(Autor: Professor Caviar)
Você gosta da "caridade" dos "médiuns espíritas"? Provavelmente, sim. Fica animado com aqueles vídeos publicitários com crianças tomando sopinha e velhinhos doentes tomando remedios, sentados em suas caminhas modestas. Fica feliz com as festas que, durante certas efemérides, como o Natal, são produzidas pelas "casas espíritas", sem desconfiar de tanta encenação, fascinado até com os balõezinhos que enfeitam as paredes dos salões. Acaba, diante de tudo isso, achando que o "médium espírita" já ganhou o passaporte para o céu.
Quanta ingenuidade. A "caridade" que transformou Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco em semi-deuses nunca foi mais do que um artifício para tentar livrá-los da culpa pela desfiguração criminosa do legado do pedagogo Allan Kardec. É aquela desculpa montada: "A gente deturpou o Espiritismo? Tudo bem, mas praticamos filantropia. A gente faz alguma coisa. E vocês?", argumento dado no clima da carteirada religiosa.
Só que essa "caridade" que encanta muitos só deu resultados ínfimos, medíocres. O Brasil nunca saiu da condição de subdesenvolvimento de maneira definitiva, fora alguns momentos de relativa emancipação social, de "arrumação da casa", como nos governos progressistas do antigo PTB (1930-1945, 1951-1954 e 1961-1964) e PT (2003-2016). Mas esse progresso não se deu pelas mãos dos tão "adorados médiuns espíritas", mas por políticos governantes que têm consciência da coisa pública e da inclusão social de verdade.
A "caridade" dos "médiuns" é paliativa e limitada. Ela mesma não traz para a sociedade a plena prosperidade social. Serve mais para promover o culto à personalidade dos "médiuns benfeitores", pelas poucas conquistas que atingem, sem no entanto romper com as desigualdades sociais, apenas evitando seus efeitos mais drásticos.
"CARIDADE" QUE MAIS PROMOVE OS "MÉDIUNS" DO QUE AJUDA OS NECESSITADOS, E AJUDA MAIS AS ELITES
Essa "caridade" que tanto emociona e leva às lágrimas multidões vale mais pelo espetáculo do que por ser um suposto programa de ajuda aos mais necessitados. É uma "caridade" que é aceita porque não ultrapassa os limites determinados pela sociedade conservadora, porque essa pretensa filantropia não ameaça os privilégios abusivos dos mais ricos.
Na verdade, nem os "médiuns" fazem caridade. Quem faz mesmo é a classe média induzida a fazer donativos, colaborar nas "casas espíritas" cozinhando sopas e mingaus ou ensinando as pessoas, dentro da perspectiva do trabalho intermitente, remunerado ou "gratuito" (o tal "trabalho de caridade") ou prestar serviços médicos etc.
Essa "caridade" faz a promoção pessoal dos "médiuns", que aparecem em primeiro plano como dublês de ativistas sociais. Os resultados obtidos são ínfimos, pequenos, medianos ou medíocres. São resultados que não dão sequer para impulsionar uma elevação significativa de qualidade de vida, apesar de todo o "mimimi" neste sentido. Se esses resultados tivessem sido realmente significativos, o Brasil já estaria no Primeiro Mundo e até ultrapassado algumas potências econômicas mundiais.
O aspecto que deve ser chamado a atenção é que essa "caridade", na prática, acaba favorecendo as elites de duas formas, beneficiando mais os privilegiados do que os miseráveis, pois estes permanecem em situação de dependência ou semi-dependência social, por mais que os benefícios pareçam, à primeira vista, "significativos". As maneiras são estas:
1) EVITAR A DÍVIDA SOCIAL - A "caridade espírita", embora seja denominada Assistência Social, é na verdade Assistencialismo. Assistência Social "cura" a "doença" da pobreza. Assistencialismo só "alivia as dores". Muitos "médiuns", mesmo Divaldo Franco, já deixaram vazar que sua "caridade" serve apenas para "aliviar a dor dos necessitados", o que deixa transparecer que o objetivo deles está longe de ser o de transformar profundamente a sociedade.
Esse "alívio" é apenas uma forma de evitar que a pobreza atinge níveis mais drásticos e explícitos. Parece uma forma de beneficiar os necessitados, mas não é. É apenas uma forma de evitar que a pobreza extrema se torne um problema explícito que resultasse na cobrança da sociedade às elites privilegiadas. Dessa forma, apenas reduz-se levemente os níveis de pobreza extrema com o objetivo de evitar com que os privilegiados sejam obrigados a assumir a dívida social e perderem seus privilégios.
2) EVITAR A DISTRIBUIÇÃO JUSTA DE RENDA - A "caridade espírita" também é usada como um artifício para evitar que haja a distribuição justa de renda, obrigando a classe média a fazer o que os ricos deveriam fazer e não fazem. Há todo um simulacro de ativismo social, de filantropia, de assistência social, que só serve para manter as aparências de "justiça social", para assim evitar que as elites tirem de seus bolsos suas fortunas para resolver o problema da miséria.
Com isso, finge-se que se resolvem as desigualdades sociais. Os "médiuns" fazem muito pouco, de propósito, porque não querem mexer nos privilégios dos ricos, que, mais tarde, lhes concederão as cobiçadas medalhas, troféus, diplomas etc. O que é mais grave é que os "médiuns" fazem pouco e arrumam desculpa para isso: "fazemos o que podemos", "não foi possível ir adiante devido a dificuldades", "queremos ir muito além, mas as circunstâncias não permitem" e outras falácias feitas para boi e ser humano dormirem.
Mas o simulacro de assistência social, apoiado por pretextos e desculpas dos mais diversos, só serve para evitar reivindicações como melhorias de salários, reforma agrária, reforma urbana etc, porque as ações da "caridade espírita", embora tragam resultados em verdade inexpressivos, "compensam" qualquer reivindicação sócio-política.
É bom lembrar que os "médiuns espíritas" reprovam o esquerdismo político, daí que não dá para entender o que as esquerdas veem em favor deles. Elas mesmas caem no conto da "caridade paliativa" (Assistencialismo) que se traveste de Assistência Social para alegar uma transformação profunda que nunca existiu na sociedade brasileira.
"CARIDADE ESPÍRITA" É O CALDEIRÃO
O que poucos imaginam é que os mitos "filantrópicos" de Chico Xavier e Divaldo Franco, mitos que, como tais, são cheios de fantasias e wishful thinking, anteciparam o apresentador Luciano Huck nesta canastrice filantrópica que serve mais como espetáculo do que como ação social.
A experiência de Luciano Huck - que, na foto desta postagem, aparece em Pedro Leopoldo, terra de Chico Xavier - ensina muito sobre o que é essa "caridade paliativa", espetacularizada mas de baixa eficiência social, que faz com que os "médiuns" deturpadores do Espiritismo fossem endeusados assim, de graça, mas também de maneira bastante obsessiva.
Luciano Huck foi um colunista social televisivo - iniciou a carreira apresentando o Circulando, no canal CNT, nos anos 90; era uma espécie de "Amaury Jr." para jovens - , depois um apresentador de vulgaridades (o programa H, da TV Bandeirantes), e um apresentador de atrações musicais popularescas, como continua fazendo até hoje no Caldeirão do Huck, que se tornou um dos maiores redutos televisivos do "funk" (que o homenageou com o jargão "é o caldeirão", expressão que se relaciona a coisas boas).
Nos últimos anos, Luciano Huck investe em quadros "assistenciais" no seu Caldeirão do Huck, que, sabemos, é um programa da Rede Globo de Televisão. Com elementos semelhantes, a Rede Globo construiu a imagem dos "médiuns espíritas" moldada num arremedo de ação social semelhante ao dos quadros do Caldeirão do Huck.
É uma "caridade" espetacularizada que, por isso mesmo, é feita mais para impressionar as pessoas do que realmente produzir resultados concretos. No caso de Luciano Huck, está clara a promoção pessoal do apresentador às custas dessa caridade tendenciosa, através de quadros diversos, entre eles o Lata Velha. Nos últimos meses, Luciano Huck manifestou seu interesse em se candidatar à Presidência da República, sendo um dos preferidos da sociedade conservadora, pelo seu apelo como celebridade e comunicador para o público juvenil.
Ficamos acostumados com a imagem de "caridosos" de Chico Xavier e Divaldo Franco e achamos que tudo isso é verdadeiro e autêntico. Quanto somos enganados pela produção do discurso persuasivo e da fabricação de consenso que transforma meias-verdades em verdades absolutas.
Quantas pessoas ignoram que Chico e Divaldo foram os "Luciano Huck" de seu tempo, fanfarrões da fé religiosa que viraram mitos religiosos "unânimes" devido a uma bem construída campanha de endeusamento e espetacularização destas duas figuras, que hoje simbolizam um arremedo de "bondade humana" e "amor ao próximo" que parecem "realistas", mas são puro marketing. A "caridade espírita" é o Caldeirão.
E, para o desespero das esquerdas complacentes, os "espíritas" sonham, em maioria, com Luciano Huck presidente do Brasil. Sob as bênçãos de Chico Xavier (que sonhava com um governante do seu tipo) e Divaldo Franco (que sente simpatia pelo apresentador), é claro.
Quanta ingenuidade. A "caridade" que transformou Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco em semi-deuses nunca foi mais do que um artifício para tentar livrá-los da culpa pela desfiguração criminosa do legado do pedagogo Allan Kardec. É aquela desculpa montada: "A gente deturpou o Espiritismo? Tudo bem, mas praticamos filantropia. A gente faz alguma coisa. E vocês?", argumento dado no clima da carteirada religiosa.
Só que essa "caridade" que encanta muitos só deu resultados ínfimos, medíocres. O Brasil nunca saiu da condição de subdesenvolvimento de maneira definitiva, fora alguns momentos de relativa emancipação social, de "arrumação da casa", como nos governos progressistas do antigo PTB (1930-1945, 1951-1954 e 1961-1964) e PT (2003-2016). Mas esse progresso não se deu pelas mãos dos tão "adorados médiuns espíritas", mas por políticos governantes que têm consciência da coisa pública e da inclusão social de verdade.
A "caridade" dos "médiuns" é paliativa e limitada. Ela mesma não traz para a sociedade a plena prosperidade social. Serve mais para promover o culto à personalidade dos "médiuns benfeitores", pelas poucas conquistas que atingem, sem no entanto romper com as desigualdades sociais, apenas evitando seus efeitos mais drásticos.
"CARIDADE" QUE MAIS PROMOVE OS "MÉDIUNS" DO QUE AJUDA OS NECESSITADOS, E AJUDA MAIS AS ELITES
Essa "caridade" que tanto emociona e leva às lágrimas multidões vale mais pelo espetáculo do que por ser um suposto programa de ajuda aos mais necessitados. É uma "caridade" que é aceita porque não ultrapassa os limites determinados pela sociedade conservadora, porque essa pretensa filantropia não ameaça os privilégios abusivos dos mais ricos.
Na verdade, nem os "médiuns" fazem caridade. Quem faz mesmo é a classe média induzida a fazer donativos, colaborar nas "casas espíritas" cozinhando sopas e mingaus ou ensinando as pessoas, dentro da perspectiva do trabalho intermitente, remunerado ou "gratuito" (o tal "trabalho de caridade") ou prestar serviços médicos etc.
Essa "caridade" faz a promoção pessoal dos "médiuns", que aparecem em primeiro plano como dublês de ativistas sociais. Os resultados obtidos são ínfimos, pequenos, medianos ou medíocres. São resultados que não dão sequer para impulsionar uma elevação significativa de qualidade de vida, apesar de todo o "mimimi" neste sentido. Se esses resultados tivessem sido realmente significativos, o Brasil já estaria no Primeiro Mundo e até ultrapassado algumas potências econômicas mundiais.
O aspecto que deve ser chamado a atenção é que essa "caridade", na prática, acaba favorecendo as elites de duas formas, beneficiando mais os privilegiados do que os miseráveis, pois estes permanecem em situação de dependência ou semi-dependência social, por mais que os benefícios pareçam, à primeira vista, "significativos". As maneiras são estas:
1) EVITAR A DÍVIDA SOCIAL - A "caridade espírita", embora seja denominada Assistência Social, é na verdade Assistencialismo. Assistência Social "cura" a "doença" da pobreza. Assistencialismo só "alivia as dores". Muitos "médiuns", mesmo Divaldo Franco, já deixaram vazar que sua "caridade" serve apenas para "aliviar a dor dos necessitados", o que deixa transparecer que o objetivo deles está longe de ser o de transformar profundamente a sociedade.
Esse "alívio" é apenas uma forma de evitar que a pobreza atinge níveis mais drásticos e explícitos. Parece uma forma de beneficiar os necessitados, mas não é. É apenas uma forma de evitar que a pobreza extrema se torne um problema explícito que resultasse na cobrança da sociedade às elites privilegiadas. Dessa forma, apenas reduz-se levemente os níveis de pobreza extrema com o objetivo de evitar com que os privilegiados sejam obrigados a assumir a dívida social e perderem seus privilégios.
2) EVITAR A DISTRIBUIÇÃO JUSTA DE RENDA - A "caridade espírita" também é usada como um artifício para evitar que haja a distribuição justa de renda, obrigando a classe média a fazer o que os ricos deveriam fazer e não fazem. Há todo um simulacro de ativismo social, de filantropia, de assistência social, que só serve para manter as aparências de "justiça social", para assim evitar que as elites tirem de seus bolsos suas fortunas para resolver o problema da miséria.
Com isso, finge-se que se resolvem as desigualdades sociais. Os "médiuns" fazem muito pouco, de propósito, porque não querem mexer nos privilégios dos ricos, que, mais tarde, lhes concederão as cobiçadas medalhas, troféus, diplomas etc. O que é mais grave é que os "médiuns" fazem pouco e arrumam desculpa para isso: "fazemos o que podemos", "não foi possível ir adiante devido a dificuldades", "queremos ir muito além, mas as circunstâncias não permitem" e outras falácias feitas para boi e ser humano dormirem.
Mas o simulacro de assistência social, apoiado por pretextos e desculpas dos mais diversos, só serve para evitar reivindicações como melhorias de salários, reforma agrária, reforma urbana etc, porque as ações da "caridade espírita", embora tragam resultados em verdade inexpressivos, "compensam" qualquer reivindicação sócio-política.
É bom lembrar que os "médiuns espíritas" reprovam o esquerdismo político, daí que não dá para entender o que as esquerdas veem em favor deles. Elas mesmas caem no conto da "caridade paliativa" (Assistencialismo) que se traveste de Assistência Social para alegar uma transformação profunda que nunca existiu na sociedade brasileira.
"CARIDADE ESPÍRITA" É O CALDEIRÃO
O que poucos imaginam é que os mitos "filantrópicos" de Chico Xavier e Divaldo Franco, mitos que, como tais, são cheios de fantasias e wishful thinking, anteciparam o apresentador Luciano Huck nesta canastrice filantrópica que serve mais como espetáculo do que como ação social.
A experiência de Luciano Huck - que, na foto desta postagem, aparece em Pedro Leopoldo, terra de Chico Xavier - ensina muito sobre o que é essa "caridade paliativa", espetacularizada mas de baixa eficiência social, que faz com que os "médiuns" deturpadores do Espiritismo fossem endeusados assim, de graça, mas também de maneira bastante obsessiva.
Luciano Huck foi um colunista social televisivo - iniciou a carreira apresentando o Circulando, no canal CNT, nos anos 90; era uma espécie de "Amaury Jr." para jovens - , depois um apresentador de vulgaridades (o programa H, da TV Bandeirantes), e um apresentador de atrações musicais popularescas, como continua fazendo até hoje no Caldeirão do Huck, que se tornou um dos maiores redutos televisivos do "funk" (que o homenageou com o jargão "é o caldeirão", expressão que se relaciona a coisas boas).
Nos últimos anos, Luciano Huck investe em quadros "assistenciais" no seu Caldeirão do Huck, que, sabemos, é um programa da Rede Globo de Televisão. Com elementos semelhantes, a Rede Globo construiu a imagem dos "médiuns espíritas" moldada num arremedo de ação social semelhante ao dos quadros do Caldeirão do Huck.
É uma "caridade" espetacularizada que, por isso mesmo, é feita mais para impressionar as pessoas do que realmente produzir resultados concretos. No caso de Luciano Huck, está clara a promoção pessoal do apresentador às custas dessa caridade tendenciosa, através de quadros diversos, entre eles o Lata Velha. Nos últimos meses, Luciano Huck manifestou seu interesse em se candidatar à Presidência da República, sendo um dos preferidos da sociedade conservadora, pelo seu apelo como celebridade e comunicador para o público juvenil.
Ficamos acostumados com a imagem de "caridosos" de Chico Xavier e Divaldo Franco e achamos que tudo isso é verdadeiro e autêntico. Quanto somos enganados pela produção do discurso persuasivo e da fabricação de consenso que transforma meias-verdades em verdades absolutas.
Quantas pessoas ignoram que Chico e Divaldo foram os "Luciano Huck" de seu tempo, fanfarrões da fé religiosa que viraram mitos religiosos "unânimes" devido a uma bem construída campanha de endeusamento e espetacularização destas duas figuras, que hoje simbolizam um arremedo de "bondade humana" e "amor ao próximo" que parecem "realistas", mas são puro marketing. A "caridade espírita" é o Caldeirão.
E, para o desespero das esquerdas complacentes, os "espíritas" sonham, em maioria, com Luciano Huck presidente do Brasil. Sob as bênçãos de Chico Xavier (que sonhava com um governante do seu tipo) e Divaldo Franco (que sente simpatia pelo apresentador), é claro.
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