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Um cartão postal homenageando Chico Xavier. Claro, está cheio de erros

(Autor: Professor Caviar)

O que é uma narrativa bem feita que consegue manipular o inconsciente coletivo, criando mitos que se tornam semi-deuses a ponto de conseguir esconder pontos bastante sombrios.

A campanha de promoção do mito de Francisco Cândido Xavier é um exemplo de como a publicidade pode ir longe, fabricando consenso e criando uma narrativa em que elementos de apelo bastante agradável conseguem ser unidos de forma organizada, criando um discurso verossímil.

Portanto, o caso Chico Xavier é um exemplo de que nem sempre o que parece muito agradável num discurso de defesa e adoração é a verdade. Há muitos erros dos mais graves, pois lembremos que Chico foi um dos mais preocupantes deturpadores do Espiritismo, juntamente com Divaldo Franco. Ambos simplesmente arruinaram o legado kardeciano original em prol de um igrejismo que apenas prevalece porque "desce macio" nos corações e mentes dos brasileiros.

Só porque esse discurso é agradável não significa que seja verdadeiro. Emoção não é saber. Sabedoria não vem do açúcar das palavras. Os verdadeiros mestres não têm mel nas palavras nem na voz. O conhecimento não vive sem queixumes, reclamações, conflitos. Os sábio não são os que trazem respostas prontas, mas aqueles que incitam justamente o questionamento profundo e afiado, que os "espíritas" entendem levianamente como "tóxico do intelectualismo".

Como o foco é esse cartão postal acima, do qual só os idiotas se refeririam a um "intelectual" ou "filósofo" brasileiro, há vários equívocos que podem ser aqui enumerados. Vamos a eles:

1) As fotos de Chico Xavier autografando são superestimadas, como se ele fosse um "grande literato", um "intelectual" ou um "filósofo". Nada disso, é apenas um beato católico a serviço da deturpação do Espiritismo.

2) A palavra "caridade" é tão famosa, mas traz aspectos muito duvidosos: exploração de tragédias familiares, apologia do sofrimento humano, psicografia fake, julgamento de valor acusando pessoas humildes de terem sido tiranos em outras vidas, e, acima de tudo, prática de Assistencialismo (que os "espíritas" alegam ser Assistência Social), na qual o "filantropo", a partir do próprio Chico Xavier, se sobrepõe ao beneficiado, diante dos resultados filantrópicos medíocres e de todo o oba-oba em torno do suposto caridoso.

3) A palavra "amor" também é duvidosa. Primeiro, em parte, pelos aspectos citados no item anterior, e, segundo, porque Chico Xavier não foi essa maravilha que se fala por aí. Ele foi um esperto deturpador do legado original do Espiritismo, e usava esses apelos emotivos para abafar críticas e acusações. Era um defensor da Teologia do Sofrimento, da ideia de "aceitar calado o sofrimento" e defendeu a ditadura militar. E suas "lindas mensagens de amor" não passam de grotescos trocadilhos de palavras com ideias opostas que soam meramente supérfluas.

4) Quanto à palavra "saber", nem se fala. Como um beato igrejeiro, dos mais conservadores, que condenava o questionamento e preferia que as pessoas acreditassem do que duvidassem - o próprio Allan Kardec estimulava o questionamento, o oposto do que é feito na literatura chiquista - , o que, certamente, não faz de Chico Xavier um amigo do Conhecimento. Isso é conversa furada para boi dormir e para as pessoas saírem de suas religiões para abraçar esse "espiritismo" vaticanizado.

5) A palavra "espírito" é apenas um vínculo forçado com o Espiritismo que o "médium" mineiro desfigurou sem o menor escrúpulo, quando sabemos que Xavier sempre foi católico (e, atenção, ortodoxo, apesar da aparente paranormalidade que o fazia "conversar com a mãe morta e o espírito de um jesuíta). A atuação como "médium" de Chico Xavier foi tão deplorável e oportunista, além de fraudulenta (as obras fake, que destoam dos estilos originais dos autores mortos alegados), que criou um hábito estranho dos "médiuns" que se tornam "donos dos mortos", fenômeno que ocorre ao arrepio (e bota arrepio nisso) na Ciência Espírita.

Sobra então a palavra "fé" que, pelo seu apelo religioso, é o que mais tem a ver com o suposto médium Chico Xavier. Ela condiz com seu caráter beato, católico-medieval e igrejeiro, e é o único ponto autêntico desse cartão tendencioso que promove fascinação obsessiva em torno do "médium" para manter as pessoas presas nas paixões religiosas que o alimentam.

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