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Agrippino Grieco se desiludiu com Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar)

Oficialmente, a Federação "Espírita" Brasileira credita o escritor Agrippino Grieco como um dos supostos confirmadores da "psicografia literária" de Francisco Cândido Xavier, ao lado de autores como Raimundo Magalhães Jr., Monteiro Lobato e Apparicio Torelly, o Barão de Itararé.

Só que nenhum deles confirmou tais "psicografias" e recusar-se a admitir fraudes não significa que as considera verídicas. É uma questão de linguagem: não dizer "não" é muito diferente de dizer "sim", porque, fora do raciocínio binário e simplório de muitas pessoas, o fato de que alguém não quer negar uma coisa não significa que ela esteja afirmando a mesma. Desse modo, NINGUÉM confirmou a suposta psicografia literária de Chico Xavier.

O que se viu em algo próximo foi o caso Agrippino Grieco, que foi tomado pela fascinação obsessiva das supostas mensagens do falecido amigo Humberto de Campos. Já publicamos uma matéria demonstrando esse deslumbramento, do Diário da Noite de 21 de setembro de 1939, e outra matéria mostrando o esclarecimento de Attila Paes Barreto dado ao escritor, no Diário de Notícias de 20 de julho de 1944 e possivelmente incluído no livro O Enigma Chico Xavier Posto à Clara Luz do Dia, do mencionado jornalista, lançado naquele ano e hoje uma raridade.

Mas agora publicamos um depoimento desiludido de Agrippino, em entrevista dada ao mesmo Diário da Noite, edição de 26 de junho de 1944, para o qual manifestou seu deslumbramento inicial, e cabe aqui analisarmos o que é sucumbir aos apelos ilusórios de Chico Xavier. Vejamos o depoimento:

A Humberto de Campos, entretanto, penso que já bastariam os livros por ele escritos ainda em vida, para que sua glória se tornasse imperecível. Os livros póstumos ou pretensamente póstumos nada lhe acrescentam à glória, sendo mesmo bastante inferiores aos escritos em vida. Interessante: de todos os livros que conheço como sendo psicografados, escritos por intermédio da mão ligeira de um médium, nenhum se equipara aos produzidos quando era o escritor que fazia a pena deslizar sobre o papel. O mesmo sucede com as obras do espírito de Vítor Hugo, "apanhadas" aqui no Brasil e em português. Parecem-me todas de um Vítor Hugo em plena caducidade, com uma catarreira senil das mais alarmantes... Outra coisa: em geral esses livros só se reportam a coisas terrestres: não são livros do além, mas simplesmente do aquém, retrospectivos, autobiográficos, de um mundo que já conhecemos miudamente...".

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