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Jornalista "espírita" comprova Teologia do Sofrimento

(Autor: Professor Caviar)

A cada dia, o "movimento espírita" derivado das pregações de Francisco Cândido Xavier, o beato católico Chico Xavier, comprova sua inclinação pela Teologia do Sofrimento, corrente medieval da Igreja Católica. O "médium" sempre foi um defensor extremado dessa corrente do Catolicismo, em contrapartida ao fato de que a maioria dos católicos não professa tal causa.

Cada vez mais se comprova a similaridade das pregações "espíritas" que glamourizam o sofrimento, definindo as desgraças humanas como "atalho para Deus", com aqueles argumentos que os próprios católicos dessa corrente da Idade Média defendiam: os de definir o sofrimento como um "aprendizado" e um "desafio", "caminhos" que, ao seu ver, levam o sofredor ao "seio de Deus". Aconselhamos a leitura do livro Sofrer e Amar, do padre católico João Mohana (1925-1995), livro lançado em 1972, com as pregações de Chico Xavier e seus seguidores.

Uma boa oportunidade de comparação é o texto reproduzido no blog de Orson Peter Carrara, um dos principais defensores do igrejismo no "movimento espírita". O texto não é dele, mas do jornalista e integrante do "movimento espírita" de Muriaé, Rogério Coelho, mas, a exemplo dos próprios textos do próprio Orson, manifesta uma defesa explícita da Teologia do Sofrimento, que hoje predomina no "espiritismo" brasileiro mais até do que a própria distorção dos ensinamentos kardecianos.

Notem sobretudo neste parágrafo, escrito com linguagem empolada e rebuscada: "Aquele que se arrepende de um mal, está aflito; aquele que se encoleriza, sofre aflição; quem persegue, padece agonia; quem inveja extremunha-se e chora; quem odeia, galvaniza-se sob o açodar da fúria e combure-se nos altos fornos do desequilíbrio que gera. Estes não serão, por enquanto, consolados.  Somente quando a consciência da dor os faça amar, submetendo-os à Divina Vontade, encontrarão na aflição a felicidade por que anelam".

Ele mostra claramente a defesa explícita da Teologia do Sofrimento católica, oriunda das interpretações medievais do sofrimento de Jesus Cristo, trazida já nos tempos do imperador Constantino. O texto abaixo, uma seleção do que foi publicado no referido blog, poderia muito bem ter sido escrito por um católico defensor de tal teologia, pois os argumentos são de uma identidade muito forte com esta causa católico-medieval. Leiam o texto com atenção, com o cuidado de evitar a sedução perigosa das paixões religiosas expressa pelas dóceis palavras.

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TEXTO DE ROGÉRIO COELHO SOBRE AS AFLIÇÕES HUMANAS

Bem-aventurados os que choram (aflitos), pois que serão consolados” - disse Jesus.
Nem todo aflito ou todo aquele que chora será consolado... As aflições são processos depurativos, que chegam ao homem, concitando-o à meditação em torno da problemática da existência, que não pode ser conduzida levianamente. Tua aflição mede o teu estado espiritual e representa o patrimônio de que dispões para recuperares a paz.

Dores de hoje, dívidas de ontem.  Aquele que ora se aflige, recupera-se das aflições que a outrem impôs, por isso "só na vida futura", se hoje bem se conduzir, será consolado.

Há, todavia, aflitos que se fazem afligentes, explodindo, em rebeldia, contra os fatores causais das suas necessidades evolutivas, não raro assumindo uma falsa posição de vítima e engalfinhando-se, nas disputas do desequilíbrio pelo trânsito, através do corredor da loucura por onde derrapam.
Há aflições que se fazem fardo de pesado ônus para aquele que da vida somente considera as vantagens utópicas, isto é, as transitórias alegrias decorrentes da ilusão.

Muitas aflições têm a medida que se lhes atribui aumentando-as ou valorizando-as, em face de uma atitude falsa ou decorrente da exigência de um mérito que em verdade não se possui...

Os aflitos a que se refere o Mestre são aqueles que da tribulação retiram o bom proveito; aqueles que encontram na dor um desafio para superarem-se a si mesmos; os que se abrasam na fé ardente e sobrepõem-se às conjunturas dolorosas; todos os que convertem as dificuldades e provações em experiências de sabedoria; os que sob o excruciar dos testemunhos demonstram a sua fé e perseverança nos ideais esposados, porfiando fiéis aos compromissos abraçados...

Os aflitos humildes e que se convertem em lições vivas de otimismo e de esperança  ̶  eis os que serão bem-aventurados, porque após as dívidas resgatadas, os labores realizados, os testemunhos confirmados, "serão consolados" pela bênção da consciência tranquila, no país da redenção total.
Tua aflição é o caminho da tua vitória sobre ti mesmo. Ela te dará a medida da tua fraqueza e a grandeza do amor e da sabedoria do Pai Criador.

Utiliza-te da sua metodologia para o mais breve triunfo que te cumpre alcançar.
Aquele que se arrepende de um mal, está aflito; aquele que se encoleriza, sofre aflição; quem persegue, padece agonia; quem inveja extremunha-se e chora; quem odeia, galvaniza-se sob o açodar da fúria e combure-se nos altos fornos do desequilíbrio que gera. Estes não serão, por enquanto, consolados.  Somente quando a consciência da dor os faça amar, submetendo-os à Divina Vontade, encontrarão na aflição a felicidade por que anelam.

A aflição está na Terra, por ser este um planeta de provas e dores, onde a felicidade ainda não se instalou, nem poderia fazê-lo por enquanto...
Concentra desse modo, as tuas aflições no Afligido em dívidas e entrega-te a Ele, seguindo-Lhe o exemplo, e, enquanto te encontres aflito, procura diminuir a aflição do teu próximo. Assim, fazendo, serás consolado, porque, conforme já sabemos, "as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa". Sofrendo-as com resignação, superá-las-ás, encontrando a paz."                                                                      

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