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A "caridade" da Mansão do Caminho: uma farsa?

(Autor: Professor Caviar)

Diante dos comentários reacionários de Divaldo Franco, exaltando a Operação Lava Jato, condenando a ideologia de gênero e falando mal dos governos do PT, ficamos perguntando: que líder humanista é esse? Que militante pacifista é esse? Que filantropo é esse?

Lembrando episódios sombrios, como um antigo comentário do espírita verdadeiro José Herculano Pires sobre Divaldo, definindo a "caridade" deste como "conduta condenável" e, mais recentemente, do apoio de Divaldo Franco ao desumano prefeito de São Paulo, João Dória Jr., a ponto de permitir-lhe lançar, no evento, um duvidoso e nocivo composto alimentar - a "farinata" ou "ração humana" - , ficamos perguntando se o suposto "maior filantropo do Brasil" que só ajudou 0,0012% da população brasileira, também não seria realmente duvidoso nesse terreno.

Durante muito tempo se blindam os "médiuns espíritas" pela suposta caridade, feita como gancho para abafar denúncias de deturpação e desonestidade doutrinária ao Espiritismo. A suposta filantropia, que os "espíritas" dizem ser Assistência Social (a caridade que acaba com a pobreza, oferecendo risco aos privilégios abusivos das elites), mas é puro Assistencialismo (a caridade meramente paliativa que traz poucos resultados, não elimina a pobreza como um todo e serve mais como propaganda do "benfeitor"), serve mais ao culto à personalidade dos "médiuns", que se acham, com isso, no direito de deturpar a Doutrina Espírita, porque "entenderam mal Kardec, mas, pelo menos, praticam a caridade".

Temos que questionar a "caridade" dos "médiuns espíritas", um cativeiro de meia-dúzia de pobres e enfermos que até são razoavelmente assistidos, mas sem a profundidade que uma caridade verdadeiramente corajosa se faz. Não vamos nos ater à crueldade sensacionalista de outra suposta "caridade", as "cartas mediúnicas" de Francisco Cândido Xavier, porque é um assunto já tratado em outras ocasiões, nas quais os aspectos negativos estão associados a fraudes psicográficas, sensacionalismo religioso, culto à personalidade do "médium" e catarses emocionais do nível das piores orgias.

De Chico Xavier, podemos questionar as "Caravanas do Amor" de Uberaba e o Assistencialismo - aos moldes dos projetos "sociais" de um Luciano Huck - que mais serviam para promoção pessoal do "médium", já duramente criticado pelas fraudes psicográficas e pela deturpação doutrinária espírita. A "caridade", ostensiva e espetacularizada, servia para propaganda do "médium", feita para forçar o apoio dos mais diversos setores da sociedade e incitar levianamente a comoção pública.

Nessa "caridade", muitas farsas podem ser feitas. De repente, em efemérides comemorativas, abertas à sociedade, se forja um pretenso espetáculo da "caridade cristã", com as instituições chamando para os "banquetes do amor" pobres, doentes e miseráveis que, em dias normais, são ignorados por essas mesmas instituições.

As festas são, portanto, um espetáculo arranjado, forjado. Há muita ostentação e alarde em torno da instituição e do "médium" correspondente. Tendenciosamente até moradores de rua são chamados para receber os parcos donativos que são dados a eles poucas vezes por ano. Sopas são feitas em grandes doses, há até bolos, doces, salgados, muita música, balões enfeitando os salões, muito palavreado, muita propaganda.

Ficamos lembrando do livro O Ateneu, de Raul Pompeia, sobre a referida escola do famoso romance, que começa com uma festa imponente de início do ano letivo. Desfiles, discursos e todo um aparato de amor, paz e fraternidade é feito, dando a impressão de que o colégio seria uma sucursal do Paraíso, dentro da concepção de amor, disciplina e serviço "cristãos". Depois da cerimônia, no entanto, a realidade do colégio se revela sombria, cruel, injusta e até trágica.

Ficamos perguntando se, por trás da "caridade" do Grupo Espírita da Prece, dos "áureos tempos" de Chico Xavier, e da Mansão do Caminho, hoje, não há aspectos sombrios? Nem de longe nos passa inventar fatos negativos, mas ficamos perguntando se a "caridade espírita" não seria a tal "esmola excessiva" que faz o santo desconfiar no famoso ditado popular.

O que se sabe de sombrio na Mansão do Caminho são alguns fatos. Primeiro, a grandeza autoproclamada de Divaldo Franco não permite que o bairro onde se sedia o local, Pau da Lima, em Salvador, usufruísse de qualidade de vida. Segundo, os resultados da "filantropia", mesmo com projeto pedagógico e de treinamento profissional, são ínfimos e sob o preço da crença religiosa (tem que se acreditar em "criança-índigo", por exemplo). Terceiro, o culto à personalidade de Divaldo Franco. E, quarto, o mais importante, as constantes ausências de Divaldo no local, para fazer turismo como verborrágico orador a se ostentar para ricos e poderosos.

Com que dinheiro Divaldo Franco usava para palestrar pelo mundo afora? Desvio do dinheiro da Mansão do Caminho? Patrocínio de grandes empresas? "Lavagem" de dinheiro da corrupção dos mais ricos? E com que propósito Divaldo, como deturpador do Espiritismo, vai se pavonear para os ricos e poderosos em troca de medalhas, diplomas e tantos imponentes prêmios?

É bom demais para ser verdade que os "espíritas" falem tanto em caridade. Assim, com muito alarde, com muita ostentação. Isso significa que eles sempre esperam uma recompensa com isso, do contrário do que eles mesmos dizem. Mesmo que seja a recompensa simbólica do prestígio pessoal, no qual se faz uma caridadezinha de nada e espera aplausos bem mais barulhentos e ovacionados do que os resultados pífios dessa filantropia de fachada foi capaz de fazer, se é que realmente foi feita.

É estranho que, nas "casas espíritas", se comemorem demais quando os donativos aumentam e o dinheiro vai para os cofres dessas instituições. Ninguém festeja demais tudo isso quando esses recursos realmente vão para os pobres e necessitados. Quem realmente o faz pratica sem alarde, de maneira discreta, sem exibição. O exibicionismo dos "espíritas" é muito estranho, e há denúncias de que parte das roupas doadas vai para os brechós que certos membros dessas instituições administram para obter renda pessoal.

Também se permite superfaturamento nas instituições "espíritas", pois essa "caridade" tão alardeada, tão propagandeada além da conta, com uma ostentação que deixaria Allan Kardec desconfiado, pode simplesmente mentir, pedindo ao Estado valores financeiros acima do realmente necessário, para assim ser investido não só o dinheiro da "caridade", mas também a grana pessoal de seus membros, capazes de comprar bons carrões e apartamentos de luxo com a "grana dos necessitados".

Temos que analisar e investigar tudo isso, porque o Brasil não melhorou coisa alguma em qualidade de vida e o "espiritismo" brasileiro é uma das religiões mais badaladas do país. Apesar do baixo número de adeptos, é a religião mais protegida pela mídia hegemônica, sendo Chico Xavier e Divaldo Franco considerados os "filantropos da Rede Globo", exemplos precedentes da suposta caridade hoje simbolizada por Luciano Huck, que provavelmente deve buscar a "santidade" que protege Chico e Divaldo dentro de algumas décadas. A não ser que nosso senso crítico possa se alertar sobre essa "caridade" espetacularizada que favorece mais o "filantropo" do que os mais necessitados.

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