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O "espiritismo" brasileiro estaria sintonizado com Herodes?

(Autor: Professor Caviar)

O "espiritismo" brasileiro, sobretudo através da adoração a Francisco Cândido Xavier, amaldiçoa os filhos de seus devotos? É bem estranho que muitos adultos e idosos que passam a ser devotos de Chico Xavier, de repente, percam seus filhos prematuramente em tragédias vindas do nada, ainda que motivadas por fatores aparentemente lógicos.

Um dos casos recentes envolveu o desenhista Maurício de Sousa. Foi só o famoso criador da Turma da Mônica fazer revistas especiais sobre "espiritismo" brasileiro e sobre Chico Xavier para um de seus filhos, Maurício Spada, também desenhista e produtor, falecer num infarto fulminante, com apenas 44 anos, num contexto em que, no Brasil, feminicidas ricos da mesma faixa etária recebem muito mais pressões emocionais que levariam a essa causa mortal mas, aparentemente, sobrevivem.

Nair Bello, Augusto César Vannucci, e, mais recentemente, a atriz Márcia Brito - ex-nora de Chico Anysio e mãe do falecido Ryan Brito - , são alguns dos que perderam filhos prematuramente em tragédias "repentinas". Mas essas tragédias, surgidas depois que tais pessoas professam devoção pelo "espiritismo" brasileiro, indicam que Chico Xavier tinha como fetiche os mortos prematuros, e se apropriava deles para produzir supostas psicografias. 

A sua maior vítima, o escritor Humberto de Campos, também faleceu prematuramente, aos 48 anos de idade, em 1934. Outra vítima, Irma de Castro Rocha, a Meimei, era uma anônima professora que faleceu de uma doença nos rins, aos 24 anos, em 1946.

Acreditar na vida após a morte e na reencarnação não permite que as pessoas fiquem alegres porque os jovens filhos faleceram de repente. É isso que, infelizmente, ocorre entre os devotos do "espiritismo". A certeza de que a "vida continua" não pode ser vista como um pretexto para permitir que uma parcela de jovens fique jogando fora à toa suas encarnações.

Encarnação existe, reencarnação existe, e existe vida após a morte. Mas o problema é que cada encarnação é única, e quem tem um plano de vida para uma encarnação e, de repente, morre com o caminho interrompido, dificilmente o executará da mesma forma na encarnação seguinte.

Por exemplo, um homem vive feliz com sua namorada, mas ela morre num acidente de carro. O homem toca sua vida para a frente etc, e, na velhice, morre. Ele reencarna e reencontra a falecida namorada como sua irmã. A relação de namoro não será permitida, a não ser se as regras sociais forem outras, mas, mesmo assim, nunca será a mesma coisa.

Vamos supor uma hipotética reencarnação do pianista e compositor Newton Mendonça, que compôs com Tom Jobim a canção "Desafinado".Também morto por infarto, aos 33 anos, em 1960, imaginemos que ele tenha reencarnado em 1980, e tenha, hoje, 37 anos de idade.

No seu tempo, Newton vivia um cenário fértil de Música Popular Brasileira autêntica, com muita criatividade, qualidade musical, um fervilhante ambiente social, com gente culta, idealista, vibrante. Mas, reencarnando hoje, o que ele encontra na vida? Um cenário predominante de bregalização cultural, com pessoas alienadas, música medíocre, entretenimento vazio, cuja empolgação só pode ser falsamente produzida por engradados de cerveja, para não dizer outras coisas.

Mesmo se Newton expuser sua proposta - digamos que ele queira dar continuidade à carreira interrompida em 1960, ainda que sob outro nome e corpo - , o que ele encontrará serão canastrões do "pagode romântico" e do "sertanejo" que se limitam à pretensão de embarcar em aventuras falsamente emepebistas, de preferência às custas de repertório alheio ou da cosmética musical de arranjadores de plantão.

Não será a mesma coisa. E, mesmo que haja explicação sobre o que foi o cenário musical de outrora, os canastrões, mesmo se julgando "capazes de aprender tudo", não têm a sensibilidade, a vocação nem a vivência para isso. Newton teria encontrado um ambiente que não lhe permite fazer o que havia feito nos anos 1950 e no ano de 1960.

MÉTODO GROSSEIRO DE CONTROLE DE NATALIDADE

Como hoje é Natal, conhece-se a história do rei Herodes, que, reinando na Judeia na virada de milênio marcada pela simbólica efeméride do nascimento de Jesus de Nazaré - que, embora haja indícios de ter nascido no começo de abril de 5 a.C (parece piada, Jesus nasceu "antes de Cristo", mas isso é historicamente provável), o fato é comemorado no dia 25 de dezembro do primeiro ano de nossa era - , teria mandado matar crianças naquela época.

Oficialmente, crenças religiosas atribuem essa ordem de Herodes, cumprida por seus guardas, de degolar crianças pequenas, a uma forma de evitar o surgimento do "messias". Mas a atitude de Herodes era, na verdade, um método grosseiro, bem brutamontes, de controle de natalidade, dentro daquela aridez moral das autoridades do Império Romano.

Ficamos perguntando se o "espiritismo" brasileiro, que parece querer fazer a sociedade brasileira retroceder para os padrões do Velho Mundo que vão do reinado de Júlio César (século I a.C.) até o início da Era das Navegações (século XV da nossa era), está também sintonizado, ainda que sob outro contexto e motivo, com o rei Herodes.

Nota-se que, sob as energias confusas do "espiritismo" brasileiro - que com todas suas contradições, movidas por diversos jogos de interesses motivados pela deturpação dos postulados originais - , que isso acaba amaldiçoando pessoas de personalidade diferenciada, que morrem prematuramente ou no auge de suas atividades pessoais. E isso envolve muitos jovens, que perecem em tragédias surgidas do nada, aparentemente podendo sobreviver a elas, mas não conseguindo.

O "espiritismo", sabe-se, é uma religião conservadora, e isso influi no fato de que suas energias protegem o "velho" em detrimento do "novo". Fala-se tanto em doutrina "progressista", mas pelo conteúdo moral do "espiritismo" brasileiro - que, entre tantos aspectos, defende a Teologia do Sofrimento - , ela se comprova bastante conservadora e retrógrada. Daí as energias que abatem o "futuro" simbolizado pelos jovens mortos.

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