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Prova de que Chico Xavier defendia a reforma trabalhista e a Escola Sem Partido

(Autor: Professor Caviar)

Francisco Cândido Xavier detestava esquerdistas. A declaração certeira no programa Pinga Fogo da TV Tupi não foi um impulso do momento, e foi feito com total consciência dos atos e consequências. Não podemos cair na tentação de dizer que os "médiuns" só decidem quando as ações são positivas, pois em muitos casos eles agem de forma negativa conscientes do que estão fazendo.

Com isso, mostra-se que o reacionarismo com apetite bolsonarista de Chico Xavier é fato e ele foi reacionário até o fim da vida, apenas maneirando nas suas declarações, o que enganou completamente as esquerdas e os ateus.

Existem provas diversas do ultraconservadorismo explícito e convicto de Chico Xavier. Sua obra se baseia na Teologia do Sofrimento, corrente do Catolicismo medieval, já que seu ideário sempre apelava para os sofredores a aceitarem e aguentarem, por tempo indeterminado, as desgraças e os retrocessos da vida, sob a desculpa de que "tudo passa" e que "Deus irá socorrer, ainda que no momento mais extremo da agonia e da tragédia humana".

Ideias de Chico Xavier, muitas vezes, se encaixam perfeitamente em pautas reacionárias recentes, como a reforma trabalhista e a Escola Sem Partido. Por exemplo, o fim da legislação como mediadora das negociações entre patrões e empregados seria defendida por Chico Xavier, que, mesmo em acordos que privilegiam os interesses patronais, seria, para ele, um "acordo entre irmãos", em tese dentro dos "princípios cristãos".

Ele concordaria com o fim do Ministério do Trabalho porque acharia que "todo o ministério é do Trabalho, porque se dedica a uma ocupação humana". E concordaria com o aumento da jornada de trabalho, embora tenha vivido um episódio no qual se sentia exausto e doente.

Era uma ocasião, à noite, em que o "médium" preparava livros "mediúnicos". Seu mentor, Emmanuel, estaria ao seu lado e Chico afirmou que estava doente e se sentia cansado, mas o espírito do jesuíta lhe ordenou para continuar trabalhando. Chico obedeceu, sem reclamar.

Isso não significa que Chico Xavier era contra o aumento da jornada de trabalho. Quando ele já se declarava exausto, ele havia estourado os limites do trabalho humano normal. Além disso, em seus livros ele apresenta várias ideias defendendo a servidão e a submissão no trabalho, sob o pretexto de que qualquer pessoa tem energias para trabalhar até o fim de noite.

Quanto à Escola Sem Partido, Chico Xavier defenderia com muito entusiasmo. Pelo seu estilo de dar opiniões, ele acharia o projeto ótimo, porque reduziria a Educação a suas funções mais estritas e a colocaria dentro dos "princípios cristãos".

Devemos nos lembrar que Chico Xavier reprovava o questionamento, o debate aprofundado e audacioso e a contestação enérgica, o contrário que havia defendido Allan Kardec. O "médium" mineiro chegava a falar em "tóxico do intelectualismo" como um nome pejorativo para o questionamento que é mais aprofundado e ousado nas questões e dúvidas apresentadas.

Isso mostra o quanto Chico Xavier sempre foi uma figura ultraconservadora, tendo sido um baluarte do pensamento conservador, dos mais típicos, firmes e convictos. O pensamento desejoso sempre tem dificuldades em confrontar com essa realidade, porque a imagem falsamente progressista do "médium" tem motivações frágeis marcadas por fantasias, apelos emocionais piegas e conceitos superficiais sobre ideias progressistas e ação social. 

O Chico Xavier conservador, no entanto, se sustenta em motivos mais sólidos, através das próprias ideias por ele apresentadas. O "médium" não pode ser visto ao sabor das fantasias humanas, mas de uma maneira realista que, havendo pontos bastante negativos, eles devem ser assumidos e aceitos, e não escondidos debaixo do tapete.

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