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O poder maligno por trás da retratação ao "espiritismo" brasileiro

(Autor: Professor Caviar)

São muito conhecidos os casos de retratação "espírita". Pessoas céticas ou críticas que acusavam o "espiritismo" brasileiro de promover charlatanismo, questionavam as pretensas psicografias apontando fraudes de fácil comprovação, e ateus que acham perda de tempo seguir essa religião, mas que, no primeiro contato com um "espírita", mudam totalmente de posição e passam a ser beatos da doutrina que rejeitavam.

Essas atitudes são, oficialmente, tidas como "atos de coragem e de perdão", quando na verdade são atos de pura fraqueza, covardia e submissão, em muitos casos indo para a fascinação obsessiva, quando se refere à subordinação aos apelos emotivos mantendo relativa lucidez, e para a subjugação, quando a subordinação atinge graus extremos que fazem as pessoas abrirem mão da própria individualidade e da auto-estima em prol da submissão religiosa.

Devemos chamar a atenção a esse grave problema, da "síndrome do carneiro desgarrado" que decide "voltar para o rebanho". A submissão religiosa a essa forma deturpada de Espiritismo é um dos mais graves e preocupantes fenômenos, garantindo o poder dos "médiuns espíritas", que se revelam na verdade uma versão repaginada e politicamente correta dos antigos sacerdotes medievais, ou mesmo dos antigos escribas e sacerdotes que eram energicamente reprovados por Jesus de Nazaré.

O que se conhece no Brasil como Espiritismo é a versão deturpada, de bases fundadas tanto na obra Os Quatro Evangelhos de Jean-Baptiste Roustaing quanto do Catolicismo jesuíta do período colonial. A prática mostra que o "espiritismo" brasileiro, apesar de tanta bajulação e tanto aparato em favor de Allan Kardec, o traiu severamente ao encampar, para si, o igrejismo jesuíta medieval, a ponto de o "espiritismo", hoje, uma forma repaginada do antigo Catolicismo do Brasil-colônia.

Por isso, se render à deturpação, seduzido por apelos emocionais intensos e diversos, como o falso clima de intimidade familiar e pretensa fraternidade nas instituições "espíritas", é uma prática perigosa. A submissão religiosa é defendida por seus pregadores como "ato de coragem e força", mas a verdade é que isso não é mais do que papo furado para forçar a submissão das pessoas a essa indústria do sofrimento alheio que se tornou o "espiritismo" brasileiro.

Se render, portanto, a essa crença religiosa, revela, isso, sim, uma falta de vigilância. E, ao aceitar o "espiritismo" brasileiro, expressando "perdão" (confundido com permissividade) aos piores erros, a pretexto de desculpas como "mensagens de amor" e "práticas de caridade", se está, na verdade, RENEGANDO ALLAN KARDEC, que sempre pediu vigilância aos deturpadores da Doutrina Espírita original.

Em vários textos, do próprio Kardec ou de espíritos mensageiros como São Luís e Erasto, se fala que os deturpadores, definidos como "inimigos internos do Espiritismo", investirão nos apelos emotivos mais atraentes e bonitos, em palavras como "amor" e "fraternidade" e em aparatos de "caridade" e "assistência social", para forçar a aceitação a esses deturpadores, uma aceitação que parece sublime, mas é pura escravidão religiosa.

Como é fácil um "médium espírita" se transformar em pretensa unanimidade, explorando, com habilidade assustadora, os mais diversos apelos emotivos e se promovendo pelo aparato de "caridade" que, sabemos, não difere muito de um quadro do Caldeirão do Huck. E, para piorar, os adeptos dos "médiuns" acham essa comparação "positiva", enobrecendo Luciano Huck, um empresário conservador que se tornou apresentador de TV e dublê de ativista social que, ultimamente, está cotado para concorrer à Presidência da República.

É vergonhoso ver que é fácil se render aos "médiuns espíritas", a ponto de abafar um escândalo como foi a "farinata" do prefeito João Dória Jr. - que não é lá um primor de humanismo, vale lembrar - , cujo lançamento oficial se deu no evento Você e a Paz, na sua edição paulista em 2017.

Nem a imprensa de esquerda se atentou que Divaldo Franco é a própria personificação do Você e a Paz, evento no qual o "médium" baiano - oportunamente descrito por José Herculano Pires como "conduta condenável no terreno da caridade" - vive seu culto à personalidade, estando acima até de outros movimentos religiosos, que só "têm sentido" quando vinculados ao prestígio "divino" do responsável pela Mansão do Caminho, em Salvador.

Mas, no caso da "farinata", o "gigante" Divaldo Franco, que normalmente é o primeiro a ser focalizado no evento, monopolizando as atenções da sociedade, "desapareceu" no episódio, apesar de posar ao lado de João Dória Jr. e decidir, não se sabe por quê, homenageá-lo. Alguns chegaram a imaginar que o Você e a Paz era organizado pela Arquidiocese de São Paulo, que apenas foi um coadjuvante menor. E o único religioso culpado pela "farinata" foi o arcebispo Dom Odilo Scherer.

Muitas pessoas estranharam as posturas recentes de Divaldo Franco, bem mais da estranheza das pretensas psicografias de Francisco Cândido Xavier. Pelo menos, havia, no caso das duas apropriações literárias de Chico Xavier, a "coletânea" Parnaso de Além-Túmulo e a série Humberto de Campos / Irmão X, a reação de profunda desconfiança e repúdio por parte de especialistas literários renomados.

No caso de Divaldo, porém, prevaleceu o wishful thinking dos seus seguidores que se dizem "de esquerda", pedindo para Divaldo "rever posições" ou imaginar que ele "foi usado" para tais circunstâncias e posições. Grande absurdo: as posições reacionárias de Divaldo Franco são, queiram ou não queiram seus seguidores, frutos de suas próprias decisões, sobretudo se lembrarmos que, mesmo perto dos 91 anos de idade, Divaldo expressa estar com muita lucidez.

A situação está tão complicada que, hoje, os "médiuns espíritas" exercem um poder descomunal, desmedido mas invisível aos olhos dos leigos. Um poder dissimulado pela pose de "humildade", pelo aparato da "caridade", que faz com que os céticos sejam dominados pelo "bombardeio de amor", um tipo perigoso de dominação da mente humana, uma armadilha que é alertada desde a Antiguidade (sobretudo o "canto das sereias" da Odisseia de Homero), mas que só no Brasil é visto como "coisa positiva", sobretudo pelos chamados "idiotas" das redes sociais.

Temos que manter vigilância porque o Espiritismo ficou refém dos próprios deturpadores, virando uma religião infectada e irremediavelmente contaminada. Sob a desculpa do "perdão", permite-se a ação dos deturpadores, e isso é terrível, porque o círculo vicioso do "espiritismo" brasileiro está longe de acabar, a não ser que as pessoas reajam a esses deturpadores, manipuladores da fé humana e exploradores do sofrimento alheio, que se promovem pela falsa luminosidade a que são atribuídos.

Se a mídia alternativa pelo menos se empenhasse em contestar e investigar os "médiuns espíritas", que não passam de "filantropos da Rede Globo" no nível mais rasteiro tipo Luciano Huck, as pessoas estariam sendo melhor informadas da deturpação que mancha de vergonha o legado kardeciano, feito de gato e sapato por aqueles que não deveriam merecer o mínimo crédito, os "médiuns espíritas", mas que são tratados quase como deuses. 

O poder deles preocupa e ver que eles se apropriaram até dos conceitos de virtudes humanas como "amor" e "paz", é algo que não deveria ser alvo de adoração, mas de muita preocupação e repúdio. Os "médiuns" traíram Allan Kardec e ainda se acham no direito de fazer o que quiser com ele e outros mortos. Ainda há quem os critique e volte atrás com tão submissa adoração. Lamentável e triste.

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