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Franklin Félix não entendeu o morde-e-assopra do sádico Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar)

Você é espírita de verdade? Não dê ouvidos a Franklin Félix. Você, além disso, é de esquerda ou, se não for o caso, minimamente progressista? Também faça o mesmo procedimento: evite qualquer vírgula que Franklin Félix escrever ou dizer. Esse sujeito não tem valor algum. 

Dizemos isso porque ele atua de maneira confusa e contraditória na divulgação da Doutrina Espírita. Diz estar ao lado dos espíritas autênticos, mas sua abordagem é claramente igrejista, pretensamente ecumênica e tão piegas que não há como pensar em outra coisa senão que Franklin Félix prega um "Espiritismo de conto de fadas", com um conhecimento de causa espírita comparável ao que o comentarista da CNN, Caio Coppolla, têm do cenário político e social de nosso país.

A exceção está nos que têm coragem e preparo para conhecer as ideias de Franklin Félix para poder questioná-las, porque Coerência não é uma das qualidades encontradas neste palestrante. Nós lemos os textos de Franklin Félix para antecipar a você, leitor, para apresentá-los de maneira crítica para que ninguém se deixe levar pelo açúcar confeitado das palavras. Os piores venenos são doces e saborosos e os piores animais e plantas venenosos iludem pela aparente beleza.

Pois mais um texto de Franklin foi publicado - até sem mérito, diga-se de passagem - na Carta Capital, que peca por contratar colunistas de valor duvidoso, que defendem da degradação da cultura popular ao igrejismo "espírita" brasileiro. E não estamos falando de Delfim Netto, um economista liberal, porque ele está na sua, pelo menos não levanta falsas bandeiras de esquerda tal os seus colegas que exaltam cantores bregas e "médiuns" reacionários.

Tentando parecer "otimista", Franklin Félix escreveu um texto intitulado "Isso também passa, já dizia Chico Xavier", um asneirol para quem se pretende "fiel à Doutrina Espírita", pois devemos considerar o "médium" mineiro como um grande deturpador doutrinário, que desviou o caminho para a frente trazido pela Codificação para as profundezas trevosas do Catolicismo medieval. 

Inútil Franklin admitir, ou fingir admitir, que Chico Xavier é "controverso", porque ele é pior do que isso. "Controverso" e "polêmico" são desculpas para que pessoas deploráveis possam ser parcialmente aceitas, vide José Luiz Datena, Sikêra Júnior e Marcão do Povo, os astros da mídia sensacionalista que contribuiu muito para a formação do mito de Chico Xavier. Vamos então a um trecho que Franklin escreveu:

"Contam que Chico costumava ter em cima de sua cama uma placa com os dizeres:

“Isso também passa!”

Indagado sobre o motivo, ele dizia que era para que quando estivesse passando por momentos ruins, lembrar-se de que eles iriam embora, que iriam passar, e que ele estava vivendo aquilo por algum motivo. Mas a placa também era para lembrá-lo de que quando estivesse muito feliz, ele não deveria deixar tudo para trás e se deixar levar, porque esses momentos de euforia também iriam passar, e momentos difíceis viriam novamente".

Isso é balela. É o morde-e-assopra de Chico Xavier, que quer rebaixar a vida humana a uma alternância de dias ensolarados com outros de tempestades. Adepto da Teologia do Sofrimento, que não basta repetir que é uma corrente radical do Catolicismo da Idade Média, isto é, radicalmente medieval, Chico Xavier pregava que as pessoas tinham que suportar as piores desgraças em silêncio, sem se queixar, porque Deus arrumaria uma data "certa" para o fim dos infortúnios. O problema é que os infortúnios terminam quando atingem o ápice. Quanta desumanidade têm as ideias de Chico Xavier!

O infantilizado Franklin Félix não sabe que a ideia de "Tudo passa" é apenas uma desculpa para Chico Xavier defender a desgraça dos outros - lembremos que as religiões costumam defender a desgraça alheia porque faturam em cima da mesma - , e ele mesmo criou uma cidade fantasiosa, que deu o nome de Nosso Lar, que hoje povoa a mente terraplanista dos "espíritas", cujas traves nos olhos os fazem condenar os argueiros dos olhos dos evangélicos neopentecostais.

Se Chico Xavier diz "Tudo passa", e isso foi dito tardiamente, lá pelos anos 1970, quando o "médium" já estava sendo promovido a um suposto filantropo e pretenso pacifista, tornado "símbolo da caridade" através de um método importado de Malcolm Muggeridge, que "fabricou" o mito de Madre Teresa de Calcutá.

Mas isso tudo vem depois de Chico Xavier demonstrar ideias cruéis e sádicas, que pediam aos sofredores não só aceitarem as desgraças sucessivas e os infortúnios sem controle, mas também, se possível, gostar de sofrer, o que deu ao "espiritismo" brasileiro uma fama de religião masoquista, algo que seus defensores tentam desmentir a todo custo, mas em vão.

São ideias que envolvem aspectos que parecem pautas bolsonaristas: a servidão no trabalho, a submissão a patrões abusivos, a conformação com as perdas salariais e com a jornada exaustiva, a facilidade de obter funções de difícil execução e em contextos diversamente perigosos, enquanto outras funções, mais adequadas à vocação de um indivíduo, lhe são inacessíveis e as oportunidades lhe escapam como água caindo das mãos.

O que Franklin Félix ignora é que Chico Xavier não era exatamente "controverso". Ele era um reacionário de carteirinha, um precursor dos "médiuns de direita" até mais radical do que seus sucessores. Era um arrivista à maneira de Jair Bolsonaro, que se ascendeu causando muita confusão, pois produzir literatura fake creditando os nomes dos mortos não é menos grave do que planejar atentados a bomba em quartéis, aliás, possui até o agravante de se apropriar das memórias dos mortos, o que fez Chico Xavier lesar mais pessoas do que Bolsonaro, que, pelo menos, prometia atacar quartéis vazios, em que pese sua hoje evidente inclinação para a necropolítica.

Mas Franklin Félix, com sua linguagem com gosto de bala (não a de revólver, é claro, mas aquele doce que a criançada gosta), trabalha um Chico Xavier de contos de fadas, feito uma "princesa da Disney", num mundo infantilizado que a mente do colunista trabalha para anestesiar os leitores de Carta Capital, já sofrendo a manipulação de uma coluna que tentou empurrar a breguice musical, patrocinada por gente como o reacionário Sílvio Santos, para o imaginário esquerdista.

A seguir, surge o problema na contradição descrita por Franklin Félix nesse trecho:

"Instrumentalizar a fé como o, ainda presidente, está fazendo, me fere profundamente. São – ele e seus asseclas – modernos fariseus. Hipócritas!

Os fariseus jejuavam duas vezes por semana. Nesses dias, para evidenciarem que isto representava sacrifício para eles, se apresentavam publicamente com as vestes mal arrumadas, barba e cabelos em desalinho, expressão dolorida. Hipócritas!".

Hipócrita é Chico Xavier, que desfigurou o Espiritismo, reduzindo-o a um sub-Catolicismo medieval, e isso se comprova pelas ideias apresentadas. Não é questão de opinião, o direitismo de Chico Xavier é um fato. Não é controvérsia. Só o infantilizado Franklin é que acredita em suas fantasias, em textos completamente confusos, no qual a coerência, o maior ensinamento de Allan Kardec, é desobedecida em todo artigo escrito pelo colunista dos "Diálogos da Fé".

Chico Xavier também foi um fariseu moderno. Um mistificador retrógrado, que tem a sorte de encontrar uma sociedade conservadora que é a brasileira - na qual até as esquerdas são majoritariamente conservadoras, bem mais do que se pode imaginar - que acolhe, com a submissão bovina, as ideias medievais do "médium", erroneamente creditado como "progressista" porque a noção de "futuro" dos brasileiros não é o século XXI, mas o século XIII da Idade Média.

Pior do que defender um simples jejum - que significa não fazer refeição nas manhãs - é defender as desgraças humanas, sem escrúpulos de pregar que as pessoas têm que aceitar infortúnios pesados e sem controle, porque o chiquismo não é moleza, não é esse mundo de cor e fantasia dos artigos de Franklin Félix.

A doutrina de Chico Xavier é barra-pesada, mesmo! É porrada, com a licença de publicar esta palavra aqui neste blog. Se "tudo passa", só é depois que a pessoa sofrer o pior do pior do pior dos infortúnios. É como diz a metáfora: o sujeito só terá o caminho livre para andar se tiver que amputar as pernas. O menino Franklin, que não honra as barbas que tem, não admite isso.

Como fariseu, Chico Xavier também usava "vestes mal-arrumadas", à sua maneira. Peruca cafona, óculos escuros antiquados, já considerados bregas nos anos 1970, ternos ao mesmo tempo velhos e pomposos, como se sugerisse, ao mesmo tempo, falsa humildade e falsa sofisticação. E quanto à expressão dolorida. Ah, como é famoso o coitadismo de Chico Xavier, que tentava se promover com o silêncio oportunista diante de seus opositores, junto ao olhar tristonho e a cabeça baixa para forçar a comoção das massas!

Quantos argueiros os "espíritas" criticam dos outros. Os argueiros, sem dúvida, cegam os corações e as mentes dos beatos do outro lado, fazendo com que patéticos bolsonaristas, deturpando o ritual cultural dos negros de Gana - que, quando dançavam carregando o túmulo, estavam fazendo homenagem a um idoso morto conforme os padrões de cultura africana - para rir da tragédia do coronavírus, editando a imagem para inserir um patético som techno que empolgou o sadismo das elites reacionárias que pediam o fim da quarentena e a volta do comércio e das aglomerações.

Mas que trave não podem ter os "espíritas", que disfarçam suas secretas neuroses bolsonaristas com palavras falsamente progressistas e dóceis? E o "tudo passa" é um morde-e-assopra de Chico Xavier, que, como sua alma-gêmea Jair Bolsonaro - se "alma-gêmea" existe, o exemplo é o "cândido médium" e o "messias capitão" - , adorava também um recuo.

Chico Xavier já apoiou, de forma taxativa, uma tradução que reduzia a obra de Kardec a um sub-Roustaing, prevista para 1973, mas recuou depois que José Herculano Pires denunciou a fraude nas rádios. Chico Xavier escreveu em todas as obras que os sofredores tinham que aguentar desgraças em silêncio, sem reclamar, e até agradecendo, masoquista, a Deus pela desgraça obtida, acumulada e agravada. Com a repercussão negativa de tais ideias, Chico Xavier recuou e disse que "tudo passa", como se fosse fácil reconstruir vidas devastadas com um sorriso nos lábios do sofredor.

Franklin Félix recebeu, mais uma vez, nota zero para sua compreensão da Doutrina Espírita. Seus textos confusos são uma grande vergonha, e não é o mel de suas palavras que trará a validade de coerência e racionalidade. Até porque Franklin se contradiz o tempo todo, perdido entre ficar fiel às bases doutrinárias e sentir apreço por deturpadores como Chico Xavier.

Além disso, não é pregando o "Espiritismo de contos de fadas", com palavras dóceis, que se estará cumprindo os ensinamentos da Doutrina dos Espíritos, porque estes não se fundamentam pelo gosto de mel e pelas palavras agradáveis. Até porque, se lermos com atenção O Livro dos Médiuns, acabaremos sabendo, pelas caraterísticas apresentadas, quem de fato é o inimigo interno do Espiritismo, deturpador maior da doutrina e falso e leviano profetizador: Francisco Cândido Xavier.

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