Pular para o conteúdo principal

Você não tem vergonha de se fascinar tanto por um velho feioso?

(Autor: Senhor dos Anéis)

Quantos argueiros são criticados pelos "espíritas" de diversos níveis, desde um reacionário Carlos Vereza até pretensos esquerdistas como Franklin Félix e Ana Cláudia Laurindo. 

Mal sabem que, enquanto os evangélicos neopentecostais possuem seus argueiros e sua cegueira explícita e escancarada, pior é a cegueira "espírita", com as traves nos olhos, não só do idolatrado Francisco Cândido Xavier, o inimigo interno do Espiritismo que muitos têm medo de assumir como tal (dói muito no coração, né?), mas dos seus seguidores, mesmo os "mais isentos" e "não-espíritas".

As paixões religiosas são muito mais perigosas quando vestem a capa da "razão" e da "objetividade", quando usam o pretexto da "fraternidade", da "paz" e do "amor ao próximo". A Codificação, em vários momentos, advertiu para os inimigos internos do Espiritismo, a difundir palavras bonitas, a impor mistificação, a deturpar a Doutrina dos Espíritos, a promover mensagens apócrifas usando nomes ilustres (como os "grandes escritores" no fraudulento livro Parnaso de Além-Túmulo), e ninguém deu ouvidos.

Isso porque é a fascinação obsessiva a Chico Xavier, com aquela mesma narrativa de "fada-madrinha do mundo real", cheia de apelos profundamente piegas e cafonas, que exploram as fraquezas emocionais de muitos brasileiros, mesmo aqueles que se julgam protegidos pela Razão e por algum nível de esclarecimento. Até essa advertência foi dada por Allan Kardec, na qual ele tentou nos prevenir contra os mistificadores que seduzem até quem é razoavelmente esclarecido das coisas.

É muito constrangedor. Numa dada época, as pessoas endeusavam abertamente Chico Xavier. Diziam que ele era "espírito de luz", que "encerrou encarnação", que hoje "está lá no Céu, ao lado de Deus, no banquete dos puros". Depois, essas mesmas pessoas recuaram, e, ainda que falem que o tal "médium" era "um ser iluminado", falam agora que ele é "imperfeito" e "endividado". Pura carteirada por baixo, que, no fundo, só serve para disfarçar a antiga idolatria.

E ainda por cima tem gente bancando a "isentona", e os "isentões espíritas", com mania de pretenso intelectualismo, com mania de pretensa objetividade, vêm com um catatau de argumentos como se eles é que fossem "amigos da verdade", se esquecendo das obras comprovadamente fake que seu querido Chico Xavier fez, pois não há lógica alguma que faça os escritores, depois de morrer, mudarem e até piorarem de estilo.

Mas se temos, mesmo entre os "isentões" - que tentam relativizar os "méritos" de Chico Xavier, só para dizer que "não passam tanto pano assim" - , alegações absurdas como "Quem não gostaria de se manifestar com o mesmo estilo pessoal de Chico Xavier, trazendo amor e paz (sic) às pessoas e enxugando as lágrimas dos aflitos", alegação cheia da mais idiota pieguice e da mais piegas idiotice?

Vejamos alguns avisos de Allan Kardec para o pessoal perceber. O primeiro deles:

"Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, por menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa".

(O Livro dos Médiuns, Capítulo 20, Influência Moral dos Médiuns, Item 230)

Os brasileiros, apegados a Chico Xavier, desobedecem este aviso. Em relação a ele, tudo que a razão e o bom senso reprovam, em vez de ser rejeitado corajosamente, é aceito dentro da mania do "ficar cheio de dedos", como se o que há em duvidoso na obra xavieriana fosse aceito como "mistério da fé", sem ser "deliberadamente autêntico" mas sem o "taxativo juízo de dizer que era uma fraude". É aquela visão cretina da neutralidade que protege tanto as convicções dos chiquistas.

Daí que os brasileiros aceitam a mentira chamada Chico Xavier, e teorias falsas são dissolvidas num engodo de argumentações contraditórias, duvidosas, mas revestidas no mais farsante verniz de objetividade e palavras bem arrumadas, forjando uma racionalidade que não existe. "F***-se a Razão", é o que dizem os chiquistas, como espécies de Gabriela Pugliesi do espiritualismo religioso.

"Deve-se então eliminar sem piedade toda palavra e toda frase equívocas, conservando no ditado somente o que a lógica aprova ou o que a Doutrina já ensinou.

As comunicações dessa natureza só são perigosas para os espíritas que agem isolados, os grupos recentes ou pouco esclarecidos, porque, nas reuniões de adeptos mais adiantadas e experientes, é inútil a gralha de se adornar com penas de pavão, pois será sempre impiedosamente descoberta".

(O Livro dos Médiuns, Capítulo 20, Influência Moral dos Médiuns, Item 230)

Mais uma vez, o apego doentio a Chico Xavier - tão doentio que seus seguidores, envergonhados, buscam desculpas que vão de "o médium era imperfeito" e "eu não sou espírita" - faz com que ele não seja eliminado de qualquer apreciação, sob a desculpa de que a "mensagem do bem nunca é equívoca", ainda que trazida por meios desenvolvidos sob o arrepio da Lógica e da Razão.

Os chiquistas se tornam cretinos, achando que o sentido da Razão escapa da própria Razão, usando argumentos pseudo-filosóficos para sustentar suas teses. Acham que a Lógica é apenas uma atribuição terrena, acreditando que o que é Absurdo aqui na Terra pode ser "logicamente explicado" pelo mundo espiritual. Quanta idiotice!!

A Lógica e o Bom Senso só causam perigo para os "espíritas" que atuam isoladamente - como os "isentões" de hoje - , por grupos recentes (a FEB) ou pouco esclarecidos (os risíveis "espíritas de esquerda", do nível de um Franklin Félix), onde a gralha (Chico Xavier) pode se adornar com penas de pavão (ou seja, o ídolo que é cultuado por uma considerável legião de seguidores).

"(...) Se as imperfeições de uma pessoa só prejudicam a ela mesma, não há jamais utilidade em divulgá-las. Mas se elas podem prejudicar a outros, é necessário preferir o interesse do maior número ao de um só. Conforme as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever, pois é melhor que um homem caia, do que muitos serem enganados e se tornarem suas vítimas. Em semelhante caso, é necessário balancear as vantagens e os inconvenientes".

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo 10 - Bem-Aventurados os Misericordiosos - Instrução dos Espíritos - III - É Permitido Repreender os Outros?, item 21)

As imperfeições de Chico Xavier, embora subestimadas pela passagem de pano de seus seguidores, prejudicaram muita gente. Ele lesou um sem-número de pessoas mortas, através da usurpação dos seus nomes. E só o que ele fez com Humberto de Campos mostra que o "bondoso médium" está longe de merecer até mesmo a mais comedida admiração, pelos seguintes motivos:

1) Humberto de Campos foi o nome escolhido porque Chico Xavier não gostou que seu livro Parnaso de Além-Túmulo fosse reprovado pelo escritor e membro da Academia Brasileira de Letras - talvez a FEB seja um antro de ressentidos candidatos derrotados a cadeiras da ABL - e, se aproveitando da morte do autor, usou seu nome e desenvolveu um estilo totalmente diferente do original;

2) Chico Xavier enganou até mesmo a Justiça, quando ele e Antônio Wantuil de Freitas redigiram, juntos, uma mensagem atribuída a Humberto de Campos, na qual se bota na conta do autor maranhense uma postura estranha e irresponsável: o desprezo à patente literária, como se um escritor não desse valor ao seu legado, a suas obras pessoais. A desculpa, esfarrapada, é ridícula e imbecil: o desprezo se justifica pelo "anonimato" das ações de "caridade".

3) Depois que a seletividade da Justiça, guiada pelo prestígio religioso de Chico Xavier - privilégio tão terreno e fútil quanto o privilégio da riqueza financeira - , garantiu a impunidade do processo movido pelos herdeiros de Humberto de Campos, e após a morte da viúva, Catarina Vergolino de Campos, o "médium" se aproveitou da ingenuidade do filho homônimo do autor maranhense e o assediou em 1957, através de um evento que misturou doutrinação religiosa com Assistencialismo.

Quanto prejuízo e quão tolo foi Humberto de Campos Filho ao aceitar ser assediado por Chico Xavier. Se Humberto Filho mantivesse a firmeza de Ulisses na Odisseia, comparável ao rigor crítico do pensamento kardeciano, ele não teria abraçado Chico Xavier, mas lhe dado um soco, pela usurpação que este fez contra a memória do pai do jornalista e profissional de TV.

Em vez disso, Humberto Filho se rendeu à fascinação obsessiva, sob a desculpa do "perdão", e virou um patético seguidor de Chico Xavier, se ajoelhando, submisso, ao "médium", em uma foto nos anos 1990. Tão patético estava Humberto de Campos Filho, em constrangedora pose de joelhos, enquanto, sem saber, estava desonrando a memória do pai, vítima de tamanhos pastiches literários do "médium".

Esses pastiches eram tão grosseiros que nem chegam a imitar direito, salvo eventualmente, a obra de Humberto de Campos, mas parecem plagiar o Novo Testamento e os quatro evangelistas, ou aqueles textos literários publicados na CRESTOMATIA, o livro didático que teria servido de fontes para os plágios xavierianos, de diferentes escritores (podendo ser, por exemplo, Coelho Neto ou Joaquim Nabuco). E o pessoal passando pano para Chico Xavier.

É vergonhoso que os chiquistas, de qualquer nível - dos "intimamente exaltados" aos "isentos distanciados" - , tentem relativizar Chico Xavier em tudo. Até quando surgem denúncias graves, dadas por acidente por Ana Lorym Soares, de que houve fraudes editoriais nas supostas psicografias, as pessoas ficam passando pano, achando, com a mesma lógica torta dos bolsomínions, que "é necessário, sim", filtrar as "mensagens dos espíritos benfeitores".

Só que a adoração a Chico Xavier mostra as traves nos olhos de seus seguidores, sempre a desmentir o fanatismo e a idolatria que agora, disfarçadamente, manifestam em prol do "médium". Adoram um velhinho feioso associado a "coisas lindas" e "obras de amor e caridade" das quais as pessoas dizem em palavras soltas, sem um pingo de fundamentação.

No fundo essas pessoas vivem o vexame da fascinação obsessiva, da adoração viciada, sem saber por que adoram o "médium" e sem ter o menor escrúpulo de apresentar razões realmente consistentes. Tudo é produto da mistificação e a adoração a Chico Xavier, num país ignorante como o Brasil, só confirma que o "médium" é o inimigo interno temido pela Doutrina dos Espíritos com décadas de antecedência.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Publio Lentulus nunca existiu: é invenção de "Emmanuel" da Nóbrega! - Parte 3

OBS de Profeta Gandalf: Este estudo mostra que o personagem Publio Lentulus, utilizado pelo obsessor de Chico Xavier, Emmanuel, para tentar dizer que "esteve com Jesus", é um personagem fictício, de uma obra fictícia, mas com intenções reais de tentar estragar a doutrina espírita, difundindo muita mentira e travando a evolução espiritual. Testemunhos Lentulianos Por José Carlos Ferreira Fernandes - Blog Obras Psicografadas Considerações de Pesquisadores Espíritas acerca da Historicidade de Públio Lêntulo (1944) :   Em agosto de 1944, o periódico carioca “Jornal da Noite” publicou reportagens investigativas acerca da mediunidade de Francisco Cândido Xavier.   Nas suas edições de 09 e de 11 de agosto de 1944, encontram-se contra-argumentações espíritas defendendo tal mediunidade, inclusive em resposta a uma reportagem anterior (negando-a, e baseando seus argumentos, principalmente, na inexistência de “Públio Lêntulo”, uma das encarnações pretéritas do

Provas de que Chico Xavier NÃO foi enganado por Otília Diogo

 (Autor: Professor Caviar) Diante do caso do prefeito de São Paulo, João Dória Jr., que divulgou uma farsa alimentícia durante o evento Você e a Paz, encontro comandado por Divaldo Franco, o "médium" baiano, beneficiado pela omissão da imprensa, tenta se redimir da responsabilidade de ter homenageado o político e deixado ele divulgar o produto vestindo a camiseta do referido evento. Isso lembra um caso em que um "médium" tentava se livrar da responsabilidade de seus piores atos, como se ser "médium espírita" permitisse o calote moral. Oficialmente, diz-se que o "médium" Francisco Cândido Xavier "havia sido enganado" pela farsante Otília Diogo. Isso é uma mentira descarada, sem pé nem cabeça. Essa constatação, para desespero dos "espíritas", não se baseia em mais um "manifesto de ódio" contra um "homem de bem", mas em fotos tiradas pelo próprio fotógrafo oficial, Nedyr Mendes da Rocha, solidário a

Um grave equívoco numa frase de Chico Xavier

(Autor: Professor Caviar) Pretenso sábio, o "médium" Francisco Cândido Xavier é uma das figuras mais blindadas do "espiritismo" brasileiro a ponto de até seus críticos terem medo de questioná-lo de maneira mais enérgica e aprofundada. Ele foi dado a dizer frases de efeito a partir dos anos 1970, quando seu mito de pretenso filantropo ganhou uma abordagem menos confusa que a de seu antigo tutor institucional, o ex-presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas. Nessa nova abordagem, feita sob o respaldo da Rede Globo, Chico Xavier era trabalhado como ídolo religioso nos moldes que o jornalista católico inglês Malcolm Muggeridge havia feito no documentário Algo Bonito para Deus (Something Beautiful for God) , em relação a Madre Teresa de Calcutá. Para um público simplório que é o brasileiro, que anda com mania de pretensa "sabedoria de bolso", colecionando frases de diversas personalidades, umas admiráveis e outras nem tanto, sem que tivesse um