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Assistencialismo de Luciano Huck esclarece equívoco da "caridade" de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar)

"Gostei muito do filme do Chico Xavier. Acreditando ou não. Sem dúvida, foi um cara especial. Que dedicou a vida para trazer paz as pessoas", escreveu Luciano Huck na sua conta do Twitter, em 04 de abril de 2010, depois que ele e sua esposa Angélica assistiram ao filme cujo protagonista foi interpretado pelo recém-falecido Nelson Xavier.

Um pouco mais recentemente, Luciano Huck havia estado em Pedro Leopoldo, na terra do "médium", para gravação do seu quadro "Lata Velha" no programa Caldeirão do Huck, transmitido pela mesma Rede Globo que, nos tempos da ditadura militar, reinventou o mito de Francisco Cândido Xavier como um pretenso filantropo, na tentativa de evitar a ascensão dos pastores evangélicos que usavam a mídia para fazer pregações, como Edir Macedo, mais tarde proprietário da Rede Record.

Definido como "expressão do novo" na política nacional por Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República e símbolo do que há hoje de retrógrado no cenário político-partidário atual (só perdendo para forças medievais como as de Jair Bolsonaro e seus filhos), Luciano Huck simboliza, na verdade, o "antigo", sendo apenas uma reciclagem de velhos paradigmas, ele que é marido de Angélica, que certa vez pediu para uma das babás dos três filhos do casal carregar um guarda-chuva para a apresentadora, tal qual uma antiga escrava fazia a sua "sinhá".

"O eixo principal do programa, exibido pela Globo há 17 anos, é o assistencialismo, uma tradição da TV de cunho popular no Brasil desde a década de 1960. Fazendo drama com a miséria alheia, Huck reforma carros, casas e até pequenos negócios, ajuda parentes a se reencontrarem organiza casamentos - tudo sempre sob o patrocínio das marcas que anunciam no ar", escreveu o crítico de televisão Maurício Stycer, na página da Folha de São Paulo na Internet.

No último dia 12, num evento em Porto Alegre, a ex-presidenta Dilma Rousseff fez um longo comentário ironizando a "filantropia" de Luciano Huck, recentemente cogitado para uma possível candidatura à Presidência da República pelo PSDB, partido do qual o apresentador é filiado.

"Eu assisti lá em Harvard uma inovação. A inovação é a política social de auditório. Consiste em demonstrar a eficácia de um programa de auditório de um apresentador chamado Luciano Huck", declarou Dilma, provocando risadas no público que a ouvia.

"Não riam, isso é real. Ele levou uma das pessoas beneficiadas. Foi aplaudido de pé porque levou uma senhora e ela tinha melhorado de vida", acrescentou Dilma, se referindo ao evento Brazil Conference, ocorrido em Harvard, EUA, que teve tanto a ex-presidenta quanto o apresentador como convidados.

Dilma denunciou o caso de Huck como uma nítida tentativa explícita de manipulação eleitoral pretendida pela Rede Globo. A "política social de auditório" talvez explique às pessoas o equívoco que é o Assistencialismo, ou "caridade paliativa", que muitos usam na tentativa de atenuar a culpa dos deturpadores do Espiritismo brasileiro, cada vez mais distante de Allan Kardec.

O Assistencialismo é um tipo de "caridade" que só resolve problemas de maneira pontual. Realiza ajudas, mas de uma forma relativa e mínima, com benefícios que até existem, só que são muito poucos e, na maioria dos casos, medíocres. Além disso, é uma "caridade" que só serve para promover a imagem pessoal do "benfeitor", que se coloca acima do próprio benefício.

Chico Xavier e Divaldo Franco são geralmente defendidos pelos seus seguidores e simpatizantes por causa da "bondade". Uma desculpa marcada pela emotividade cega, pelas paixões religiosas e pelo desconhecimento do caráter superficial do Assistencialismo, que é a tal "caridade" associada aos dois supostos médiuns e deturpadores graves do legado de Kardec.

O Fantástico, da mesma Rede Globo que tem Luciano Huck como contratado, cometeu a gafe de definir Divaldo Franco como "o maior filantropo do Brasil", em uma matéria tendenciosa como tantas do noticiário "global". A matéria afirmou que a Mansão do Caminho "ajudou mais de 160 mil pessoas" em 63 anos de existência (a reportagem foi ao ar em 2015), que, mediante cálculo, corresponde a uma porcentagem anual de 0,08% só em relação à população de Salvador.

Risível um ídolo religioso ser considerado "maior filantropo do Brasil" ajudando tão somente 0,08% de soteropolitanos. Em índices nacionais, é ainda pior, menos de 0,01%. Praticamente, isso é sinônimo de nada. E como é que alguém pode ser "maior filantropo do Brasil" ajudando quase nada? Isso só explica a farsa do Assistencialismo, uma "caridade" que tenta expor o "benfeitor" acima da própria caridade que, em tese, diz fazer, sendo mais uma forma de promoção pessoal do ídolo religioso do que um meio de ajudar o próximo.

A ajuda da Mansão do Caminho foi tão pouca que Pau da Lima, onde se situa a pomposa residência, é ainda um dos bairros mais violentos de Salvador. No ano passado, às vésperas do evento "Você e a Paz", realizado anualmente no Campo Grande nos dias 19 de dezembro, uma jovem foi sequestrada por um motoqueiro num ponto de ônibus de Pau da Lima, para ser estuprada por ele e uns comparsas num terreno baldio.

É conhecida a estória de Divaldo Franco, em suas palestras, sobre a menina que seria currada por um grupo de rapazes, e que teria sido salva pelo espírito de Adolfo Bezerra de Menezes, que se materializou para avisar a policiais numa viatura sobre o plano do crime. Os policiais foram ao local e prenderam os rapazes, que tiveram o plano frustrado. Faltou essa ajudinha do "dr. Bezerra" para salvar a moradora de Pau da Lima, a poucos metros da Mansão do Caminho. Francamente, Divaldo!...

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