Pular para o conteúdo principal

Frase de Chico Xavier sobre seu próprio vitimismo


(Autor: Professor Caviar)


A Teologia do Sofrimento é engraçada. Ao sofredor, pede-se que se aguente desgraças, opressões, tragédias e humilhações até mesmo acima dos limites toleráveis, e a alma humana, esmagada, é "convidada" a ficar feliz com isso, agradecer a Deus e orar em silêncio, acreditando que, na vida futura, conquistará "bênçãos eternas" seja na velhice da fragilidade física, na próxima encarnação ou no além-túmulo. Até lá, temos que ficar felizes com o Inferno a que nos reserva.

Mas a Teologia do Sofrimento também serve para alimentar o coitadismo de seus pregadores, assim que eles são alvos de críticas bastante enérgicas. Dessa forma, seus pregadores, muito vaidosos, criam seus "calvários de mentira", fazem drama, inventam um "martírio" para eles mesmos, carregando cruzes de plástico, usando a ideia do sofrimento em causa própria, para, orgulhosos, usarem o triunfalismo como desculpa para não aceitarem a sua derrota: "pois, abatido na derrota extrema, surgirei como fênix na vitória sobre os meus vencedores".

É isso o conteúdo oculto nesta frase de Francisco Cândido Xavier: "Quem é perseguido, muitas vezes ainda consegue ir adiante, principalmente se estiver sendo perseguido de maneira injusta, mas quem persegue não sai do lugar".

Como todo falso Cristo, Chico Xavier reagia com a esperteza dos maliciosos, forjando vitimismo e se fazendo de tristonho e quieto diante das críticas pesadas contra ele. Com um currículo apavorante de deturpação doutrinária, fraudes em supostas psicografias e defesa de valores morais ultraconservadores, que muitas vezes eram creditados a autores mortos para tornar as opiniões pessoais de Chico Xavier "mais universais", o "médium" mineiro buscava usar o vitimismo combinado com o triunfalismo para forçar a comoção pública em torno dele.

Geralmente ele ficava quieto ou falava pouco - "não vamos botar querosene nesse incêndio", disse ele certa vez - , fingia tristeza profunda e caprichava nas poses melancólicas de um pretenso derrotado, esperando que a comoção coletiva possa provocar seu triunfo. Enquanto isso, seguidores de Chico Xavier é que reagiam com ódio e rispidez contra seus contestadores.

Daí frases desse tipo que nada dizem. A frase acima é apenas uma frase dita em causa própria por Chico Xavier. É uma frase duplamente traiçoeira, que tanto força os sofredores a aguentarem humilhações achando que estão "em melhor situação" que seus agressores, que mesmo diante de conflitos se mantém ainda em boas vantagens sociais, quanto permite aos seus pregadores eventuais manifestações de vitimismo, como uma maneira de se acharem "vitoriosos na derrota final".

Isso é uma maneira não só de não aceitar a derrota, mas de enganar as pessoas. Além disso, Chico Xavier manipulava as pessoas explorando contrastes: fraqueza X força, silêncio X voz, ignorância X saber, derrota X vitória. Tudo isso para confundir as pessoas. Nada mais anti-Kardec.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Publio Lentulus nunca existiu: é invenção de "Emmanuel" da Nóbrega! - Parte 3

OBS de Profeta Gandalf: Este estudo mostra que o personagem Publio Lentulus, utilizado pelo obsessor de Chico Xavier, Emmanuel, para tentar dizer que "esteve com Jesus", é um personagem fictício, de uma obra fictícia, mas com intenções reais de tentar estragar a doutrina espírita, difundindo muita mentira e travando a evolução espiritual. Testemunhos Lentulianos Por José Carlos Ferreira Fernandes - Blog Obras Psicografadas Considerações de Pesquisadores Espíritas acerca da Historicidade de Públio Lêntulo (1944) :   Em agosto de 1944, o periódico carioca “Jornal da Noite” publicou reportagens investigativas acerca da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.   Nas suas edições de 09 e de 11 de agosto de 1944, encontram-se contra-argumentações espíritas defendendo tal mediunidade, inclusive em resposta a uma reportagem anterior (negando-a, e baseando seus argumentos, principalmente, na inexistência de “Públio Lêntulo”, uma das encarnações pretéritas do

Provas de que Chico Xavier NÃO foi enganado por Otília Diogo

 (Autor: Professor Caviar) Diante do caso do prefeito de São Paulo, João Dória Jr., que divulgou uma farsa alimentícia durante o evento Você e a Paz, encontro comandado por Divaldo Franco, o "médium" baiano, beneficiado pela omissão da imprensa, tenta se redimir da responsabilidade de ter homenageado o político e deixado ele divulgar o produto vestindo a camiseta do referido evento. Isso lembra um caso em que um "médium" tentava se livrar da responsabilidade de seus piores atos, como se ser "médium espírita" permitisse o calote moral. Oficialmente, diz-se que o "médium" Francisco Cândido Xavier "havia sido enganado" pela farsante Otília Diogo. Isso é uma mentira descarada, sem pé nem cabeça. Essa constatação, para desespero dos "espíritas", não se baseia em mais um "manifesto de ódio" contra um "homem de bem", mas em fotos tiradas pelo próprio fotógrafo oficial, Nedyr Mendes da Rocha, solidário a

Um grave equívoco numa frase de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar) Pretenso sábio, o "médium" Francisco Cândido Xavier é uma das figuras mais blindadas do "espiritismo" brasileiro a ponto de até seus críticos terem medo de questioná-lo de maneira mais enérgica e aprofundada. Ele foi dado a dizer frases de efeito a partir dos anos 1970, quando seu mito de pretenso filantropo ganhou uma abordagem menos confusa que a de seu antigo tutor institucional, o ex-presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas. Nessa nova abordagem, feita sob o respaldo da Rede Globo, Chico Xavier era trabalhado como ídolo religioso nos moldes que o jornalista católico inglês Malcolm Muggeridge havia feito no documentário Algo Bonito para Deus (Something Beautiful for God) , em relação a Madre Teresa de Calcutá. Para um público simplório que é o brasileiro, que anda com mania de pretensa "sabedoria de bolso", colecionando frases de diversas personalidades, umas admiráveis e outras nem tanto, sem que tivesse um