(Autor: Professor Caviar)
Divaldo Franco continua insistindo em despejar mensagens "de paz e solidariedade", no alto de seus 90 e tantos anos, quando deveria estar aposentado e vivendo no ostracismo, depois de realizar uma turnê espalhando a deturpação do Espiritismo, ensinando errado as plateias europeias a respeito da Codificação.
São mensagens que parecem agradáveis por conta do organizado balé das palavras, pelo sabor de mel com que essas frases são feitas e que são abertamente recebidas pelos "ativistas de sofá" que tem em Divaldo Franco e Francisco Cândido Xavier, conhecido como Chico Xavier, como "seus mensageiros maiores".
Porém, é como diz a canção de ORappa: "Paz sem voz / Não é paz, é medo", uma crítica a esse "pacifismo de palavras" que nada resolve quanto aos problemas sociais e só serve para exibir o concerto das "boas palavras" que nada dizem, teorizando demais sobre o Amor e a Paz com o objetivo de forjar protagonismo para seus pregadores, alvos de cega idolatria.
Divaldo Franco, que em mais de 60 anos só ajudou 0.0012% da população brasileira e reivindica o "céu" por isso, esperando um "Você e a Paz" versão além-túmulo assim que ele encerrar sua vida material (não falta muito), já se revelou um "médium de direita", causando uma grande decepção em parte de seguidores e simpatizantes. Embora tenhamos que admitir que o direitismo de Chico Xavier foi muito mais virulento e radical e as esquerdas ficam passando pano nele, apesar das provas contundentes e robustas dadas pelo "médium" mineiro no Pinga Fogo da TV Tupi.
Até como direitista e ultraconservador, Divaldo Franco é um discípulo de Chico Xavier, devendo ser entendido dessa forma, um colaborador que também deve ser responsabilizado por tais posições, mesmo quando o direitismo de Chico Xavier se revela ainda maior, o que faria o ator Carlos Vereza parecer um discípulo de Lênin, o famosíssimo líder soviético que teria feito 150 anos de nascido.
Independente disso, e com uma intensidade menor, Divaldo Franco ainda recebe a flanelagem das esquerdas. Nada comparável com incautos que "esquerdizam" o "médium" mineiro o tempo todo, mas o "médium" baiano já teve seu gado divaldista invadindo, em massa, uma live do portal Brasil 247 para pedir a divulgação do filme Divaldo - Mensageiro da Paz, ignorando o caráter conservador que os "médiuns espíritas" têm no Brasil.
Mas se tem esquerda passando pano até em Madre Teresa de Calcutá, que defendia a Teologia do Sofrimento - aqui propagandeada por Chico Xavier, não de forma declarada, todavia mais certeira que muito católico que "veste a camisa" dessa causa medieval - e era contra o aborto sob qualquer condição, paciência! Há muito esquerdista tolo, no fundo um bando de burguesinhos que mal começou a sentir simpatia pelas causas progressistas, que só conhecem "de fora".
O que nos chama a atenção é que Divaldo Franco, não bastasse as excursões que o fizeram dele, além de um turista a contemplar os prédios e pontos turísticos da Europa e EUA, também ser um "turista" de sua própria Mansão do Caminho, com seus internos quase sem poder passear na própria Salvador e o "mestre" se pavoneando para as plateias ricas e as autoridades do Velho Mundo.
DISCURSOS DESIGUAIS, PARA POBRES E RICOS
E Divaldo Franco havia ganho um espaço para divulgar suas mensagens. É a coluna de Amaury Jr., conhecido colunista de ricos e famosos, um dos porta-vozes da alta sociedade de maior prestígio depois de Imbrahim Sued e Zózimo Barroso do Amaral. E as "mensagens de paz" são feitas mediante esse prisma, porque é fácil "vender esperança e felicidade" aos ricos.
Em primeiro lugar, é surpreendente que os "médiuns espíritas" adoram tanto jornalistas policialescos quanto colunistas sociais, os primeiros vendendo o "mundo cão", com violências e aberrações pitorescas (do tipo "cão de três cabeças é visto passeando na Zona Leste de São Paulo" ou "homem amputa o bilau para se salvar do coronavírus"), e os segundos, vendendo o "glamour" para os ricos e dotados de elegância tão extrema quanto enjoativa.
O próprio caso de Divaldo é um exemplo da desigualdade de mensagens que os "espíritas", que se gabam tanto em serem "unificadores" e "universais", divulgam de forma seletiva para ricos e pobres. Chico Xavier enfatizava mais o público de pobres, pregando neles a Teologia do Sofrimento, apelando para os pobres ficarem felizes em suas condições, aceitarem as adversidades da vida e cruzarem os braços para o "socorro de Deus" que, geralmente, demora a vir, se é que vem para essas pessoas.
Para os ricos, o discurso "espírita" enfatiza a felicidade: "É fácil ser feliz", "Felicidade não tem custo", "Receitas para uma vida melhor" etc. Para os pobres, o recado é outro: "Como aceitar o sofrimento com esperança futura", "Lidar com a desgraça com fé no amanhã", e palavras soltas como "abnegação", "superação", "resignação" e "conformação" inseridas em títulos dos mais diversos.
Essa é a "paz" de Divaldo Franco e Chico Xavier que dão seus recados nesse "pacifismo sem voz": é uma "paz" hipócrita, no qual a reconciliação se dá mantendo o oprimido no infortúnio e na desgraça e o opressor em seus privilégios abusivos, sob a desculpa do "perdão" dos primeiros aos segundos, estes "consentidos" pelo seu "livre arbítrio", e que "pagarão sua conta em momento oportuno" (é a tese do "fiado espírita", os abusos cometidos só serão pagos na encarnação posterior).
Além do mais, para que teorizar demais sobre Paz e Amor? Para que encher de palavreado ideias tão simples como essas, criando uma verdadeira indústria de palestras e livros, para render dinheiro - supostamente direcionado para a "caridade", mas sabemos que isso não é verdade, porque os resultados, se existem, são abaixo dos medíocres - , forjando protagonismo proselitista para seus pregadores, que usam o "mel da boca" para abocanhar um maior número de fiéis.
E Divaldo Franco, que teve o atrevimento de lançar livros tipo Divaldo Responde, verdadeiras antologias de charlatanismo e desonestidade intelectual, porque todo pretenso sábio que diz "saber tudo" e "ter respostas prontas para qualquer coisa" se desmascara com tamanha pretensão, ainda se atreve a criar uma nova "data-limite", a de 2057, bem de acordo com sua obsessão de, como um "Rolando Lero do Espiritismo", bajular o professor Allan Kardec.
Isso é muito vergonhoso e não precisamos de tanto palavreado sobre "Paz e Amor". O verdadeiro sentido que têm tais qualidades não se mede por montanhas de papéis nem por minutos de falação. Atos provam mais do que blablablás e textos rebuscados, que em muitos casos são até chatos e insuportáveis.
Daí o caso das "palavras de consolação" de Chico Xavier para os familiares dos mortos, um ato que se torna até desrespeitoso, uma vez que não se pode chatear quem chora uma tragédia com palavreados, e isso é até irônico para um "médium" que falava para as pessoas sofrerem em silêncio e, quando isso é realmente necessário, pois uma tragédia requer a quietude do luto, o "médium" vem com mensagens chatas do tipo "tudo está bem", "vocês estão perto de obter a graça de Deus" ou coisa parecida.
Muitos acham bonito vender "esperança" para mentes sofridas, mas nota-se, em diversos aspectos, que os seguidores de Chico Xavier e Divaldo Franco (desconta-se aqueles que creem neles por boa-fé, pela ingenuidade ao acolherem as recomendações de amigos e parentes), em verdade, são pessoas desumanas.
Afinal, são esses "humanistas" de fachada que sentem prazer em ver gente sofrendo - vide as "lindas histórias" de Chico Xavier e quejandos - , que adoram ver "médium" enchendo o saco dos que sofrem o luto com palavreado desnecessário e que acham que os sofredores "estão pagando pelo que devem no passado". Daí que muitos desses "caridosos" fazem parte das elites, o que significa que o verniz da religiosidade não faz pessoas privilegiadas serem mais humanas. O elitismo entra junto e encontra cadeira cativa nos "meios espíritas".
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