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Por que o Brasil passou a gostar tanto de arrivistas?


(Autor: Professor Caviar)

Por que o Brasil passou a gostar de arrivistas, a ponto de transformar o arrivismo na fórmula para o sucesso?

Nos últimos tempos, as personalidades que mais se projetam e se consolidam em popularidade, seja no âmbito da política, esporte, música, economia e até religião, são aquelas que começam suas trajetórias de erros, não raro muito graves, mas que, depois de leves infortúnios e muita confusão causada, se firmam em seu privilégio e não conseguem mais perder as vantagens conquistadas.

Sim, trata-se daquele sujeito que começa como um oportunista exótico, que se projeta a partir de uma postura ou atitude que varia de um equívoco ideológico a um crime de morte, conforme varia o caso de cada indivíduo. Ele até se torna uma figura um tanto popular ou exótica, consegue alguma notabilidade, mas se envolve em polêmicas pesadas ou em alguns incidentes desagradáveis. Chega a ficar próximo de sofrer uma encrenca pesada, que poderia lhe botar tudo a perder, até que algum protetor ou alguma circunstância lhe favorece e ele permanece em posição privilegiada, da qual se consolida e dificilmente dela irá cair.

Errar é humano, mas, no Brasil marcado pelo surrealismo, o erro virou receita para o sucesso. Ser retrógrado, cometer um crime ou aprontar muita confusão por qualquer motivo virou o caminho de ambiciosos apressados conseguirem o prestígio pleno, às custas de um bom pistolão ou de brechas legais, ou então de alguma complacência social ou grupal. Enfim, circunstâncias diversas que permitem que o oportunista em busca de prestígio possa, atropelando os outros, encontrar porto seguro para si.

De Guilherme de Pádua a Jair Bolsonaro, passando pelo "puro" Francisco Cândido Xavier, mas também incluindo Sérgio Moro, Fernando Collor e até o baiano Mário Kertèsz, o arrivismo se tornou um trampolim para quem quer furar a fila da evolução social e, com a ajuda das conveniências e de pistolões eventuais, conseguir obter o êxito extremo e daí só sair com muita dificuldade.

A ascensão dos arrivistas atingiu seu auge com a vitória eleitoral de Jair Bolsonaro e, em seu bojo, figuras também arrivistas como Kim Kataguiri, Janaína Paschoal, Alexandre Frota e Arthur do Val (o blogueiro "Mamãe Falei"), além do fato de Olavo de Carvalho ter se tornado mais influente no nosso país. Isso significa que causar escândalos tornou-se, infelizmente, a receita do sucesso, num país em que o próprio Chico Xavier, causador de escândalos graves, é considerado "santo".

No caso de Chico Xavier, também houve arrivismo. A sua imagem adocicada trabalhada pela mídia hegemônica nos últimos 40 anos dá a falsa impressão de ser uma "pessoa pura", de trajetória "limpa" e de "vida muito simples". Grande erro. Se vasculharmos o passado, veremos que ele se trata de um dos maiores farsantes, envolvido na produção de literatura fake - junto a Antônio Wantuil de Freitas e a equipe da FEB, sob a ajuda de consultores literários - e numa série de confusões causadas propositalmente pelo próprio "médium", que no entanto é beneficiado pelo vitimismo forjado para evitar críticas contra ele.

Chico foi beneficiado pela impunidade e conseguiu até assediar o filho do escrito Humberto de Campos, para evitar novos processos judiciais. Forjou uma doutrinária "espírita", abraçou Humberto de Campos Filho e cochichou em falsete para desnorteá-lo e deixá-lo em fascinação obsessiva. Aí levou ele para mostrar atividades de mero Assistencialismo, mas promovidas como se fossem "caridade plena".

TRUQUES

Os principais truques que fazem para transformar arrivistas em pretensas unanimidades são estes:

1) MEMÓRIA CURTA - Esquecer a trajetória original do arrivista, cheia de aspectos negativos e atitudes bastante duvidosas. Apaga-se essa fase do histórico do arrivista, que agora é uma pessoa dotada de "trajetória limpa", porque conquistou posições influentes e privilegiadas na sociedade, e, por isso, deve ser visto como alguém que "chegou lá por mérito próprio".

2) JEITINHO BRASILEIRO - Se algum erro grave é denunciado, mostrando o lado sombrio de um arrivista, usa-se o jeitinho brasileiro, arrumando argumentações relativistas e desculpas das mais diversas para dizer que "errar e humano" ou que "tal fase é superada". Em muitos casos, costuma-se dizer que os erros cometidos "não trouxeram tantos malefícios à sociedade" e que por isso cabem "ressalvas" para legitimar a atual posição privilegiada do arrivista.

3) VITIMISMO - O arrivista, quando encontra alguma encrenca à sua frente, capricha na sua pose de vítima, de coitado, e em muitos casos não costuma reagir com energia. Precisa fazer drama e, com isso, forçar a comoção pública. No caso de Chico Xavier, ele, em sua esperteza, sempre ficava quieto diante dos ataques e críticas à sua pessoa, como um falso cristo que forja suas cruzes de borracha, para forjar falso martírio para produzir comoção nas pessoas.

A complacência generalizada das pessoas permite que tudo isso ocorra, assim como a desinformação generalizada e a confusão de ideias, num Brasil onde a tarefa de esclarecimento verdadeiro não é hábito nos setores dominantes da sociedade, hoje retomando o poder.

É lamentável que a pessoa tida como "mais evoluída do Brasil" havia sido um arrivista, e é um horror ver que a desonestidade humana pode ser premiada pela santificação. Só mesmo um Brasil de gente tola, desinformada e confusa que permite que Chico Xavier, um grave e vergonhoso deturpador do Espiritismo, seja visto como "espírito de luz". Ele acabou virando o "padroeiro dos arrivistas", o "santo" que ajuda os desonestos a "vencerem na vida" na base do empurrão.

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