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Frases de Chico Xavier e Jair Bolsonaro sobre ditadura se revelam idênticas

(Autor: Professor Caviar)

Existe a ameaça de movimentos de esquerda botarem tudo a perder, ao criar, em seus portais de mídia alternativa, espaços para religiosidade que acolherão o "espiritismo" brasileiro e endeusarão Francisco Cândido Xavier, um reacionário contumaz que só queria defender que os sofredores "suportem suas desgraças em silêncio".

Procurando prevenir as forças progressistas de tamanha e traiçoeira armadilha, reproduzimos mais uma vez a famosa declaração de Chico Xavier defendendo a ditadura militar, no programa Pinga Fogo da TV Tupi em 1971. A defesa foi feita com as próprias palavras do "médium", diante de um grande público e, passado o tempo, Chico Xavier não mudou em seu conservadorismo social e moral, tendo inclusive apoiado Fernando Collor de Mello para o segundo turno da campanha presidencial de 1989. Antes de morrer, Chico Xavier ainda havia recebido Aécio Neves (outro bastião da direita brasileira), que se encaixava no político dos sonhos do "médium". No fim da vida, Chico sinalizava apoiar o PSDB, que recentemente tem setores identificados com o bolsonarismo.

Para comparar, vamos reproduzir, também, uma carta de Jair Bolsonaro para a Folha de São Paulo, intitulada "Comissão da Inverdade", que faz elogios à ditadura militar que seguem o mesmo sentido ideológico da defesa por Chico Xavier. Ambos, projetados de forma arrivista, arrumando muita confusão - um, através de literatura fake, outro, através de um plano abortado de atentados a bomba - , estão praticamente entrelaçados pela identidade de ideias conservadoras e pelos redutos de ampla popularidade, que são os mesmos espaços das redes sociais ligados ao reacionarismo ideológico e à apreciação de fake news. Vamos lá:

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DEPOIMENTO DE CHICO XAVIER AO PROGRAMA PINGA FOGO

"Temos que convir (...) que os militares, em 3l de março de 1964, só deram o golpe para tomar o Poder Federal, atendendo a um apelo veemente, dramático, das famílias católicas brasileiras, tendo à frente os cardeais e os bispos. E, na verdade, com justa razão, ou melhor, com grande dose de patriotismo, porque o governo do Presidente João Goulart, de tendência francamente esquerdista, deixou instalar-se aqui no Brasil um verdadeiro caos, não só nos campos, onde as ligas camponesas (os “Sem Terra” de hoje), desrespeitando o direito sagrado da propriedade, invadiam e tomavam à força as fazendas do interior. Da mesma forma os “sem teto”, apoderavam-se das casas e edifícios desocupados, como, infelizmente, ainda se faz  hoje em dia, e ali ficavam, por tempo indeterminado. Faziam isto dirigidos e orientados pelos comunistas, que, tomando como exemplo a União Soviética e o Regime Cubano de Fidel Castro, queriam também criar aqui em nossa pátria a República do Proletariado, formada pelos trabalhadores dos campos e das cidades. Diga-se, a bem da justiça, que os militares só recorreram à violência, ao AI-5, em represália aos atos de violência dos opositores do regime democrático capitalista, que viviam provocando atos de vandalismo, seqüestros de embaixadores e mortes de inocentes".

(ENTREVISTA DO PROGRAMA PINGA-FOGO, APRESENTADO POR ALMYR GUIMARÃES, TV TUPI DE SÃO PAULO, 28 DE JULHO DE 1971)

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COMISSÃO DA INVERDADE

Carta de Jair Bolsonaro - Folha de São Paulo, 11 de janeiro de 2011.

"Os militares só conseguem manter a hierarquia e a disciplina porque a verdade está para eles como a fé está para os cristãos.
A mentira e a traição fazem parte da vida política brasileira, em que os vitoriosos se intitulam espertos, pois, afinal, dessa forma estarão sempre no poder.
A esquerda no Brasil chegou ao poder pelo voto, graças aos militares que impediram em 1964 a implantação de uma ditadura do proletariado. Os perdedores, nos anos subsequentes, financiados pelo ditador Fidel Castro, partiram para a luta armada, aterrorizando a todos com suas ações, que ainda fazem inveja ao crime dito organizado dos dias atuais.
Foram 20 anos de ordem e de progresso. Os guerrilheiros do Araguaia foram vencidos, evitando-se que hoje, a exemplo da Colômbia, tivéssemos organizações como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) atuando no coração do Brasil.
O nosso povo vivenciou sequestros de autoridades estrangeiras e de avião, dezenas de justiçamentos, tortura, execuções como a do adido inglês e a do tenente da Força Pública de São Paulo no Vale do Ribeira, bombas no aeroporto de Recife e carro-bomba no QG do 1º Exército, respectivamente com mortes de um almirante e de um recruta, latrocínios, roubos etc.
O regime, dito de força, negociou e foi além das expectativas dos derrotados ao propor anistia até mesmo para crimes de terrorismo praticados pela esquerda. Agora, no poder, eles querem escrever a história sob sua ótica, de olhos vendados para a verdade.
Projeto do Executivo, ora em tramitação na Câmara, cria a dita Comissão da Verdade, composta por sete membros, todos a serem indicados pela presidente da República, logo ela, uma das atrizes principais dos grupos armados daquele período, que inclusive foi saudada pelo então demissionário ministro José Dirceu como "companheira em armas".
Ninguém pode acreditar na imparcialidade dessa comissão, que não admite a participação de integrantes dos Clubes Naval, Militar e da Aeronáutica. Essa é a democracia dos "companheiros".
Ainda pelo projeto, apurar-se-iam apenas crimes de tortura, mortes, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres, não tratando de sequestros, atentados a bomba, latrocínios, recebimento de moeda estrangeira de Cuba, sequestro de avião e justiçamentos.
É notório que a esquerda quer passar para a história como a grande vítima que lutou pelo Estado democrático atual, invertendo completamente o papel dos militares, que, em 1964, por exigência da imprensa, da Igreja Católica, de empresários, de agricultores e de mulheres nas ruas intervieram para que nosso país não se transformasse, à época, em mais um satélite da União Soviética.
Os militares sempre estiveram prontos para quaisquer chamamentos da nação, quando ameaçada, e, se a verdade real é o que eles querem, as Forças Armadas não se furtarão, mais uma vez, a apoiar a democracia.
Se hoje nos acusam de graves violações de direitos humanos no passado, por que não começarmos a apurar os fatos que levaram ao sequestro, à tortura e à execução do então prefeito Celso Daniel em Santo André? Ou será que, pela causa, tudo continua sendo válido, até mesmo não extraditar o assassino italiano Cesare Battisti por temer o que ele possa revelar sobre seu passado com terroristas brasileiros hoje no poder?"

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