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Chico Xavier, o falso Cristo que enganou o Brasil


(Autor: Professor Caviar)

O "movimento espírita", assustado com a péssima repercussão trazida pelo caso do "médium" João de Deus, tenta tirar o corpo fora e classifica o religioso, acusado de uma série de crimes, como alguém "alheio ao Espiritismo".

No entanto, se temos João de Deus, é porque Francisco Cândido Xavier abriu um precedente para todo o cenário de confusões que se observa sob o manto do "espiritualismo religioso". E devemos lembrar que Chico Xavier abençoou João de Deus em 1993, quando, recentemente, se descobriram denúncias contra o "médium" goiano que remetem a 1983. Como o "intuitivo" Chico Xavier, que muitos acreditam ser um "grande sábio", não se deu conta de figura tão traiçoeira?

É porque o próprio Chico Xavier nunca passou de uma farsa. Era um sujeito que, numa só pessoa, acumulava a esperteza de um Aécio Neves, o reacionarismo de um Jair Bolsonaro e o oportunismo pretensamente filantrópico de um Luciano Huck.

Devemos tomar muito cuidado, porque o "movimento espírita", sob o pretexto da "pureza doutrinária", anda querendo afastar apenas uma parcela pequena de "médiuns" - o caso mais recente foi o de Antônio Miguel Rodrigues, que atuava num "centro espírita" chamado Grupo Espírita Bezerra de Menezes, em Aparecida de Goiânia. Ele é acusado de matar quatro pessoas que não resistiram às pretensas cirurgias espirituais que ele realizava não só em Goiás, mas também no interior da Bahia.

No entanto, a Federação "Espírita" Brasileira, que surgiu abraçando J. B. Roustaing e não Allan Kardec, é responsável direta ou indireta por esse "vale-tudo". A FEB, agora, fala em "pureza doutrinária", periódicos ligados bajulam até José Herculano Pires, mas mantém Chico Xavier no pedestal, sem saber que ele sempre foi um farsante.

Há coisas preocupantes, de arrepiar, na trajetória do "médium". Seus trabalhos "psicográficos" apresentam provas de fraudes, por apresentarem problemas, vários deles graves, quanto aos aspectos pessoais dos autores mortos alegados. E para quem acha isso complicado achando que Chico Xavier seria incapaz de fazer isso sozinho, o "fogo amigo" de Suely Caldas Schubert divulgou uma carta na qual o próprio "médium" agradecia Antônio Wantuil de Freitas e o editor da FEB, Luís da Costa Porto Carreiro Neto, por fazerem a revisão para a sexta edição de Parnaso de Além-Túmulo.

Críticos literários dos mais renomados alertaram sobre a baixa qualidade dos livros "mediúnicos". As obras eram tão medíocres que soam muito parecidas, e percorrendo Parnaso de Além-Túmulo se observa que as obras soam realmente falsas. O falso tem sempre a intenção de parecer verdadeiro e não são as semelhanças que garantem a veracidade, pois há vários aspectos comprometedores na obras de Chico Xavier que põem xeque-mate a qualquer tese de "possível autenticidade".

POR QUE CHICO XAVIER É FALSO CRISTO?

Mas é aí que entra o falso Cristo que Chico Xavier sempre foi. Diante da indignação da comunidade literária, os partidários de Chico Xavier, a partir da própria cúpula da FEB, tentam fazer prevalecer uma narrativa agradável, porém mentirosa, que atribui ao "médium" uma abordagem vitimista, atribuindo a fúria dos literatos a uma suposta "ira dos patrícios" contra um pretenso "homem simples e bondoso".

A ideia é colocar os críticos literários que desconfiavam das "psicografias" uma falsa imagem de vilões, salvando a pele de Chico Xavier. E olha que existem provas consistentes e fartas de que as "psicografias" eram falsas, e o caso de Humberto de Campos tornou-se um dos exemplos mais deploráveis, mesquinhos e oportunistas dessa atividade infeliz que, no entanto, é glorificada mediante a força traiçoeira das paixões religiosas.

Chico Xavier é glorificado porque o Brasil tem um péssimo hábito de leitura, que de tão medíocre impede que as pessoas reconheçam o que realmente é o estilo de um escritor. Por isso não há um menor interesse em analisar a obra original de Humberto de Campos com a suposta obra "mediúnica". A FEB impõe um lobby no qual o mercado literário mantém as obras originais do autor maranhense fora de catálogo para evitar uma leitura comparativa, porque essa tarefa derrubaria, inevitavelmente, as pretensas psicografias.

O vitimismo de Chico Xavier é uma atitude típica de um falso Cristo, com suas cruzes de plástico, se passando por vítima, mesmo quando as confusões que o envolveram foram por ele criadas. A ideia é forjar uma retórica na qual o ídolo religioso é que é o "coitadinho", atingido pela "fúria impiedosa e intolerante dos opositores, que queriam barrar seu projeto de promover a paz, a fraternidade e a dedicação ao próximo". Palavras muitíssimo agradáveis, porém falsas e traiçoeiras. Mas a Natureza mostra que o aparato de beleza esconde armadilhas, como tantas plantas bonitas que produzem sucos deliciosos, como a cicuta ("chicuta"?), altamente venenosa. Registra a História da Antiguidade que o filósofo Sócrates morreu depois de beber um gole de cicuta.

JESUS CRISTO E ALLAN KARDEC TIVERAM TRAJETÓRIAS LIMPAS. CHICO XAVIER, NÃO.

Temos que abrir mão do pior dos apegos, que é o apego das paixões religiosas, que prometem trazer o "desapego material" mas transformam as pessoas em escravas da mistificação e da idolatria religiosa, mesmo quando essa idolatria é dissimulada pela "admiração normal a um homem simples".

Desapegando de paixões religiosas, vemos Chico Xavier como realmente foi, um oportunista e deturpador do Espiritismo, um sujeito que se envolveu em confusões como literatura fake tida como "mediúnica", apoio a fraudes de materialização - há provas de que Chico assinou atestado "autenticando" essas farsas - e uso de "leitura fria" e pesquisas bibliográficas para produzir as ditas "cartas mediúnicas" de mortos comuns.

Jesus Cristo e Allan Kardec deixaram registradas biografias nas quais eles procuravam atuar com integridade, honestidade e despretensão. Se eles se envolveram em incidentes desagradáveis, não foi por culpa deles. E isso é muito diferente de Chico Xavier, cuja biografia é envolta em muita confusão, causada por ele ou por aqueles que conviveram com ele.

Até mesmo os gastos econômicos diferem. Jesus, em sua trajetória, era um andarilho que buscava esclarecer as pessoas, fazendo visitas e sendo hospedado por elas. Ele teve a preocupação de difundir, dessa forma improvisada, valores culturais diversos, da ética à crítica aos poderosos, numa época em que a escrita era um privilégio de poucos.

Kardec pagava as próprias viagens, para realizar pesquisas e palestras para explicar suas descobertas a respeito dos estudos sobre a vida espiritual. Ele não tinha patrocínio, sustentava ele mesmo nas viagens e gastos com refeições, procurando trazer os assuntos da espiritualidade dentro da lógica e do bom senso.

Com os "médiuns", isso não acontece. Chico Xavier e Divaldo Franco eram sustentados como se fossem membros da nobreza, que não tocam em dinheiro mas nem por isso são pobres e humildes. Empresários e latifundiários lhes patrocinavam secretamente, e os "médiuns" viviam do bom e do melhor, por conta do "balé de palavras" que faziam, mais voltado à mistificação religiosa do que ao esclarecimento, que não era o forte destes e de outros artífices da mistificação.

Divaldo Franco teve suas confusões, mas elas também agiram em função do (des)caminho aberto por Chico Xavier. O "médium" de Pedro Leopoldo teve uma trajetória marcada por muita confusão, tanto que ele teve que abandonar a cidade para se exilar em Uberaba. Não eram os "Herodes de batina", como tentam nos fazer crer os chiquistas, que estavam perseguindo um "homem de bem", mas era um farsante mistificador, pretenso "médium" e deturpador do Espiritismo, que tinha que sair de sua terra natal depois de causar tantos incidentes terríveis, ligadas ao charlatanismo. 

Chico Xavier, com sua capacidade de seduzir e dominar as pessoas, se utilizando de técnicas de hipnose ou simplesmente o "bombardeio de amor" - armadilha traiçoeira feita para dominar as pessoas através de simulações de afetividade extrema - , foi o falso Cristo que enganou o Brasil e que, quando era denunciado e criticado, apostava no vitimismo para forçar a comoção pública em favor dele, o que, num país dominado por paixões religiosas como o Brasil, foi, infelizmente, muito bem sucedido.

Onde tem confusão, a coerência não encontra morada. Não podemos aceitar a falácia de que Chico Xavier teve uma trajetória "limpa", porque isso foi um roteiro de novela montado sob inspiração do que Malcolm Muggeridge fez com a megera Madre Teresa de Calcutá. É uma narrativa muito agradável, que faz muita gente dormir tranquila, mas essa atitude de transformar Chico Xavier numa "fada-madrinha do mundo real" não tem o menor compromisso com a realidade dos fatos. Os "olhos do coração" causam cegueira.

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