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"Maior caridade" de Chico Xavier foi uma grande PERVERSIDADE. Saiba por quê

(Autor: Professor Caviar)

Tida como a maior bondade de toda a carreira do suposto médium Francisco Cândido Xavier, a divulgação de "cartas mediúnicas" se revela uma grande perversidade, um espetáculo que alimentou o sensacionalismo da imprensa marrom, prolongou as tragédias familiares mesmo com a "felicidade" das mensagens atribuídas aos mortos e promoveu demais um ídolo religioso, que se tornou alvo de fanatismo.

Esse espetáculo, além disso, é comprovadamente contrário aos ensinamentos trazidos pelo Espiritismo original, que não recomenda atividades assim tão ostensivas e que só servem para estimular sentimentos obsessivos e emoções extremas e perigosas. Daí a grande crueldade que Chico Xavier havia feito durante anos, e que de modo nenhum pode ser reconhecido como uma caridade, sob qualquer hipótese.

Antes que os chiquistas acusem de intolerância religiosa ou desaforo, é bom saber que Allan Kardec reprovaria tais atos, os considerando bastante arriscados e perigosos, nos quais a ansiedade, o desespero e a catarse emotiva podem trazer sentimentos obsessivos sérios.

Há várias razões para ver nas "sessões mediúnicas" promovidas por Chico Xavier e similares um processo perverso de estimular sentimentos obsessivos de qualquer espécie. E isso constatamos à luz da lógica, a partir de uma série de questionamentos:

1) ESTIMULA A EXPLORAÇÃO SENSACIONALISTA PELA IMPRENSA MARROM - A imprensa marrom é conhecida por divulgar notícias sobre violência, glamourizando o crime e expressando o ódio vingativo de seus comentaristas. Mas também é conhecida por explorar o pitoresco e, não raro, a pieguice religiosa. O aspecto pitoresco da paranormalidade e da pieguice produzem aspectos fantásticos e deslumbrantes, que compõem o apelo sensacionalista de tais atividades. O sensacionalismo favorece tanto a imagem da imprensa marrom, considerada um ramo pouco confiável do Jornalismo, quanto a figura pessoal do "médium", que se promove com essa improvisada publicidade.

2) ALIMENTA O FANATISMO RELIGIOSO - Ao estimular a promoção pessoal do "médium", transformado num pretenso milagreiro e num suposto filantropo, a divulgação de "cartas mediúnicas" o promove como ídolo religioso, alvo de adoração exagerada e cega, inspirando uma catarse emocional bastante obsessiva. Note-se que o fanatismo religioso é uma combinação entre sensacionalismo e fé religiosa que cria tais exageros emocionais.

3) CREDULIDADE E CONFIANÇA CEGA - Se levarmos em conta que as mensagens atribuídas aos mortos são fake - várias provas indicam que as escritas dos supostos mortos destoam das caligrafias que eles deixaram em vida, mas, em compensação, refletem a caligrafia pessoal do "médium" - , o "médium" acaba cometendo uma desonestidade, enganando o público e, o que é pior, atraindo para si a credulidade extrema e a confiança cega, a ponto das pessoas que são por ele enganadas o defenderem com paixão obsessiva, não admitindo dúvidas sobre a (suposta) autenticidade das mensagens difundidas, ainda que seu conteúdo seja forjado pela "leitura fria" e por pesquisas de arquivo.

4) VIBRAÇÕES BAIXAS, SEMELHANTES AOS DAS ORGIAS MATERIALISTAS - As sessões "mediúnicas" de Chico Xavier parecem apenas meras atividades assistenciais e religiosas, mas seus apelos sensacionais e emotivos exagerados fazem com que esses eventos se equiparem, em energia vibratória, àquilo que os "espíritas" chamam de "bacanais do sensualismo", as orgias materiais movidas pelo sexo, pelas drogas e pelo dinheiro. As "orgias da fé" se produzem pela catarse emotiva, pela "masturbação com os olhos" da comoção fácil, pelo êxtase religioso, pelos sentimentos desesperados de saudade e apego, pelo ambiente igrejeiro reforçado, sobretudo, pelo fato de que muitas das mensagens "mediúnicas" são na verdade mershandising religioso: "vamos nos unir na paz em Jesus", "oremos em sintonia com o Pai", "nos solidarizemos na fraternidade do Cristo" etc. Tudo isso cria uma catarse doentia, que não é sexual, nem financeira nem ligada a drogas lícitas ou ilícitas, mas possui o mesmo clima pesado da diversão mórbida e da busca frenética por sensações fortes.

5)  OSTENTAÇÃO E PROLONGAMENTO DOS LUTOS FAMILIARES - A exploração prolongada das tragédias familiares, mesmo com o aspecto "positivo" das supostas psicografias, traz um preço muito caro para as famílias que perderam entes queridos. Elas expõem suas tragédias, o que impede de superar os lutos e tocar a vida pela frente, porque a privacidade é eliminada diante do duplo espetáculo das reuniões religiosas e da cobertura da imprensa.

6) "BOMBARDEIO DE AMOR" - O apelo emotivo do "bombardeio de amor" - cujos elementos caraterísticos já foram alertados desde Homero, em cuja Odisseia narrava o "canto de sereias" que tentavam seduzir o guerreiro Ulisses - é considerado, por especialistas do mundo inteiro, como um tipo perigoso de dominação da mente humana, criando um simulacro de afetividade, intimidade e emotividade intensos a partir de diversos tipos de apelos que induzem à comoção humana, fazendo com que, no caso da religião "espírita", se atraia mais seguidores. Não é algo feito de graça, pois, como diz o ditado, "não existe almoço grátis". Os religiosos "espíritas" não querem ser amigos sinceros de gente comum - até porque não há como ver no "espírita" um grande amigo, se ele, em suas pregações, faz apologia ao sofrimento humano - , mas pura e simplesmente atrair fiéis. O perigo do "bombardeio de amor" é que o envolvimento emocional a ele relacionado envolve sentimentos obsessivos, transe mental e sensações de êxtase religioso, vide a facilidade dos choros copiosos de aparente comoção com "coisas belas".

7) LEGITIMA A DETURPAÇÃO DO ESPIRITISMO - As "sessões mediúnicas" legitimam e renovam o poder dos "médiuns" deturpadores da Doutrina Espírita. Essas sessões, na verdade, são contrárias aos ensinamentos originais do Espiritismo, por serem eventos espetaculares que podem estimular sentimentos obsessivos diversos. Somando a irregularidade das supostas psicografias - como as fraudes da "leitura fria" e pesquisas de arquivo e a assinatura que remete à caligrafia não do morto, mas do "médium" da ocasião - , essas atividades se tornam claramente anti-kardecianas, mas, pelo apelo sensacionalista e religioso que causa comoção fácil nas pessoas, essas sessões acabam consagrando a falsa ideia de Espiritismo que prevalece no Brasil, desinformando e cegando ainda mais as pessoas, que acabam apoiando esses eventos ostensivos que nada contribuem para a verdadeira compreensão da Ciência Espírita e revelam o apelo igrejeiro da deturpação.

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