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O mito da suposta humildade de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar)

Muito cuidado com anúncios desse tipo. Eles circulam pela Internet - usando, sobretudo, palavras-chave como "falsos cristos" e "falsos profetas" - tentando promover o grande deturpador do Espiritismo, Francisco Cândido Xavier, a um suposto humilde, inventando que ele tinha morrido pobre e miserável.

São anúncios de conteúdo bastante tendencioso, os quais compara pastores neopentecostais - nas fotos, Waldomiro Santiago e Edir Macedo - com o "médium" mineiro, alegando que os evangélicos dessa espécie são "endeusados" mas acumulam muito dinheiro, enquanto o "injustiçado" Chico Xavier "nunca cobrou um centavo" para "levar paz às pessoas".

Sem dúvida alguma, os pastores eletrônicos das seitas neopentecostais são pessoas gananciosas, arrivistas, enganadoras, manipuladoras e detentoras de muito dinheiro, arrancado de humildes e desesperados fiéis.

No entanto, Chico Xavier só foi humilde até a juventude e todo o mito de pobreza associado a ele era falso. Ele não tocava em dinheiro, apenas isso. Outros pagavam por ele. Essa imagem de pobreza foi construída pela FEB e isso gerou fortunas tão grandes quanto a dos pastores neopentecostais. Aliás, Chico Xavier mais parecia um membro da realeza britânica, recebendo favores e sendo pago por outrem. E os lucros ficaram com o presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas, que atuava também como um "empresário" e parceiro de Chico Xavier.

Chico não morreu pobre. Vivia em razoável conforto, com o aparato de modéstia que se exige de um ídolo religioso. Tanto que não havia notícia dele sofrendo alguma desgraça que não seja a doença da velhice. Muito diferente, por exemplo, de pessoas que, realmente, morreram na penúria, como o escritor e intelectual Luiz Carlos Maciel, o roqueiro Renato Rocha (Negrete), ex-baixista da Legião Urbana, e o músico de Bossa Nova Lúcio Alves. Esses, sim, morreram pobres.

CHICO XAVIER NÃO COBRAVA DINHEIRO, MAS LUCRAVA COM PROMOÇÃO

Chico Xavier não cobrava um centavo? Vírgula! Ele não mexia em dinheiro e atendia com aparente gratuidade as pessoas, o que chamava a atenção com tão suposta generosidade associada a uma celebridade religiosa. Mas o fazia isso com a vaidade de um rei recebendo seus súditos, porque a gratuidade tinha também seu outro preço e Chico Xavier lucrava por outras formas.

O atendimento "gratuito" fazia seus livros venderem como água e lhe dava visibilidade através da cobertura sensacionalista da grande imprensa. Por isso Chico Xavier não cobrava um centavo, ele vinha de qualquer maneira. A publicidade e a visibilidade que o "médium" provocava com suas ações "gratuitas" e "humildes" permitia que até mesmo os ricos pagassem as viagens e lhe pagassem refeições, premiações em eventos e tudo o mais. Chico Xavier não mexia em dinheiro, mas deixou muitas recompensas na Terra, era um popstar religioso simbolicamente rico.

Chico Xavier morreu doente e frágil, e isso é fato indiscutível. Mas não foi internado em hospital público, financiado pelo SUS, mas num bom hospital em Uberaba. Alguém lhe pagou a internação e se Chico faleceu é pelos efeitos da velhice física, aos 92 anos de idade. Não foi por infecção hospitalar nem falta de atendimento médico, como ocorre nos hospitais públicos. Morreu quase da mesma forma que um príncipe britânico, temos que admitir.

Como um ídolo religioso conservador, Chico Xavier agradava as elites e elas sempre lhe sustentaram de uma forma ou de outra. E as vendas dos livros não foram para a caridade, mas para os editores da FEB e outras publicadoras, a maior parte ficando para os lucros pessoais dos publishers. O poder da FEB cresceu muito através de Chico Xavier. Se fosse só a caridade e a "ausência de um único centavo", esse poder não teria crescido tanto e a FEB não teria sequer uma latrina instalada em cada edição da Bienal do Livro.

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