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"Caridade" de Chico Xavier ajudou a ampliar poder da FEB

(Autor: Professor Caviar)

É bastante duvidoso que se glorifique Francisco Cândido Xavier por causa da "caridade". O que se atribui como "filantropia" de Chico Xavier é de valor muito, muito duvidoso.

Já se falou, na Internet, sobre a duvidosa e vaga filantropia de Chico Xavier, da traiçoeira "caridade" da ostentação de tragédias familiares, tirando os parentes dos mortos da privacidade necessária para encarar as perdas de entes queridos, e das "lindas frases" que escondem perversos e retrógrados apelos moralistas.

Mas ainda não se falou da "maravilhosa" doação do faturamento das vendas de livros, conforme o registro de direitos autorais, da parte de Chico Xavier para a Federação "Espírita" Brasileira, atitude que muitos chegam a aplaudir de pé e com lágrimas de comoção.

Quanta ingenuidade. Muitos imaginam que os direitos autorais, ao serem passados para a FEB, iriam ser destinados tão somente à sopa dos pobres, ao abrigo de crianças e velhinhos carentes e ao sustento normal de casas de caridade e assistência social.

Nada disso. O que ocorreu é que o dinheiro foi passado para a cúpula da FEB, como Antônio Wantuil de Freitas e seus parceiros, dirigentes que professavam o roustanguismo mais explícito, tratando Os Quatro Evangelhos de Jean-Baptiste Roustaing como se fosse a "Bíblia espírita".

O poder de Wantuil, que já era o idealizador de boa parte do mito de Chico Xavier que tanta gente conhece e adora (a outra parte é de responsabilidade da Rede Globo de Televisão), aumentou de maneira vertiginosa, com o poderio da FEB dificultando a expressão das federações regionais, apenas poupando, de maneira relativa, a federação de Minas Gerais, Estado natal de seu pupilo.

Foi esse poder que criou uma crise institucional muito grande, desde que a reunião do Pacto Áureo, no Rio de Janeiro, em 1949, resultou em decisões centralistas da cúpula da FEB, sem consultar as federações regionais.

A crise chegou ao ponto máximo nos anos 1970, já com Wantuil aposentado - ele deixou a FEB em 1971, estava doente e morreu anos depois, em 1974 - e seus assistentes Francisco Thiesen, sucessor de Wantuil, e Luciano dos Anjos tomando as rédeas do grupo dirigente, e deu origem à postura "dúbia" do "movimento espírita", que manteve a deturpação mas criou um aparato "autenticamente kardecista".

O dinheiro favoreceu essas manobras de poder e prejudicou boa parte dos deturpadores que usaram o nome de Allan Kardec apenas de forma política, como recurso das federações regionais para reagir à cúpula da FEB que tinha em Jean-Baptiste Roustaing seu "patrono".

Além do mais, se Chico Xavier tivesse realmente feito alguma coisa, o país teria mudado bastante. E não foi por desprezo ao "médium", que aliás é valorizado até de maneira exagerada em nosso país, com legiões de beatos até no YouTube. 

O exemplo de Uberaba, reduto de miséria e violência, que caiu mais de cem pontos no Índice de Desenvolvimento Humano da Organização das Nações Unidas, diz muito sobre o que realmente significa a "caridade" de Chico Xavier: NADA.

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