(Autor: Kardec McGuiver)
"Espíritas" sempre se orgulham de fazer parte de uma religião onde a maioria dos seguidores é de classe média alta e portadora de diplomas de nível superior. Tratam isso de forma positiva por acreditar - equivocadamente, claro - que isso tem a ver com o cientificismo original da doutrina. Embora não se veja um pingo de ciência nos dogmas sem pé nem cabeça defendido pelos "espíritas brasileiros.
Na verdade, isso é mais que pejorativo: o que os brasileiros conhecem como "Espiritismo" nunca passou de uma seita elitista. Seus seguidores são pessoas bem vividas, com renda e patrimônio maior que o necessário e que não entendem a dor dos mais pobres, reservando a eles a caridade mais precária possível, limitada ao mais tosco assistencialismo, já que não desejam mexer em seu patrimônio gordo para satisfazer a necessidade dos que não têm.
O elitismo visto no "Espiritismo" brasileiro estimula uma não assumida arrogância. Coisas do tipo "somos a melhor religião do mundo", "todo mundo será 'espírita' ", "nossos dogmas são verificados pela ciência", "nossos líderes são espíritos de elevação máxima" são ditos com frequência nos bastidores de centros e instituições.
Seus fiéis estão conscientes de pertencer a uma religião "melhor" que as outras, embora não vejam mal algum nisso. Sem estudar, acreditam terem estudado, o que permite ao mesmo tempo que uma tese absurda seja aceita, como legitimada por - supostamente - ter sido pré-verificada pela ciência. Embora esta verificação de fato nunca tenha ocorrido, da tão absurdos que os dogmas são.
Mas a arrogância continua. Até porque a religião é usada para que pessoas abastadas possam posar de bondosas sem praticar a verdadeira bondade. Uma desculpa esfarrapada que serve de ilusão de justiça doutrinária, quando se percebe que na prática, o "Espiritismo" condena os pobres (reencarnação dos maus, segundo os seguidores de Chico Xavier) e perdoa os ricos (reencarnação do bons, segundo os mesmos). Estes, frequentadores de palestras, estão tranquilos em pertencer a algo que os protege.
Veja como é lindo: o rico não dá nada aos pobres, mas o fato de se considerar"espírita" e frequentar com regularidade um culto cuja palestra não passa de um desfile de asneiras serve de uma espécie de canonização informal. O rico já pode se considerar bondoso e ganhará de graça uma enorme e luxuosa mansão muito bem mobiliada ao lado de "Nosso Lar", o materialista céu dos "espíritas".
O elitismo presente no "Espiritismo" brasileiro, do contrário do alegado, é uma prova de que o que se faz no Brasil é, não raramente, o oposto do que foi codificado na França no final do século XIX. A falta de humildade visível - embora negada com frequência - transforma a seita consagrada pelos vigaristas Chico Xavier e Divaldo Franco, notórios bajuladores de ricos, numa religião arrogante, gananciosa e metida.
Religião que nunca se empenhou em tirar os pobres da pobreza, usando estes como escudo diante das inevitáveis críticas ao seu repertório dogmático cheio de contradições. Além de oportunidade de pessoas muito bem vividas serem consideradas bondosas sem mover um único dedo, angariando com isso a confiança e o respeito social normalmente dado aos verdadeiros altruístas.
Nunca foi tão fácil para ricos posarem de bons sem praticar um mínimo ato de bondade.
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