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A verdadeira identidade de André Luiz finalmente revelada - parte 2

(OBS de Profeta Gandalf): Uma das figuras mais controversas do Movimento Espírita brasileiro com certeza é o espírito que atende pelo singelo nome de  André Luiz. 

Sem existência comprovada, sem fotografias, de uma suposta evolução espiritual praticamente automática e de obras cheias de absurdos, aceitos sem contestação pelos seguidores de uma doutrina supostamente racional, mas que não analisa nada, Luiz foi obra de um autêntico pseudo-sábio disposto a vandalizar a doutrina, desviando os seus seguidores do bom senso, colocando suas crendices pessoais como se fosse um "complemento" a codificação karceciana.

Desmascarar esse picareta é uma honra e prova de respeito, pois Kardec mesmo havia alertado mais uma vez da necessidade de desmoralizar esses farsantes. Acabar com a mentira, embora poucos percebam, também é uma forma de caridade.

A VERDADEIRA IDENTIDADE DE ANDRÉ LUIZ FINALMENTE REVELADA

Eduardo José Biasetto - Obras Psicografadas

NOTÍCIAS HISTÓRICAS  

O reverendo Owen nasceu em 1869, em Birmingham, na Inglaterra, e desencarnou em 09/03/1931. Foi inicialmente um religioso protestante e, em seguida, um médium espiritualista[6]. Owen ordenou-se sacerdote anglicano em Liverpool, aos vinte e quatro anos, passando a trabalhar como religioso profissional; em 1909, após o desencarne de sua mãe, suas alegadas capacidades mediúnicas despertaram, começando a receber comunicações da genitora falecida em 1913; destacou-se como médium na Inglaterra até os primeiros anos da década de 20. 

Algumas das mensagens que Owen recebeu constituíram quatro livros, reunidos sob o título de A vida além do véu. No início, recebia mensagens de sua mãe que, como novata no além, descrevia-o ao seu filho; em seguida, começou a receber mensagens mais filosóficas, de um espírito ou anjo que se identificava como Astriel, reunidas no livro Os baixos campos do céu, ao qual seguiu-se o livro Os altos campos do céu. Na sequência, veio à luz o livro Os mistérios do céu, inspirado por um espírito ou anjo que se identificava como Leader, que assumiu o monopólio de suas comunicações posteriores (mudando de nome para Ariel). Essas mensagens formaram o quarto e último livro, Os batalhões do céu. O volume resultante foi prefaciado por Arthur Conan Doyle, famoso espiritualista inglês, célebre pela autoria da série Sherlock Holmes.
Possivelmente, a opção do Ministro Owen pela condição de médium tenha resultado na perda de sua paróquia anglicana e, por conseguinte, de sua fonte de recursos primeira; aos cinqüenta e três anos de idade, iniciou a tarefa de divulgar o espiritualismo nos EUA, onde fez palestras e, regressando posteriormente à Inglaterra, proferiu mais de cento e cinqüenta conferências[7]. 

Xavier nasceu em Pedro Leopoldo/MG, em 02/04/1910, e desencarnou em Uberaba, em 30/06/2002. Foi o “médium” espírita mais conhecido e influente do Brasil; nasceu numa família humilde e, segundo biógrafos, sua alegada mediunidade teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade, quando respondeu ao pai sobre ciências durante conversa com uma senhora. Dizia ver, ouvir e conversar com espíritos. Afirmou ter psicografado mais de quatrocentos livros – nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras, dizendo reproduzir apenas o que espíritos lhe ditavam. Assim, diz-se, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros, mais de cinqüenta milhões de exemplares em português, com traduções em inglês, espanhol, japonês, esperanto, italiano, russo, romeno etc. Afirmava ter psicografado as cerca de dez mil cartas que produziu, nas quais pessoas mortas davam notícia às famílias. Desde o primeiro livro, diz-se, cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade; sua obra mais reconhecida é o Nosso lar, publicado inicialmente em 1944[8]. 

O livro Nosso lar é um imenso sucesso comercial e tornou-se um clássico da literatura espírita brasileira; conta a história dos primeiros anos do médico André Luiz no além, numa “cidade espiritual” onde espíritos se reúnem para aprender e trabalhar entre uma encarnação e outra. Nessa obra, a novelista Ivani Ribeiro baseou parcialmente sua novela A viagem; esse livro de Xavier obteve o primeiro lugar entre os dez melhores livros espíritas publicados no séc. XX, segundo pesquisa realizada em 1999 pela Candeia Organização Espírita de Difusão e Cultura; desenhos minuciosos e detalhados do mapa da pretensa “cidade espiritual”, assim como a arquitetura de suas “edificações”, “Ministérios” e “casas” foram feitos pela “médium” Heigorina Cunha, através de observações realizadas durante supostos desdobramentos (saídas do corpo) em março de 1979, conduzidas e orientadas pelo espírito Lucius. Tais desenhos serviram de inspiração para criar o visual arquitetônico da cidade que se vê na adaptação cinematográfica da obra, o filme Nosso lar. Os desenhos foram confirmados como autênticos por Xavier, dizendo tratar-se realmente do Nosso lar. A obra de Xavier também ganhou versão para o teatro, com direção de Gabriel Veiga Catellani[9]. 

Como dito acima, André Luiz é o nome atribuído por Xavier a um dos personagens mais frequentes de seus livros, supostamente um espírito. Acerca de sua verdadeira identidade em vida, e sem esquecer que alguns pormenores de sua suposta existência foram preventivamente alterados, existem várias opiniões correntes no movimento espírita brasileiro sobre que pessoa ele teria animado quando encarnado[10]. Esse é outro tema polêmico na obra de Xavier. Vários espíritas chegaram a afirmar que André Luiz, em sua última encarnação, teria sido o médico Oswaldo Cruz. Depois, surgiram “evidências”, de que teria sido Carlos Chagas. Por fim, o espírita, jornalista e escritor Luciano dos Anjos passou a afirmar que André Luiz foi o médico Faustino Esposel – Anjos, inclusive, há mais de uma década, promete lançar um livro para provar sua teoria.
Há problemas referentes à comprovação de quem foi o suposto espírito André Luiz: 1º) originariamente, o nome André Luiz era apenas o nome de um dos irmãos de Xavier, quando o suposto espírito teria se manifestado ao médium mineiro; 2º) o próprio “espírito”, na obra Nosso lar, afirmou que escolhia manter o anonimato sobre sua verdadeira identidade, na condição de médico terreno, vivendo na cidade do Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XX; 3º) entretanto, André Luiz afirma em Nosso lar e noutros livros de Xavier que as informações por ele mencionadas, referentes à sua última encarnação na condição de médico, são autobiográficas; 4º) então, de acordo com as informações contidas na “Série André Luiz”, o médico paulista teria desencarnado por volta de 1930. Isto porque, no livro Nosso lar, ele afirma ter passado oito anos no umbral depois do desencarne; pouco tempo depois de ter sido resgatado do umbral e socorrido na colônia Nosso Lar, a 2ª Guerra Mundial (que teve início, como sabemos, em 1939) foi deflagrada. 

Tais informações eliminam a possibilidade de André Luiz ter sido Oswaldo Cruz, que morreu em 1917 – mas Carlos Chagas morreu em 1934 e Faustino Esposel morreu em 1931. Contudo, existem outros problemas para que algum desses dois personagens seja André Luiz: este afirma ter tido três filhos, dado inconsistente com os nomes citados. Esposel sequer teve filhos. André Luiz afirma que morreu de câncer no estômago, e também há inconsistências nesta informação, no que se refere aos médicos citados. André Luiz afirma ter sido um médico que atendia em sua própria clínica, enquanto, por exemplo, Carlos Chagas era um sanitarista. Enfim, se não se pode provar quem foi André Luiz, torna-se difícil acreditar que este personagem é efetivamente um espírito, uma vez que Waldo Vieira, “ex-médium”, companheiro de Xavier na elaboração de alguns livros ditos psicografados, como por exemplo Evolução em dois mundos, afirma categoricamente que André Luiz foi Carlos Chagas, lançando mais dúvidas do que certeza na questão. Para saber mais, há posts no blog de Visoni analisando o tema[11]. 

Uma das críticas que recebi ao postar artigos no blog de Visoni, sobre as relações entre A vida além do véu e livros psicografados por Xavier, envolve a questão de quando o livro de Owen teria sido traduzido pela primeira vez para o português. Após muito pesquisar, consegui encontrar a resposta: por volta de 1920, Owen já havia concluído sua obra e, no Brasil, Carlos Imbassahy (1883-1969, advogado, jornalista e escritor espírita) foi quem primeiramente verteu o livro do reverendo inglês para o português, publicando sua tradução em 1921, segundo assentamentos da FEB[12]. 

Outra notícia histórica, oral, não confirmada inteiramente ainda documentalmente, pois carece de pesquisa mais profunda nos jornais espíritas da época e fia-se mais na memória de adeptos mais antigos, afirma que as semelhanças entre A vida além do véu e o Nosso lar foram de pronto percebidas por vários espíritas, anatematizados como “ortodoxos”[13], gerando um discreto rumor de plágio nos meios espíritas nos primeiros anos que se seguiram à publicação do influente livro de Xavier, em 1944. 

Outra hipótese aos futuros historiadores do tema: alguns membros da elite dirigente espírita, por todos esses anos e até hoje, sempre souberam da origem duvidosa (não psicográfica) do livro mais famoso do médium mineiro, coonestando a situação em virtude do grande sucesso alcançado e pelas vendas, que até hoje prosseguem, indiferentes às críticas (relevando o verdadeiro interesse, não exatamente doutrinário, de algumas instituições espíritas influentes) fundamentadas cientificamente. Se assim for, pressente-se que, como num novo Vaticano, teria sido forjada uma cisão entre uma cúpula dirigente com vários e influentes membros maquiavélicos e a numerosa base do movimento, ingênua, mantida desinformada, pois sua multiplicação tornou-se um fim em si e para que continue comprando livros, ainda que tal prática resulte numa inevitável perda de qualidade do adepto espírita médio, tornado um religioso raivoso e assim conservado por uma fonte de informação falsa. 

AMANHÃ: EVIDÊNCIAS DE SIMILARIDADES

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