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Uma patética visão da "deturpação espírita" pelos próprios deturpadores


(Autor: Professor Caviar)

Este texto abaixo, publicado na página do Instituto Chico Xavier, mostra o caráter hipócrita do "movimento espírita", que critica a "vaticanização" dos outros, mas não enxerga a sua.

Sob o pretexto de criticar a deturpação do Espiritismo quando feita por outrem, o "espiritismo" brasileiro que se apoia em Francisco Cândido Xavier e companhia não se dá conta que o seu "verdadeiro espiritismo" é tão deturpado e que a deturpação praticada é a pior do que aquela que se reprova dos outros. É a típica prática de implicar com o argueiro do olho alheio enquanto se ignora a trave que tapa o próprio olho.

Os "espíritas" traem Allan Kardec o tempo todo, com igrejismos aqui e ali, com fantasias de supostos mundos espirituais feitos ao sabor do materialismo, desvios doutrinários graves que fogem da lógica e do bom senso, e são eles os primeiros a estufarem os peitos e falarem em "espiritismo autêntico", atribuindo a eles uma fidelidade doutrinária que não cumprem. Carlos Imbassahy já havia alertado sobre a farsa dos "espíritas autênticos".

Não custa demais dizer: recomenda-se ler o texto com cuidado, sem se deixar levar pelas seduções das paixões religiosas.

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Deturpando o Espiritismo

Por Agnaldo Cardoso - Instituto Chico Xavier

Uma emissora de rádio transmitia um pronunciamento de um padre católico, que ao referir-se aos católicos, que freqüentam os Centros Espíritas para os Passes e a “aguinha fluidificada”, o mencionado reverendo denominou-os de “catóritas”.

E como chamar os espíritas que continuam batizando os filhos, sob o pretexto de que quando maiores escolherão sua própria religião, casam-se e aos filhos na Igreja com as pompas, rituais e as cerimônias, fazem a Primeira Comunhão com as tradições da Igreja Católica, fazem promessas aos santos, acendem velas, etc? De Espiritólicos?

Como muitas pessoas, eu comecei no Espiritismo apenas como freqüentador de Centro, ouvidor de palestras, tomador de passes e de água fluidificada. Depois de algum tempo, comecei a procurar uma forma de ser útil à Doutrina. Comecei a ler, a estudar e a participar mais ativamente.
Foi quando eu percebi a prática de algumas coisas meio esquisitas e que não batiam com o que eu lia na literatura espírita.

Fiquei muito preocupado por perceber que o problema era muito sério, porque é sabido que planejadores das sombras se reúnem em seminários, congressos e debates, buscando achar meios mais eficazes para debilitar o Espiritismo e para isso, tentam infiltrar-se nas fileiras espíritas.

– Mas como podem? Os espíritas estudam tanto! Alguns ingênuos companheiros indagam. É aí, meus queridos irmãos, que está o grande problema. Muitos espíritas se dizem tão preparados que até sentem-se profundamente ofendidos, quando alguém lança a hipótese deles estarem sendo obsidiados.

– O quê? Eu, obsidiado? Jamais! Comigo isso não acontece... E baixam suas defesas e param de estudar por acharem que já sabem demais, principalmente dirigentes de instituições e de grupos, que pelo fato de exercerem uma função de algum destaque, sentem-se protegidos e dispensados dos indispensáveis: “amai-vos e instruí-vos” e “orai e vigiai”!

As ameaças ao Espiritismo, já não são grosseiras, rudes. Elas mudaram. São sutis, enganadoras, envolventes e muitas vezes não estão ocultas nas sombras. A tática dos irmãos trevosos mudou. Não mais pensam em explodir as Casas Espíritas. O objetivo agora é implodir, pois o material explosivo, inúmeras vezes está nas mãos – conscientes ou não – daqueles que estão ao nosso lado, trabalhando na mesma Casa!

Não desejamos com essa afirmação, fazer que passemos a vigiar nossos irmãos de trabalho. Longe disso. O clima reinante em uma Casa Espírita, deve ser sempre o de confiança recíproca. Contudo, quando algum companheiro começar a dar sinais de querer desvirtuar, maculando a Doutrina dos Espíritos, é hora de ficarmos atentos e ajudando esse irmão, pondo-o novamente na trilha que leva ao Pai, estaremos ajudando a nós mesmos, à Casa que nos abriga e principalmente à Causa Espírita.

Mas o que temos visto em alguns Centros Espíritas e que tem nos preocupado? Irmãos que só se interessam pela parte mediúnica; outros que querem acabar com o intercâmbio mediúnico, defendendo a idéia de Espiritismo sem espíritos; outros que só se preocupam com o que o Centro pode fazer por ele e não o que ele pode fazer pela Casa; alguns se julgam donos do Centro, principalmente trabalhadores mais antigos na Casa; e nas casas espíritas de um modo geral, todos se melindram muito facilmente e não gostam de ser corrigidos.

O mínimo que se espera dos espíritas, principalmente os que se propõem a dirigir uma Casa Espírita, ou dirigir grupos, é que tenham o conhecimento básico da Doutrina Espírita, alicerçado nas Obras de Allan Kardec! Entretanto, é comum encontrarmos Instituições que não mantém o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, o ESDE e quando mantém, seus dirigentes não participam. Alguns porque não têm tempo, mas a maioria, é por comodismo ou por julgar não mais precisar, porque já sabe o suficiente ou até demais! 

Esta flagrante a falta de conhecimento termina dando oportunidade a que apareçam práticas contrárias à coerência doutrinária. Mas quais seriam essas práticas? É até difícil de acreditar, mas vejamos algumas, apenas algumas, que fui vendo ao longo dos anos:

- As garrafas de água têm que estar destampadas para poder haver a fluidificação;

- Exórdios intermináveis que prejudicam o tempo de palestra; - Nas reuniões mediúnicas, portas são fechadas para os espíritos não “fugirem”;

- Dirigente da reunião pública recomendando que a platéia não cruze os braços, para poder receber os efeitos positivos da prece;

- Preces tão longas, que mais parecem uma doutrinação;

Como muitos de nós somos oriundos da igreja católica, muitos resolvem “igrejar” o Espiritismo e nessa proposta surgem as práticas importadas das religiões tradicionais. Eu acredito que nenhum de nós gostaria de ouvir em forma de piada, que não passamos de cópias deturpadas de alguma igreja. Mas por que alguém diria isso? Ao ver:

- Dirigente de reunião, manda que as pessoas dêem as mãos como sinal de união, eis aí a Bispa Sônia Hernandez do Espiritismo!

- Dirigente de reunião pede palmas para Jesus! Surge o Edir Macedo do Espiritismo e outros mais entusiasmados, ainda gritam: Viva Jesus! São os RR Soares do Espiritismo! 

Agora as possíveis perguntas, face ao que acabei de falar:

– Qual o mal em nos darmos as mãos e batermos palmas e vivas para Jesus?

Primeiro, porque fazendo assim, embora não se esteja cometendo nenhum erro, não deixamos de dar margem a comentários do tipo: estão copiando a igreja católica! E não se caracteriza a união de um grupo, pelo simples pegar nas mãos. A união, meus irmãos, se caracteriza pela coesão de princípios, unicidade de propósitos, sentido de cooperação mútua e, principalmente, ausência de inveja, melindres e fofocas! E não pelo fato de um grupo dar-se as mãos.

Quanto aos vivas e palmas para Jesus, ele, como espírito puro e Governador espiritual da Terra, não precisa nem deseja as nossas “palmas” e os nossos “vivas”. Ele anseia é que tenhamos mais atitudes, principalmente em relação aos nossos irmãos. O que ele mais espera de nós, é que “amemos a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”! Egos inflados e massagens no ego, são coisas próprias do homem e não de um espírito puro!

Alguns companheiros, quando questionados se são espíritas, com uma suposta humildade que muitos gostam de ostentar, respondem: Eu estou tentando ser espírita. Essa resposta é puro desconhecimento da Doutrina, que nos ensina que se reconhece o verdadeiro espírita não apenas pelo fato de já ter atingido a elevação espiritual e estar no nível de um Bezerra de Menezes, mas também pelo esforço que faz em domar suas más inclinações.

Quando os Centros Espíritas se organizarem melhor, proporcionando além do Passe e da Água Fluidificada, orientação doutrinária, para uma maior compreensão dos princípios básicos que devem nortear os trabalhadores na Seara Espírita, certamente, o verdadeiro espírita terá uma nova postura na sociedade, porque passará a distinguir o que é ser espírita, claramente explicado por Allan Kardec, sob a orientação dos Benfeitores Espirituais.

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