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Repórter de Realidade desmascarou "psicografia" de Chico Xavier


(Autor: Professor Caviar)

Pode até não ter sido intencional e ter sido feito apenas por teste, mas o jornalista da extinta revista Realidade, José Hamilton Ribeiro - conhecido depois por ser repórter do Globo Rural, da Rede Globo - , pediu ao "médium" Francisco Cândido Xavier, em reportagem publicada na edição de novembro de 1971, que "psicografasse" duas mensagens.

A primeira delas foi referente à mãe de João Guignone, presidente da Federação "Espírita" do Paraná, através do seguinte trecho:

(...)A algumas pessoas (Chico Xavier) proporcionará um sinal ou dirá algo que depois vai correr de boca em boca como mais uma manifestação de 'Vida Maior'. Aconteceu com o sr. João Guignone, presidente da Federação Espírta do Paraná. Ao chegar a sua vez de abraçar o médium, ouviu-o dizer:
- Sabe quem está aqui do meu lado, cheia de emoção e querendo abraçá-lo? Sua mãe!
O sr. João fingiu alegria, manteve a aparência e depois comentou com um companheiro:
- Acho que o Chico não está regulando bem. Disse que viu ao seu lado o espírito de minha mãe, e mamãe está viva em Curitiba!
Bem, foi ele chegar ao hotel e um interurbano do Paraná lhe dava a notícia".

Esse trecho final é ambíguo e os seguidores de Chico Xavier comemoraram quando, posteriormente, um comunicado da FEP havia dito que a mãe de seu presidente faleceu, através de uma mensagem escrita com tais palavras:

"O que sabemos, e relatado pelo próprio Ghignone, é que, ao chegar ao Hotel, ele recebeu a informação de que sua mãe desencarnara.
Portanto, Chico estava correto em sua informação. 

Abraços 

Federação Espírita do Paraná".

Claro que vão puxar a brasa para sua sardinha. Mas mesmo que a mãe de João Guignone tenha falecido pouco depois dele ter sido cumprimentado por Chico Xavier, a verdade é que isso nem de longe deu razão ao "médium", pela seguinte razão:

1) Quando o espírito desencarna, ele sofre o impacto da partida e procura se refazer das impressões da dolorosa transição e parar para pensar a respeito da nova situação. Não vai, de imediato, mandar mensagens ou fazer contatos assim que deixa o corpo físico;

2) A notícia teria sido dada posteriormente pelo interurbano que Guignone recebeu no hotel de Uberaba. Portanto, o óbito da mãe dele foi recente, e ela deixou o corpo físico num tempo em que em nenhuma hipótese permitiria a ela ir imediatamente para Uberaba, com a velocidade da luz, aparecer ao lado de Chico Xavier. Ela não teria tempo para isso, pois o desenlace havia sido muito recente. Seria como supor que a pessoa já está no ambiente de trabalho no momento em que ela ainda acabou de despertar na cama de sua casa;

3) Chico Xavier era esperto e especializado em técnicas de manipulação mental, que lhe faziam forjar pretensas intuições que pareciam "proféticas" ou "mediúnicas". Assim, ele havia previamente informado de que a mãe do presidente da FEP estava muito doente, pois ele se comunicava com várias instituições "espíritas" estaduais. Dessa forma, ele supôs que a mãe de Guignone já estivesse morta, a partir da solicitação de José Hamilton Ribeiro que teria feito o "médium" pensar nessa situação. Quando a mãe de Guignone faleceu, isso foi coincidência, e, portanto, Chico não esteve correto com sua informação, do contrário que alegou a FEP, mas foi beneficiado pela coincidência entre sua falsa psicografia e o óbito do espírito creditado.

Com isso, Chico Xavier foi realmente desmascarado, porque, mesmo quando a mãe de João Guignone tenha falecido pouco depois, ela não teria tido tempo para se manifestar espiritualmente naquela ocasião. Ela ainda estava sob o impacto do retorno ao mundo espiritual, à maneira de um passageiro que, ao desembarcar no aeroporto de uma cidade, fica parado para observar o ambiente em sua volta.

OUTRA FARSA

Segue um outro trecho da reportagem de José Hamilton Ribeiro:

"Mas agora vou ler a receita psicografada do pedido que fiz hoje em nome de Pedro Alcântara Rodrigues, alameda Barão de Limeira, 1327, ap. 82, São Paulo. Assim como no caso da alergia, não veio uma receita de remédios, mas uma orientação espiritual. Na letra inconfundível de psicografia (caligrafia pessoal de Chico Xavier), lá está: - 'Junto dos amigos espirituais que lhe prestam auxílio, buscaremos cooperar espiritualmente em seu favor, Jesus nos abençoe'.

O que pensar disso? Nem a pessoa com aquele nome, nem mesmo esse endereço existem. Eu os inventei".

Chico Xavier foi desmascarado em mais uma situação. Mas seus partidários, com uma irritadiça arrogância, tentaram creditar a coisa como uma "brincadeira" e, apostando no clichê de que Chico era um "médium imperfeito" (desculpa para tirá-lo de certas responsabilidades desagradáveis), supõem que ele havia sido "enganado".

Um exemplo disso é a postura revoltada de Marcos Arduin, autor de um extinto portal chamado Plenitude (hospedado pelo finado Geocities), que fazia com um sujeito chamado Jefferson. O comentário feito em 2003 foi extraído de uma página remanescente, resgatada por outro sítio na Internet, e que faz um comentário bastante confuso e arrogante que, além disso, demonstra o quanto seguidores de Chico Xavier são bastante temperamentais, contrariando a ideia de que eles encontram a serenidade através da adoração ao "médium":

"M.A. - Essa tal "receita" é uma piada : Qualquer um poderia redigi-la. O próprio José Hamilton Ribeiro, autor do artigo, mesmo comenta que nada havia de receita, só a mensagem. Agora fazendo um parêntese : Tanto na Igreja Católica, como nas protestantes, Deus, Jesus, santos, anjos, Maria, etc e tal, são apresentados como gênios da lâmpada : Sempre são dados como prontos a atender nossos pedidos, sejam quais forem. Quevedo, fazendo o seu próprio espiritismo, quer apresentar as entidades espirituais como criadinhos às nossas ordens, dotados de sistemas computadorizados com bancos de dados perfeitos, completos e infalíveis, sempre prontos a darem respostas corretas, de forma não por nenhum médium em dificuldades. Esse é o espiritismo quevediano. A realidade é muito outra : Os espíritos somos nós sem corpo. Não ficamos de posse de plena sabedoria só porque nos libertamos da carne. E portanto, mesmo com sua equipe espiritual, Chico ou qualquer outro médium não pode deter todo o conhecimento de forma a dar receitas ou respostas corretas ao primeiro que se apresente. Isso não existe. Daí então Chico poderia se enganar ? Lógico que podia ! Para o Espiritismo isso é normal e esperado; mas para o Sr Quevedo, com sua boca torta pelo uso do cachimbo...".

A arrogância de Marcos Arduin não consegue explicar a farsa e, querendo blindar Chico Xavier, fala que ele "não pode deter todo o conhecimento de forma a dar receitas ou respostas corretas ao primeiro que se apresente" e, por isso, o "médium" podia "se enganar" e isso é "normal e esperado". Tudo bem, mas quando se blinda demais quem erra muito, tem algo muito estranho.

Além disso, Marcos Arduin e seu parceiro Jefferson, nas mensagens em prol de Chico Xavier e, raivosamente, questionando o Padre Quevedo, caíram em profunda contradição. Para eles, Chico Xavier "não podia ter-se enganado" com o paradeiro da mãe de João Guignone, atribuindo a ele uma "profunda intuição" em relação à morte daquela senhora, mas "pode se enganar" com o pedido de uma suposta receita espiritual.

Além do mais, a irritabilidade dos dois mostra o quanto os seguidores de Chico Xavier são inseguros e incapazes de argumentar de maneira consistente, usando desculpas esfarrapadas aqui e ali, no vão esforço de parecerem lógicos. Desesperados, desenvolvem uma mensagem irritadiça ou, quando isso não ocorre, produzem falácias pseudo-intelectuais que apresentam falhas profundas. De qualquer maneira, as contradições revelam a invalidade de toda essa blindagem e seus supostos argumentos.

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