuel depois diz que o catastrofismo anunciado em detalhes não ocorrerá, e que foi feito para assustar as pessoas, sob o pretexto de "fazê-las refletirem sobre as questões da fraternidade". Tudo isso revela o quanto Emmanuel atua como um espírito autoritário e zombeteiro, o que reforça gravemente a rejeição que Kardec daria, de forma severa, à "profecia da data-limite" que, em vez de ser debatida na busca de supostos erros e acertos, deveria ser rejeitada de vez. A "profecia", explicitamente, vai contra os princípios da Codificação.

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