
(Por Eliana Medeiros, via e-mail)
Quero manifestar minha indignação com o Canal Brasil, pela "homenagem" que fez aos 150 anos de morte de Allan Kardec, o grande Codificador da Doutrina Espírita.
Sabemos que Kardec foi muito maltratado por um tal de Espiritismo que no Brasil sempre se primou pelo igrejismo de matriz católico-medieval e que sempre escapava dos ensinamentos do mestre de Lyon, como alunos bagunceiros que viviam matando aula na escola.
Mas agora foi demais. A nossa imprensa brasileira, sob a desculpa de se lembrar de Kardec, se lembrou mais do arroz-de-festa Chico Xavier, que simplesmente rasgou os livros da Codificação e criou coisas absurdas como uma "cidade espiritual" que mais parece condomínio de luxo, uma tal de Nosso Lar, feita sem qualquer fundamento científico, e a "profecia da data-limite", à qual teria a imediata e severa reprovação do professor lionês.
E o Canal Brasil, no embalo, foi exibir o filme biográfico do Chico Xavier, uma verdadeira "novela da Globo" em forma de longa-metragem, e uma tal de "Menina Índigo", apostando naquela bobagem de crianças-índigo que discriminam as pessoas com inteligência mais apurada desde a infância.
É um acinte que o Espiritismo no Brasil acolha uma farsa dessas, criada por lunáticos esotéricos dos EUA sob o objetivo de enriquecer vendendo livros e palestras, e ainda humilha nossos pobres jovens com mais de dois neurônios só porque parecem prodígios aos olhos da sociedade idiotizada e emburrecida como a de hoje.
Triste ver o Canal Brasil cometendo esse desserviço, além de vermos que até a BBC Brasil também cortejou o duvidoso e irregular Chico Xavier, um deturpador da pior espécie que vivia pregando para os sofredores aguentarem as desgraças calados. Chico Xavier foi um sujeito que não fez nada de caridade e só beneficiou a si mesmo com essa promoção pessoal pela falsa ajuda aos próximos, explorando tragédias familiares e obrigando os pobres a se conformarem com sua situação.
Isso é um grande desrespeito à inteligência humana e somos tratados como bobos até por veículos que deveriam ter um diferencial, como BBC, Canal Brasil e o que vier. Nem mesmo a mídia alternativa, que é capaz de identificar reacionarismo até em canção do Rock Brasil ou em piada de stand up comedy é capaz de enxergar pontos sombrios em Chico Xavier.
Gente, vamos parar de paixões religiosas, fascinação obsessiva, do peçonhento "bombardeio de amor"!! Vamos perder o medo de criticar esse farsante chamado Chico Xavier que já deveria ter causado estranheza quando seu primeiro livro Parnaso de Além-Túmulo sofreu reparos editoriais cinco vezes em duas décadas, com a mal-disfarçada participação de dirigentes da FEB na escrita dos textos.
Sinto vergonha só de saber o que fizeram com o legado trabalhoso do sofrido mestre Kardec.
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